Companhia Nacional de Aço
Seminário: Companhia Nacional de Aço. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: bsiqueira • 18/11/2013 • Seminário • 1.314 Palavras (6 Páginas) • 311 Visualizações
No Brasil, a produção em quantidade de ferro gusa deu-se na segunda
guerra mundial (1938-45), quando foi criada a Companhia Siderúrgica Nacional
com o primeiro alto-forno, como incentivo norte-americano ao apoio de Getúlio
Vargas pró aliados. Hoje conta com grande parque industrial que busca
constante desenvolvimento frente à concorrência internacional.
A fundição se destaca dos outros métodos principais de processos de
fabricação não só por ser um dos mais antigos, mas porque é um dos mais
versáteis, principalmente quando se considera os diferentes formatos e
tamanhos das peças que se pode produzir por esse processo. Pode ser
considerado tanto um processo inicial, produzindo lingotes para laminação e
forjamento, quanto intermediário, produzindo peças semi-acabadas que
sofrerão posterior usinagem.
As generalidades da fundição, bem como os principais processos e
noções sobre teoria da solidificação serão abordados nesta apostila. Somos
gratos aos autores das apostilas, livros e artigos os quais foram fundamentais
para esta apostila e que estão devidamente citados nas referências
bibliográficas.
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A Obtenção do Aço
É comum comparar-se as siderúrgicas a cozinhas gigantes. A imagem
procede – como na preparação de um prato, a fabricação do aço requer a
mistura dos ingredientes em um forno, do qual se retira um produto que é a
composição dos itens iniciais. A diferença principal entre os procedimentos está
na ordem de grandeza da temperatura de “cozimento”. Equanto o forno
doméstico se limita a poucas centenas de graus Celsius, os alto-fornos das
siderúrgicas rompem a fronteira dos milhares.
O aço é, basicamente, uma liga de ferro com carbono. Para preparar o
aço, são três os componentes básicos: minério de ferro, coque e calcário
(carbonato de cálcio). O coque é o resíduo resultante do aquecimento do
carvão em um equipamento chamado câmara de coqueificação, na ausência
de oxigênio. Os componentes mais voláteis do carvão (compostos orgânicos –
formados por cadeias de carbono – de peso molecular variável) evaporam e
sofrem decomposição térmica, separando-se da matéria original. O sólido que
resta é o coque.
No alto-forno, o coque tem duas funções importantes: é o combustível
(libera energia ao reagir com oxigênio) e “captura” o oxigênio que está
associado ao ferro no minério. Assim, obtém-se o ferro livre de oxigênio. Ao se
fornecer o aquecimento ao alto-forno, o carbono do coque reage com o
oxigênio, gerando monóxido de carbono e intenso calor. Este monóxido então,
reage com o oxigênio do minério de ferro. O resultado é o dióxido de carbono,
também conhecido como gás carbônico.
O calcário serve para facilitar a separação entre o ferro fundido e a
escória (componentes do minério de ferro que não interessam para a
fabricação do aço). Aquecido, o calcário se decompõe em cal e dióxido de
carbono. A cal se incorpora à escória (óxidos de silício e alumínio) e abaixa a
temperatura na qual a escória se funde. Ela sai do forno líquida e por cima do
ferro fundido, do qual é separada. Excessos de enxofre no carvão também são
retirados, em boa parte, pela reação com a cal (forma-se sulfeto de cálcio).
O ferro que sai do alto-forno, ainda impuro e com teor de carbono alto, é
chamado de ferro gusa. Esse ferro contém manganês, silício, enxofre e outros
contaminantes. Alguns são até desejáveis em certos tipos de aço, mas no gusa
estão em proporções descontroladas. O processo de refino mais usado hoje é
o de oxigênio básico, ou LD (Lintz-Donavitz, austríacos que o criaram na
década de 1950). Um carro-torpedo recolhe periodicamente o gusa do altoforno
e o leva a um equipamento chamado conversor, onde a temperatura
média é 1.600°C. Um sopro de oxigênio puro é injetado para dentro do
conversor, através de um tubo de aço.
Controlando rigidamente a quantidade de oxigênio, fixa-se o teor de
impurezas que se pretende eliminar. Os contaminantes reagem com o oxigênio
e formam compostos voláteis. As reações que acontecem dentro do conversor
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liberam muita energia. Por isso, o processo se auto-sustenta – é desnecessário
“alimentá-lo” com energia externa.
O processo do oxigênio básico é um aperfeiçoamento do refino
desenvolvido pelo engenheiro inglês Henry Bessemer (1812-1898). A diferença
fundamental é que Bessemer trabalhava com fluxos de ar, não de oxigênio
puro. Isso fazia aumentar a quantidade
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