Condição Pós-Moderna

HARVEY,David. Condição Pós-Moderna: Uma Pesquisa sobre as Origens da Mudança Cultural. 5 ed. São Paulo: Edições Loyola.p.21-67. Esta obra, em sua primeira parte, trata de uma reflexão da passagem da modernidade à pós-modernidade na cultura contemporânea. A modernidade rompe com todas as condições históricas antecedentes e é caracterizada por um processo de fragmentações e rupturas internas e inerentes, tentando descobrir os elementos “eternos e imutáveis”, estando sempre comprometido com a descoberta, dessa forma a transitoriedade das coisas acabou dificultando a preservação de todo sentido de continuidade histórica. Os pensadores iluministas criaram o chamado “projeto da modernidade” durante o século XVIII que tinha como objetivo a revelação das qualidades “eternas e imutáveis” de toda a humanidade, através da busca da emancipação humana, do domínio científico da natureza e do desenvolvimento de formas racionais de organização social e de modos racionais de pensamento. O modernismo valorizava a criatividade humana, a descoberta cientifica e a busca da excelência individual pelo progresso humano. Os iluministas enfatizavam o turbilhão da mudança selecionando a transitoriedade, o fugidio e o fragmentário como condições necessárias para que o processo de modernização pudesse ser realizado. Abordavam doutrinas de igualdade, liberdade, fé na inteligência humana e razão universal. Já no século XX o projeto do iluminismo sofre com contradições em que acreditavam que eles queriam transformar a busca da independência humana num sistema de opressão universal em nome da libertação. A lógica oculta na racionalidade iluminista é uma lógica de dominação e opressão, e a ânsia por dominar a natureza envolvia o domínio dos seres humanos, o que no final só poderia levar a uma condição de autodominação. O pensamento iluminista possuía muitos problemas e contradições. O projeto da modernidade nunca deixou de ter seus críticos. O modernismo se preocupava com a linguagem, com a descoberta de modalidades especiais de representação de verdades eternas, com a criação de novos códigos , novas significações, e queria representar o eterno através de um efeito instantâneo, mas para isso teria que congelar todas as suas qualidades transitórias. Surgido antes da primeira guerra, era mais uma reação à industrialização. Uma luta para reproduzir uma criação capaz de encontrar um lugar impar no mercado. O modernismo internacionalizou seu próprio turbilhão de ambiguidade, de contradições e de mudanças estéticas pulsantes, ao mesmo tempo em que buscava afetar a estética da vida diária. O pós-modernismo representa uma ruptura radical com o modernismo. Ele prega o desenvolvimento da ação, do desejo e do pensamento através da proliferação, justaposição e disjunção. Prefere o que é positivo e múltiplo e difere da uniformidade. Porém, a condição da fragmentação, efemeridade, descontinuidade e mudança caótica no pensamento modernista pós-moderno é importante. Muitos pensadores pós-modernos estão fascinados pelas novas possibilidades da informação e da produção, análise e transferência de conhecimento. Ele examina de perto as novas tecnologias de disseminação, produção e uso desse conhecimento, considerando-as uma importante força de produção. O modernismo mudou porque as condições técnicas e sociais de comunicação se transformaram.

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