Capacidade Física - Velocidade
Monografias: Capacidade Física - Velocidade. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: tuliorsv • 19/1/2015 • 2.396 Palavras (10 Páginas) • 1.058 Visualizações
1. Introdução
A velocidade é uma capacidade do condicionamento fundamental ao desempenho (Schnabel e Thiess, 1993), sendo conceituada como a capacidade de atingir maior rapidez de reação e de movimento, de acordo com o condicionamento específico, baseada no processo cognitivo, na força máxima de vontade e no bom funcionamento do sistema neuromuscular (Grosser, 1992).
Ela é amplamente discutida na literatura como sendo uma capacidade física complexa (Weineck, 2003), portanto não é uma capacidade pura (Grosser, 1992). Diversos autores têm destacado componentes distintos que afetam a velocidade (Harre, 1975; Grosser et al., 1991; Weineck, 2003). A capacidade física velocidade depende de fatores como aptidão, fatores de desenvolvimento de aprendizagem, fatores sensório-cognitivos e psicológicos, fatores neurais e fatores músculo-tendinosos (Grosser, 1992). Muitos trabalhos têm mostrado que, entre os componentes de força e a velocidade de movimento, existe uma relação fundamental nos campos estatístico e fisiológico (Schmidtbleicher, 1984).
1.2. Classificação da capacidade velocidade
A capacidade velocidade pode ser classificada em seis formas diferentes (Grosser, 1992):
Velocidade de reação: é a capacidade de responder com uma ação no menor tempo frente a um estímulo;
Velocidade de movimento (ação): é a capacidade de realizar movimentos acíclicos (movimentos únicos) com velocidade máxima, frente a resistências baixas;
Velocidade freqüencial: é a capacidade de realizar movimentos cíclicos com velocidade máxima, frente a resistências baixas;
Força-velocidade (força-explosiva): é a capacidade de proporcionar o máximo impulso de força possível, frente a uma resistência durante um tempo estabelecido, ou seja, uma força efetuada no menor tempo possível, causada pela velocidade de contração da musculatura.
Resistência de força-explosiva: é a capacidade de resistência frente à diminuição da velocidade causada pelo cansaço, quando as velocidades de contração são máximas em movimentos acíclicos, diante as resistências maiores;
Resistência de velocidade máxima: é a capacidade de resistir frente à diminuição da velocidade causada pelo cansaço, em caso de movimentos cíclicos de velocidades de contrações máximas.
Devido à importância desta capacidade para a prática esportiva, métodos e normativas de treinamentos para as formas da velocidade são de relevância para análise e elaboração de programas de treinamento.
2. Treinamento da velocidade
Sabe-se que um bom desenvolvimento de capacidades físicas como flexibilidade, força, resistência e de capacidades coordenativas interferem no desempenho da velocidade (Weineck, 2003), assim como a reorganização dos processos de informação e da técnica (Stein, 2000).
Um método universalmente válido para o treinamento da velocidade dificilmente poderá ser apresentado devido ao fato de que o desempenho da velocidade em diferentes esportes é muito complexo ou tecnicamente muito específico (Stein, 2000). Entretanto, o método mais recomendado para o treino com adultos é o método de repetições (Weineck, 2003).
2. 1. Considerações relevantes
Um aquecimento especial é indispensável antes do treinamento da velocidade (Weineck, 2003; Stein, 2000), em função das altas exigências de coordenação e contração impostas à musculatura e nível necessário de ativação psicológica. A duração total do aquecimento deve ser de pelo menos 25 minutos (Grosser, 1991) e deve envolver a realização da elevação da tensão muscular, da coordenação específica e da estimulação neuromuscular concluindo com exercícios de relaxamento e concentração (Stein, 2000).
2.2. Métodos de treinamento
Segundo Conde (1999), os métodos para o treinamento da velocidade são:
Método de repetições: Propõem a realização de exercícios de curta duração (4 a 6 segundos), explosivos, com pausas ativas de 60 a 90 segundos. O volume do trabalho não deve exceder os 5 a 10 minutos e o objetivo do treino é duplo uma vez que pretende melhorar a força, sobretudo por estimulação das fibras rápidas e aumentar as reservas musculares de energia.
Método intensivo de intervalos: Mais indicado no desenvolvimento da velocidade-resistência. Entre as várias repetições não existe recuperação total.
Método da melhoria de velocidade integrada no jogo: Este método não é o mais indicado para a obtenção de bons resultados ao nível da velocidade freqüencial.
Métodos de super-velocidade e da força reativa: No primeiro são utilizados meios que favorecem o trabalho com velocidades acima da normal (elásticos ou corrida em planos inclinados); o segundo prevê a realização de exercícios pliométricos (trabalho de elasticidade e de força reativa).
2.3. Treinamento da velocidade de reação
A reação nos esportes é a resposta comportamental aos sinais que são percebidos ótica, acústica e tatilmente. Geralmente o treinamento da velocidade de reação é muito limitado, ocorrendo melhorias de 10% a 30% (Stein, 2000). E parece não haver relação direta entre velocidade de reação e desempenho em saídas, por exemplo, um atleta veloz pode apresentar um longo tempo de reação e um atleta lento pode apresentar um curto tempo de reação (Joch e Hasnberg, 1990), porém os melhores corredores apresentam uma maior estabilidade de tempo de reação do que corredores não tão bons (Dostál, 1981).
Para o treinamento da velocidade de reação, saídas e exercícios de reação a partir de diversas posições inicias, jogos, corridas de revezamento com diversas velocidades e saídas características de competições são aplicáveis (Weineck, 2003). Deve-se utilizar no máximo 10 exercícios com 2 a 3 de minutos de pausa entre eles (Stein, 2000), caracterizando portanto, o Método de repetições. De acordo com Tabatschnik (1976), sinais (saídas) que são constantemente repetidos levam à estagnação da velocidade de reação.
A velocidade de reação não é treinada isoladamente, mas em conjunto com a força-explosiva (Weineck, 2003) e com a velocidade acíclica, portanto, o
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