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CANHÕES DE GUERRA E A ÉTICA RELACIONADA AO DESENVOLVIMENTO BÉLICO PARA A PROTEÇÃO DO SER HUMANO

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Por:   •  2/11/2013  •  3.800 Palavras (16 Páginas)  •  915 Visualizações

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CANHÕES DE GUERRA E A ÉTICA RELACIONADA AO DESENVOLVIMENTO BÉLICO PARA A PROTEÇÃO DO SER HUMANO

O canhão foi inventado no século XIV pelo monge e alquimista alemão Berthold Schwarz (1310-1384), na cidade de Friburgo, Alemanha. Schwarz utilizou uma mistura de nitrato de sódio, enxofre, pólvora e outros reagentes químicos para testar o poder de explosão de sua criação. Embora a pólvora já fosse conhecida pelos chineses, utilizada não apenas em fogos de artifício, mas também militarmente, esta foi a primeira arma de projéteis para longo alcance já projetada. Ou seja: a invenção do canhão foi a primeira arma-de-fogo já construída da história. A peça de artilharia foi utilizada pela primeira vez em 1334, quando o bispo Nicolau I de Constança mandou defender com ela a cidade de Meersburg. Inicialmente os canhões eram de ferro forjado, pequenos e rústicos, pois a arte de fundir achava-se ainda nos primórdios. Tempos mais tarde passaram a ser fabricados com barras de ferro fundido soldadas e reforçadas com anéis de metal. A sua capacidade de lançamento ainda era diminuta, e empregavam-se por isso projéteis de pedras leves para alcançar maiores distâncias. Nesta época, para aumentar a potência de fogo, os antigos canhões, chamados «órgãos da morte», eram colocados lado a l ado, sobre um reparo-plataforma. Podiam assim ser disparados ao mesmo tempo ou separadamente, em sucessão rápida. Os canhões de maneira geral podem ser classificados das seguintes formas:

Canhões alma lisa: Tanto os canhões de navios de guerra como os usados em terra, possuíam almas lisas (o cilindro interior de seus tubos não era raiado) e, por isso, não eram de grande alcance ou precisão. A invenção da pólvora e o uso de roqueiras para lançar pedras, levaram os engenheiros ao desenvolvimento de novas armas capazes de lançar a longa distância os mais variados projéteis. O maior problema enfrentado na fabricação de canhões, foi acertar a têmpera adequada para evitar as frequentes explosões. “Mas não fizeram nojo, pois tão frágeis, arrebentavam aos primeiros tiros destruindo a numerosa guarnição de castelhanos". (Gen João M Cordeiro). O mesmo aconteceu ao canhão “Maometa” fabricado pelo exército muçulmano, para ser usado contra Constantinopla, ao explodir após detonar três tiros.

ser utilizado definitivamente na artilharia três séculos mais tarde. O motivo disso era o fato que, pela própria deficiência de construção dos canhões, eles não suportavam o aumento das tensões causadas pela força expansiva dos gases no material contendo raias. O alcance das armas portáteis passou a rivalizar com o dos canhões de alma lisa, mostrando a necessidade da adoção da artilharia raiada. Esse fenômeno já fora observado na guerra da Secessão, nos EUA e na Guerra do Prata, na América do Sul, onde espingardas raiadas dos brasileiros impediram a ação da artilharia argentina, na batalha de Monte Caseros.Com desenvolvimento da técnica de fazer canhões foi possível se fazer o raiamento das bocas de fogo, o que veio sanar os inconvenientes da falta das raias e causou verdadeira revolução na arte bélica. A utilização das raias nos tubos trouxe a mudança da forma dos projéteis, que se tornaram alongados e pontiagudos. Hoje as raias são helicoidais, para imprimir ao projétil em movimento uma rotação sobre seu eixo, dando-lhe maior precisão. Com a adoção das raias surgiram também, novos dispositivos de fechamento para evitar o escapamento dos gases. No último decênio do século XIX criou-se um sistema de freio e recuperação que permite ao canhão deslizar sobre um berço. Ao recuar com o tiro, o canhão comprime poderosas molas; vencida a força de recuo, as molas recobram a sua forma original. Em outro processo, as molas são substituídas por cilindros de gás que, após o recuo, dilatam-se, voltando o canhão à posição original. Em geral, o tubo dos canhões modernos é feito de vários cilindros de aço sobrepostos, à maneira de uma couraça, que servem de reforço à alma. Para se conseguir o ajuste hermético dos cilindros, são os mesmos aquecidos, um a um, ao rubro branco para dilatação de seu diâmetro e deslizamento sobre o cilindro anterior. Ao resfriar, o aço contrai-se e a sobreposição fica tão perfeita que o tubo parece feito de uma só peça. Cada cilindro é mais curto que o anterior e, por isto, o tubo é sempre mais grosso na culatra. Um novo processo para fabricação dos canhões de pequeno e médio calibre é o de recorrer-se à força centrífuga para a moldagem do cano. O metal fundido gira dentro de um longo cilindro oco até formar, por esfriamento, um tubo rígido. Antes da calibragem do canhão, o tubo é perfurado e em seguida sofre elevadíssima pressão hidráulica para que o aço adquira sua dilatação máxima. Essa operação torna desnecessário qualquer outro reforço do tubo.A guerra exige diversos tipos de canhões. A artilharia de campanha utiliza canhões leves, de fácil transporte e grande alcance. Na antiaérea, o canhão faz tiro

precisão e rapidez. Merece especial atenção o grande canhão (Berta) que os alemães utilizaram para bombardear Paris, a 120 km de distância, durante a I Guerra Mundial. A fabricação desse canhão constituiu verdadeira façanha técnica, embora seus resultados não justificassem seus custos.

Canhões da II Guerra Mundial: Os canhões empregados na II Guerra Mundial superaram todos os anteriores em alcance, precisão e efeitos. Contou a artilharia média com obuseiros de 105 mm, cujo obus pesava 15 kg e atingia 11 km de alcance e de 155 mm, cujos obuses pesavam 43 kg e alcançavam 19 km; o canhão norte-americano de 155 mm disparava granadas de 43 kg a cerca de 23 km. A Artilharia pesada contou com canhões de 203 mm e obuseiros de 240 mm. Muito conhecidos na II Guerra Mundial foi o canhão Pantera Negra, desmontável em duas partes. Dois tratores de 38 toneladas rebocavam-no acompanhados de uma talha de

20 toneladas, instalada num caminhão, para a montagem das partes.

Exercício de tiro - Exército brasileiro

O calibre dos canhões da artilharia naval usados nessa Guerra variou de 20 a

460 mm. Contam-se entre os principais tipos de canhões antiaéreos de 20 a 40 mm, e os de 100 a 125 mm, usados contra aviões

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