Consumo consciente: uma análise do nível de sensibilização dos consumidores para estudantes de administração de alta escolas UESPI Uruçuí campus

Consumo Consciente: uma análise do nível de consumo consciente dos jovens universitários de administração da UESPI campus de Uruçuí.

1. Introdução

O Reconhecimento de que os recursos naturais oferecidos pela natureza são finitos e que a sobrevivência da espécie humana depende de um desenvolvimento sustentável, tem obrigado a sociedade a repensar na forma como se relaciona com o meio ambiente. Para tanto é necessário um novo estilo de vida, baseado numa ética plena, novos valores e novos hábitos de consumo (GONÇALVES-DIAS et al. 2006).

A gravidade dos problemas ambientais ocorridos nos últimos cem anos, fez surgir, a partir da década de 70, movimentos ambientais que ganharam força e passaram a desempenhar um papel importante na sociedade. Simultaneamente a esses movimentos nasceu um novo tipo de consumidor, o consumidor consciente, que preocupa-se em ponderar os impactos de seu padrão de consumo na natureza. Em virtude de um novo modo de perceber o meio ambiente, é notório algumas mudanças em relação à conscientização dos padrões de consumo (BEDANTE, 2004).

O consumidor consciente é aquele que não somente busca informações sobre os processos de produção e serviços, mas que também pratica essa atitude. Esse consumidor, pelo fato de ter consciência do impacto causado por seu consumo na natureza, busca estabelecer uma relação responsável e ética em relação ao meio ambiente (MONTEIRO et al., 2012).

Furriela (2001 apud TÓDERO, 2009) afirma que consumo consciente é o consumo de bens e serviços que sejam produzidos com respeito ao meio ambiente, de forma que não venham a prejudicar o atendimento das necessidades das gerações futuras. A promoção desse tipo de consumo depende da conscientização das pessoas e que elas sejam conhecedoras da importância dessa prática para a natureza. O consumo consciente ou sustentável, segundo Tódero (2009) é uma das principais manifestações de responsabilidade social e ambiental do cidadão.

Ottman (1994, p.8 apud CARDOSO; CAIRRÃO, 2007) afirma que:

Os indivíduos estão agindo de acordo com seus valores por meio do poder de suas decisões de compra. [...] Numa tentativa individual de se protegerem e protegerem o planeta, esses consumidores estão moldando uma nova tendência denominada consumismo ambiental só comprando produtos que consideram verdes e deixando produtos não verdes na prateleira.

O termo produtos verdes, está relacionado a produtos fabricados ou produzidos de forma que não prejudique o meio ambiente, ou prejudique menos. São produtos ecologicamente e responsavelmente ecológicos. Lages e Neto (2002) afirmam que os produtos verdes são ambientalmente corretos e não trazem agressões ao meio ambiente e ao ser humano.

Cardoso e Cairrão (2007) afirmam que os jovens estão muito ligados ao consumismo e ao materialismo, e que utilizam disso para se diferenciarem uns dos outros, criando um estilo de vida que cultiva o presente e a satisfação de suas necessidades. Ainda considerando, segundo Iseri, Silva e Silva (2011, p.219) que “o ambiente acadêmico é um lugar de fomento a ideias inovadoras e que contribuem para formação de opinião”, o presente estudo visa responder ao seguinte questionamento: Qual o nível do consumo consciente dos jovens universitários da Uespi campus de Uruçuí? No intuito de entender melhor tal contexto, este estudo tem por objetivo analisar o nível de consciência ambiental dos universitários no que se refere ao consumo consciente. Sendo que seu valor deve-se ao fato de ser conveniente buscar entender as atitudes dos jovens a partir de seu próprio ponto de vista (CARDOSO 2006 apud CARDOSO; CAIRRÃO, 2007). Outrossim ainda existem poucos estudos que analisem, em particular, os jovens em relação ao consumo consciente, afirmam Cardoso e Cairrão (2007). Para responder a essa questão determinou-se como objetivo de pesquisa os discentes do curso de administração e a consciência ambiental de cada um relacionando ao seu nível de consumo consciente.

2. Referencial teórico

2.1 Contextualizando Consumo Consciente e os jovens universitários

Após a revolução industrial, com os avanços da tecnologia e o crescimento da população, a atividade do homem no planeta tem causado impactos negativos ao meio ambiente, que antes era visto como algo inesgotável (CORAL, 2002). O desenvolvimento populacional em conjunto com o aumento do nível de consumo, conforme Scarpin (2011) tem deflagrado um olhar mais atento à utilização dos recursos naturais.

Gomes, Gorni e Dreher (2011, p. 82) afirmam que “um dos pilares que sustentam o desenfreado processo de produção é o consumo inadequado, aquele que extrapola os limites”. Neste sentido, Schultz (2002 apud GOMES; GORNI; DREHER, 2011) ressalta que se os padrões atuais de consumo forem mantidos, a capacidade do planeta em sustentar tudo isso estará comprometida.

A explosão do consumismo, segundo Leite e Santos (2007), tem resultado um padrão de desenvolvimento que trás inúmeros impactos negativos a sociedade e ao meio ambiente, esgotando os recursos naturais do planeta. Frente a isso tem se destacado uma nova postura no comportamento do consumidor, devido a uma maior sensibilização de que o modelo de produção e consumo adotado pelo homem é insustentável. Diante de uma realidade que aponta a possibilidade de escassez dos recursos naturais, a humanidade tem se mostrado disposta a repensar na forma como se relaciona com o meio ambiente, sendo que, o ato de consumir é um dos comportamentos que melhor demonstram essa relação recíproca. Neste contexto, surgem os primeiros indivíduos que buscam consumir de maneira mais consciente (INSTITUTO AKATU, 2003).

Segundo o Instituto Akatu (2010) o consumidor consciente é aquele que busca o equilíbrio entre sua satisfação pessoal e do planeta, ou seja, reflete a respeito de seus atos de consumo e como eles irão repercutir em si mesmo, na sociedade e no meio ambiente. No que diz respeito aos jovens universitários, Sutherland e Thompson (2003 apud GOMES; GORNI; DREHER 2010), afirmam que a juventude está associada ao consumismo, vinculado às marcas e tecnologias, com as quais se identificam e se diferenciam de seus pares. Porém, segundo Cardoso e Cairrão (2007) os jovens tem apresentado sinais de maturidade e comportamento que revelam a afirmação de sua personalidade e consciência ambiental, embora haja discrepância entre essa consciência e prática.

Apesar disso, de acordo com o Instituto Akatu (2001,