Bsc
Tese: Bsc. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: ac_villela • 9/12/2012 • Tese • 2.031 Palavras (9 Páginas) • 547 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
O Balanced Scorecard (BSC) tem alcançado, nos últimos anos, uma
elevada disseminação nos meios acadêmico e empresarial e sua aplicação em
conjunto com outras ferramentas gerenciais tem se tornado freqüente. Embora
as interações de programas da Qualidade tais como Gestão da Qualidade
Total (GQT), Baldrige National Quality Award e o BSC tenham sido discutidas
teoricamente, são escassos os estudos empíricos sobre o tema no contexto
brasileiro, em especial quando se trata do Prêmio Nacional da Qualidade. O
uso complementar ao Balanced Scorecard de outras ferramentas gerenciais no
processo de desdobramento dos indicadores é exemplificado por Pereira
(1999) e Kimura e outros (1999) que aliam o enfoque do BSC ao Analytic
Hierarchy Process (Processo de Análise Hieráquica). A aplicação do BSC
adaptado em conjunto com outras ferramentas gerenciais é destacada também
em um estudo de caso realizado por Leal Filho (2002). Já Catani, Lima e
Ponte (2003) desenvolveram um estudo de caso em um hotel de Fortaleza,
relacionando a interação BSC e GQT.
Este trabalho tem como objetivo descrever e analisar um caso de
utilização de alguns conceitos do Balanced Scorecard na tradução,
implementação e reavaliação da estratégia, em conjunto com outras
ferramentas gerenciais, no contexto de um sistema de gestão com categorias
análogas às do PNQ. Tal trabalho ofereceria subsídios para o campo
acadêmico - na medida em que aborda um tema pouco estudado no Brasil -
assim como aplicados à prática administrativa, já que poderia indicar
possibilidades às empresas candidatas ao PNQ ou envolvidas em programas
análogos. Não se trata de propor um modelo, já que o uso do BSC deve ser
como iniciativa, de cunho estratégico, individualizado às características
específicas da organização, mas de explicitar as diretrizes que podem ser
consideradas nos contextos individuais.
2 BALANCED SCORECARD
Em 1992, Robert Kaplan e David Norton publicam "The Balanced
Scorecard: Measures that drive performance" e apresentam o Balanced Scorecard
como um sistema de mensuração de desempenho com foco estratégico que
abrange indicadores não-financeiros, em quatro perspectivas a saber:
aprendizado e crescimento, processos internos, finanças e clientes. A
experiência de implementação do BSC em diversas empresas, porém,
mostrou-lhes que o seu escopo era mais abrangente: o de pedra angular de
um sistema de gestão da estratégia, permitindo a sua implementação e
avaliação. O termo "Organização Orientada para a Estratégia" é, então,
cunhado por Kaplan e Norton (2001) para denominar as organizações que
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Alcance
Revista
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aplicam com sucesso o BSC e seguem cinco princípios: traduzir a estratégia em
termos operacionais, alinhar a organização à estratégia, transformar a estratégia
em tarefa de todos, converter a estratégia em processo contínuo e mobilizar a
mudança por meio da liderança executiva.
Partindo do pressuposto da estratégia como um conjunto de hipóteses,
Kaplan e Norton (2001) propõem que esta pode ser representada no mapa
da estratégia, ou ilustração gráfica das relações causais entre os indicadores
de desempenho. Ao elaborar o mapa, a alta administração é obrigada a
explicitar a estratégia, identificar eventuais diferenças nos modelos mentais
individuais, atingindo um consenso e traduzindo a estratégia em termos
operacionais. O mapa da estratégia permite a visualização do relacionamento
entre as atividades da cadeia de valor (PORTER, 1989) e dos trade-offs
inerentes à priorização das iniciativas. Por outro lado, o Balanced Scorecard
corporativo explicita as sinergias entre as unidades de negócio, alinhando a
organização à estratégia.
Uma vez explicitada, a estratégia passa a ser comunicável, tanto horizontal
quanto verticalmente na empresa. Se disseminada de forma ampla, com
indicadores individuais elaborados a partir do mapa da estratégia e vinculados à
remuneração, a criação de uma consciência estratégia transforma a estratégia em
tarefa de todos.
O processo de controle ganha, então, uma nova vertente, o aprendizado
de circuito duplo (ARGYRIS, 1991), ou seja, não se questiona apenas se as ações
estão implementando a estratégia, mas se a estratégia em si é adequada. Dessa
forma, a estratégia converte-se em um processo
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