COPPEAD/UFRJ
Tese: COPPEAD/UFRJ. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: andreiarosalinda • 13/4/2014 • Tese • 8.394 Palavras (34 Páginas) • 370 Visualizações
COPPEAD/UFRJ
RELATÓRIO COPPEAD Nº 295
REENGENHARIA DE PROCESSOS &
CONTROLE INTERNO: DIVERGÊNCIAS
POR QUESTÕES DE PRINCÍPIOS**
Moacir Sancovschi*
Março, 1995
* Professor Titular do Departamento de Contabilidade da Faculdade de Economia e Administração da
Universidade Federal do Rio de Janeiro; Professor Conferencista do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa
em Administração (COPPEAD) da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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** Este trabalho é o resultado da síntese de diversos textos consultados nos últimos meses para a orientação da
pesquisa de tese de mestrado de Sérgio P. Rumen, a ser submetida brevemente ao corpo docente do Curso
de Mestrado em Ciências Contábeis da Faculdade de Administração e Finanças da UERJ.
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I INTRODUÇÃO
As organizações, para realizarem suas tarefas, congregam profissionais de
diversas categorias. Uma vez arregimentados, eles se envolvem numa luta sem trégua por
prestígio e poder. Suas armas são conceitos, técnicas, enfim, abordagens específicas para a
solução dos problemas com que se defrontam as organizações. O marco da vitória de uma
categoria sobre as demais é a adoção generalizada de suas abordagens para a resolução de
problemas. Este trabalho examina os aspectos técnicos de uma dessas disputas entre duas
categorias profissionais.
Recentemente, aportaram nas empresas consultores de informática e
especialistas em tecnologia da informação propondo a revisão fundamental dos processos
empresariais para a obtenção de ganhos radicais em indicadores críticos de desempenho, tais
como qualidade, rentabilidade, custos e serviços aos clientes. Criou-se, então, uma
oportunidade de confronto porque alguns dos processos escolhidos para revisão foram
concebidos e implantados, há bastante tempo, com um sucesso razoável, por contadores e
auditores externos e internos, de acordo com os princípios de controle interno. Faz-se
necessário, portanto, cotejar a proposta da reengenharia de processos com a do controle
interno, identificando os méritos e as implicações de cada uma delas.
Para ilustrar tal conflito, vale lembrar o já emblemático caso da Ford, relatado
por HAMMER (1990) e HAMMER e CHAMPY (1993). Seus administradores, preocupados
com o elevado número de funcionários no departamento de contas a pagar, reorganizaram os
procedimentos de aquisição de materiais e pagamento de fornecedores, fazendo com que os
responsáveis pelo recebimento dos materiais autorizassem o pagamento aos fornecedores,
registrando num sistema informatizado que as encomendas foram recebidas. A redução de
custos e o aumento de produtividade auferidos com a mudança resultaram da unificação da
responsabilidade sobre operações relacionadas e da minimização da importância da fatura
como evidência documental das transações com fornecedores. Em ambos os casos foram
desrespeitados princípios consagrados de controle interno.
Este trabalho: (1) compara os princípios da reengenharia de processos com os
de controle interno, demonstrando que, em alguns pontos, eles são potencialmente
conflitantes; (2) evidencia que os conflitos entre os princípios da reengenharia de processos e
os princípios de controle interno podem ser explicados pelas diferenças entre as concepções
que estas duas propostas de trabalho têm das pessoas, das organizações e da tecnologia; e (3)
explora algumas implicações de tais conflitos para os administradores que decidirão sobre o
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radicalismo das revisões dos processos, e para as firmas de auditoria e consultoria que
vendem serviços de reengenharia de processos e de auditoria externa, em alguns casos, para
um mesmo cliente.
A argumentação que se segue pressupõe que as diferenças entre os objetivos da
reengenharia de processos e do controle interno influenciam decisivamente a retórica dos
defensores de cada uma dessas abordagens; as hipóteses que eles assumem a respeito das
pessoas, das organizações e da tecnologia; e, por conseguinte, os princípios que norteiam suas
escolhas no desenvolvimento de projetos de trabalho.
II ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Na terceira seção são apresentados os princípios da reengenharia de processos
e suas hipóteses a respeito das pessoas, das organizações e da tecnologia. Na quarta seção, o
mesmo é feito para os princípios de controle interno. A quinta seção compara os princípios da
reengenharia de processos com os princípios de controle interno, destaca quais são
especialmente conflitantes e evidencia, por fim, que os motivos dos conflitos são as
diferenças que existem entre as hipóteses nas quais se
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