CONSUMO DE CAFÉ
Dissertações: CONSUMO DE CAFÉ. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 8/11/2013 • 1.556 Palavras (7 Páginas) • 271 Visualizações
1. INTRODUÇÃO
O café é a bebida mais consumida no Brasil e no mundo ocidental, e a associação do seu consumo com a saúde humana tem sido muito estudada, principalmente como fator de risco cardiovascular, com base nos efeitos do café sobre a elevação da pressão arterial (efeito agudo da cafeína), dos níveis séricos de homocisteína e de colesterol. Diversos trabalhos apontam associação positiva entre a hiper-homocisteinemia, níveis séricos reduzidos de vitaminas do complexo B e consumo de café, atribuindo ao efeito diurético da cafeína a excreção desses nutrientes, embora com resultados divergentes. A homocisteína provoca danos ao endotélio vascular, plaquetas e fatores de coagulação, o que a torna um fator de risco independente para doença coronariana, cerebrovascular e periférica. No entanto, o foco deste estudo é a associação do consumo do café com lipídeos séricos (LIMA, et al; 2011).
Por muito tempo parte dos cafeicultores brasileiros esqueceu-se de que havia um mercado internacional competitivo para ser disputado. Isso porque a política de armazenagem do extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC), órgão que normatizava o mercado de café, retinha estoques ilimitados de qualquer tipo de café que fosse produzido. Além disso, o mercado doméstico, importante consumidor de café, servia de conveniente receptáculo para a produção de cafés de qualidade não-exportável. A consequência mais nítida foi a perda de competitividade do café brasileiro no mercado internacional, principalmente quando esse mercado passou a premiar a qualidade do produto. Nos últimos anos, o consumidor do mercado nacional também passou a ser mais exigente com o aspecto da qualidade, o que fez com que tivesse acesso a um café classificado no mercado como bebida fina para consumo (PIRES, et al; 2006).
Ao longo dos anos, modificações foram introduzidas no setor por meio de variedades mais produtivas de café, do maior uso de fertilizantes e defensivos agrícolas e do emprego mais intensivo da mecanização agrícola, principalmente nas novas regiões produtoras do país, como nas regiões do Cerrado Mineiro e do Oeste Baiano. Deve-se ressaltar, porém, que a adoção de novas técnicas por parte do produtor depende da sua expectativa de lucro, dada pela relação custo/benefício. Tal relação, portanto, determinará a intensificação desse processo de adoção de novas tecnologias. Em decorrência das mudanças nas preferências nos mercados externo e interno de café, os produtores têm buscado novas estratégias para o desenvolvimento da atividade, tornando-se mais atentos às exigências do mercado consumidor, principalmente no que se refere à questão da qualidade do produto. As novas estratégias têm sido baseadas nos resultados de pesquisas que se destinam, fundamentalmente, à melhoria da qualidade e da produtividade do café. Para isso, o governo federal criou o Programa Cafés do Brasil para certificação da origem e da qualidade do café, como forma de reconhecimento das especificidades regionais (PIRES, et al; 2006).
A bebida café, considerada hábito cultural da população brasileira, pode ser preparada sob diversas formas, sendo o método tipicamente brasileiro (filtrado em coador de pano) e o é todo fervido (decantado, mais simples e de baixo custo) aqueles utilizados pela população deste estudo (LIMA, et al; 2011).
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 CONSUMO DE CAFÉ
De acordo com SILVA e GUIMARÃES, 2012 o consumo de café é explicado pelo um conceito dividido em três ondas. A primeira refere-se a proliferação do consumo da bebida, principalmente depois da Segunda Guerra Mundial. Nesse período o café era valorizado pela energia que fornecia, não tendo importância seu sabor e natureza. Já na segunda onda a qualidade do grão passou a ser observado, sendo o da espécie arábica de maior preferência em oposição ao robusta. Foi nesta onda que surgiu cafeterias especializadas, tronando essa onda responsável em tornar o hábito de tomar café mais sofisticados, agregando valor ao produto. Na terceira onda o café passou a ser consumido pelas propriedades e nuances o que era e não somente pela cafeína que continha, passando a ser preparado de forma que ressaltasse o sabor.
Segundo PIRES et al mundialmente, há um crescimento no consumo de cafés especiais. O autor ressalta que partindo de um aumento global de 1% de consumo de café baseado no crescimento médio mundial que é 1,3 a.a.torna-se evidente um potencial de crescimento para demanda de café de boa qualidade, bebidas mole e dura. Tal crescimento acontece de forma diferenciada nas diversas regiões produtoras de café, apresentando um maior potencial de consumo aquelas que foram mais beneficiadas na distribuição.
Vale ressaltar que foram observadas mudanças nos hábitos dos consumidores, influenciado pelo declínio ou estagnação do consumo da bebida no mercado europeu e americano. Tais mudanças dificultaram a transmissão de uma imagem favorável da bebida para os jovens, já’ que existe uma associação do consumo da mesma com malefícios a saúde causados pela cafeína, implicando em um menor consumo em meio a população jovem, principalmente, de 20 a 29 anos (PIRES, et al.,).
Para PIRES et al., as análises agregadas ao consumo de café omitem transformações importante no mercado consumidor. Há uma tendência de consumo de café especiais nos países desenvolvidos, seja pela qualidade da bebida ou pelo seu processo de blending.
De acordo com ABIC, 2010 o café está entre as nove bebidas mais consumidas, incluindo as alcóolicas e que seus maiores concorrentes são os achocolatados, o leite e os chás, porém esse último vem perdendo seu lugar em meio aos consumidores, enquanto que o café obtém um crescimento consistente.
A consistência do crescimento de consumo requer um esforço da caseia produtiva, desde do momento de produção até o consumo final. Isso tem sido grande desafio para as indústrias cafeeira, que se preocupam em questionar ao consumidor o que o mesmo espera da qualidade do café e o que é considerado um bom café. E não é nenhuma surpresas que as respostas seja que o que o se espera de um bom café, como um todo, é aroma e sabor, independente de região, classe ou idade. Os mesmos demonstram estão dispostos a pagar mais por um produto de qualidade (ABIC, 2010).
O consumidor associa o café com sensações positivas como: ele anima levanta, liga, melhora o humor. O principal benefício percebido pelo seu consumo é o aumento de disposição pessoal e melhoramento na memória. (ABIC,2010).
2.2 CONSUMO DE CAFÉ NO BRASIL
O café foi recentemente descrito como um alimento funcional. No que se refere ao consumo mundial o Brasil já vem registrando, há algum tempo, a segunda melhor marca com 16,0 milhões de sacas consumidas anualmente (no ano de 2006). Acredita-se que pelo menos nos próximos cinco anos, o crescimento do mercado interno dever á ficar na casa dos 3% a.a. Percebe-se, ainda, que esse crescimento - de 3% aa. -, poderia ser até um pouco mais dilatado, caso não houvesse essa perspectiva de incremento do preço do produto, em função da oferta mundial que continua restrita (QUEIROZ, 2011).
A produção de café no Brasil é responsável por cerca de um terço da produção mundial de café, o que faz o país ser de longe o maior produtor - uma posição mantida nos últimos 150 anos. Em 2012 foram produzidas 50 milhoes de sacas, totalizando 3 milhões de toneladas. Em 2009 foram produzidas 2368 milhões de toneladas ou 2440, de acordo com dados consolidados da FAO. Em 2007 cerca de 70% da produção foi de café arábica, no entanto, apenas 4,26% do café exportado em 2009 foi do tipo robusta8 . Apesar de o Brasil ser o maior produtor mundial, o mercado global não é dominado por empresas brasileiras. O mercado doméstico de café é dominado por duas empresas americanas, Sara Lee e Kraft Foods.
2.3 CONSUMO DE CAFÉ ORGÂNICO
O desenvolvimento da produção de produtos orgânicos partiu de organizações não-governamentais (ONGs), utilizando-se do conceito de segurança alimentar oriunda de produção alheia a agricultura convencional (PENSA, 2002).
Os elos que compõem a cadeia produtiva de produtos orgânicos permitem verificar como são estabelecidos os relacionamentos entre os agentes envolvidos. Sua análise identifica os elos mais fortes e os mais vulneráveis, bem como os gargalos existentes na cadeia, que são informações importantes para fundamentar a intervenção, privada ou pública, tornando-a mais vigorosa e interessante para todos os elos.
Como produto de origem orgânica, o café tem que obter certificação desta origem, que no Brasil é conferida pela Associação de Agricultura Orgânica (AAO). O certificado é importante para padronizar o produto, o que permite ganho de escala, reduz o custo de transação e torna possível o funcionamento do mercado de produtos orgânicos e a comercialização geograficamente dispersa, melhorando a eficiência do sistema.
O Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (EMBRAPA, 2004), em pesquisa de campo feito com produtores que vêm adotando sistemas de produção orgânicos estão exportando café orgânico a mais de R$ 500 a saca, quando o preço do produto convencional está na ordem de R$ 170. O café orgânico possui qualidade de grãos similar ou superior ao café tradicional dependendo do tipo de adubos utilizados. O café orgânico possui maiores teores de açúcares totais e não utiliza fontes de nutrientes altamente solúveis, o que lhe garante elevada qualidade da bebida. A diferença mais marcante entre a cafeicultura orgânica e a convencional é a sua importância ecológica, uma vez que os produtores orgânicos restringem o uso de fertilizantes químicos e não usam agrotóxicos. O mercado de café já está consolidado. De acordo, com a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) o café vem se renovando em preparações e misturas especiais do café gourmet, conquistando consumidores que querem mais do que um “cafezinho”.
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