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Por:   •  17/5/2013  •  401 Palavras (2 Páginas)  •  346 Visualizações

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Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,

assim calmo, assim triste, assim magro,

nem estes olhos tão vazios,

nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,

tão paradas e frias e mortas;

eu não tinha este coração

que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,

tão simples, tão certa, tão fácil:

- Em que espelho ficou perdida

a minha face?

• Esse poema se estrutura numa comparação entre como a pessoa era no passado e como ela é no presente. Para isso, o eu-poético utiliza-se de alguns termos para caracterizar as partes do corpo desse eu que está sendo desenhado ao leitor. Exemplifique.

• A autora utilizou-se de alguns recursos, entre eles, o uso de adjetivos que servem para caracterizar estados dos seres. Extraia do poema alguns exemplos.

• Faça uma pequena pesquisa sobre Cecília Meireles e quais são as características constantes em sua obra.

8.) Leia a Poesia de Meireles “A velhice pede desculpas” e o poema de Olavo Bilac “A velhice”.Em seguida responda:

a) Destaque os pontos comuns entre os poemas.

b) Como é retratada a velhice em cada poema.

A Velhice Pede Desculpas

Tão velho estou como árvore no inverno,

vulcão sufocado, pássaro sonolento.

Tão velho estou, de pálpebras baixas,

acostumado apenas ao som das músicas,

à forma das letras.

Fere-me a luz das lâmpadas, o grito frenético

dos provisórios dias do mundo:

Mas há um sol eterno, eterno e brando

e uma voz que não me canso, muito longe, de ouvir.

Desculpai-me esta face, que se fez resignada:

já não é a minha, mas a do tempo,

com seus muitos episódios.

Desculpai-me não ser bem eu:

mas um fantasma de tudo.

Recebereis em mim muitos mil anos, é certo,

com suas sombras, porém, suas intermináveis sombras.

Desculpai-me viver ainda:

que os destroços, mesmo os da maior glória,

são na verdade só destroços, destroços.

Cecília Meireles, in 'Poemas (1958)'

...

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