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CIENCIA POLITICA

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Por:   •  24/4/2014  •  565 Palavras (3 Páginas)  •  301 Visualizações

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Ao iniciar a exposição de sua idéia, Schumpeter apresenta a definição de democracia como sendo “o arranjo institucional para se chegar a certas decisões políticas que realizam o bem comum, cabendo ao próprio povo decidir, através da eleição de indivíduos que se reúnem para cumprir-lhe a vontade”.

Se analisarmos essa definição, concluímos que ela considera ter o povo uma opinião definida e racional sobre todas as questões e que ele vislumbra atingir o resultado dessa opinião escolhendo representantes que certamente farão com que essa opinião seja seguida, sendo esses representantes os políticos eleitos pelo povo que executarão o bem comum.

Entretanto, para Schumpeter não existe algo que seja um bem comum unicamente determinado, pois para diferentes indivíduos e grupos, o bem comum sempre significará diferentes coisas. Para que houvesse significado para o termo “bem comum”, seria necessário que todos do povo soubessem precisamente o que desejam para que isso sim representasse um aspecto político que forçasse a ação dos políticos em conformidade com a vontade do povo. Mas na realidade isso não ocorre porque no momento da expressão dessa vontade, segundo Schumpeter, o homem se comporta até mesmo de forma irracional, pois além da diversidade de opiniões que se tem, essa são influenciadas ou pelos meios de comunicações ou pela idéia mais forte que prevalece na aglomeração em que cada pessoa faz parte. É nítido também, segundo Schumpeter, que o senso de realidade do indivíduo diminui da medida que os problemas se distanciam das pessoas: se a decisão a ser tomada encontra-se em um problema da vida cotidiana, as pessoas apresentam um maior grau de senso da realidade; no entanto, quando se trata de temas que apesar de influenciá-lo se encontra à margem daquilo que é comum, o indivíduo tem diminuído, e até perde completamente o senso da realidade. Com isso Schumpeter conclui que a vontade do povo não é o motor do processo político e sim o seu produto.

Schumpeter também apresenta críticas a concepção de “governo do povo” pois para ele o que existe, na verdade, é o governo aprovado pelo povo, pois o povo como tal nunca pode realmente governar por incompatibilidade a priore do sistema macro da democracia, sendo, na verdade, uma minoria que exerce efetivamente o governo. Portanto, como ele mesmo diz: “Se os resultados satisfatórios para o povo em geral, em longo prazo, são considerados o teste do governo para o povo, então o governo do povo, da maneira entendida pela doutrina clássica da democracia, dificilmente a eles corresponderia”.

Schumpeter chega a afirmar até mesmo que, pelo fato do que foi exposto acima e pelo povo não ter atingido a idéia democrática definida, uma decisão imposta por um órgão não democrático pode-se mostrar muito mais aceitável a todos: “Mas nos casos qualitativos, tais como saber se se deve perseguir os hereges ou entrar numa guerra, o resultado pode ser igualmente desagradável, embora por diferentes razões, a todo o povo, ao passo que uma decisão imposta por uma agência não-democrática pode ser muito mais aceitável.”. Para ilustrar a sua argumentação, Schumpeter cita o exemplo de Napoleão que fez uma concordata com o Papa em 1801.

Portanto, para Schumpeter a democracia caracteriza-se muito mais pela concorrência organizada pelo voto do que pela soberania do povo como é preconizado

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