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Por:   •  5/10/2014  •  2.681 Palavras (11 Páginas)  •  1.133 Visualizações

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Fraudes Contábeis

Worldcom

Empresa fundada em 1979, por meio da execução de uma estratégia agressiva de aquisições e fusões, tornou-se a segunda maior companhia de telefonia de longa distancia nos Estados Unidos e uma das maiores companhias no fornecimento de trafego de dados da internet.

Não se trata apenas da maior fraude da história corporativa dos Estados Unidos nem do espectro da falência da segunda maior operadora de chamadas de longa distância do país. A divulgação de um rombo de cerca de US$ 4 bilhões nas contas da americana WorldCom, na quarta-feira, fez tremer a terra porque tocou em algo além dos números – mexeu na fé em relação ao que eles representam. Bolsas de valores nos quatro continentes arriaram sob o peso da desconfiança em um sistema de contabilidade que, por longos anos, assinou atestados de saúde para gigantes do mundo empresarial. Para os investidores, deter ações de multinacionais deixou nos últimos dias de ser um negócio com lucro certo e virou um arriscado jogo de roleta-russa.

O caso WorldCom, imbatível no tamanho do buraco financeiro, é o mais recente de uma série de escândalos envolvendo verdadeiros mitos capitalistas. Empresas recheadas de lucros e consideradas exemplos de administração moderna ruíram ou estão com a reputação para sempre comprometida por causa de manobras ilegais. Quem aplicou dinheiro nelas e acreditou em balanços auditados segundo regras amplamente aceitas possui hoje apenas um punhado de pó nas mãos.

A WorldCom tem quase US$ 30 bilhões em dívidas com bancos. As instituições mais penduradas – como Citigroup, Bank of America e Chase, que emprestaram mais de US$ 4,5 bilhões aos executivos da companhia – viram o preço de seus papéis despencar junto com os índices das bolsas. A recuperação do dinheiro, afinal, é incerta, mesmo com o anúncio de que, para escapar da forca, a WorldCom vai demitir um quinto da força de trabalho, ou 17 mil pessoas. As ações da empresa já valeram mais de US$ 60. Hoje viraram trocado: estão cotadas em cerca de US$ 0,20.

Enron

Além de ter sido marcado pelos atentados terroristas de 11 de setembro, 2001 também foi o ano em que eclodiu um dos maiores escândalos corporativos, a fraude contábil na Enron, uma das maiores empresas da época e que era tida como inovadora ou admirável por muitos. O caso teve uma série de consequências além da falência da Enron, como a dissolução de uma das maiores firmas de contabilidade da época (Arthur Andersen) e a criação da lei Sarbanes-Oxley.

A Enron era uma empresa de energia que tinha como principais atividades a comercialização de eletricidade e gás natural. Suas receitas em 2000 eram (supostamente) de US$ 100 bilhões e o valor de mercado da empresa ultrapassou os US$ 60 bilhões, o que significa 70 vezes o lucro e seis vezes o valor contábil.

As práticas duvidosas da empresa incluem a manipulação do reconhecimento contábil das receitas para inflar lucros de curto prazo, o uso de marcação a valor justo para contratos de longo prazo, apesar (ou, pensando do lado dos fraudadores, por conta) da complexidade e dificuldade de se estabelecer um valor de mercado a esses contratos, sem falar na falta de transparência dos cálculos.

Os ganhos dos envolvidos nas fraudes vinham de agressivos pacotes de remuneração que cresciam com a alta das ações impulsionada pelos lucros falsos, tudo sob consentimento do conselho de administração (presidido por Kenneth Lay, fundador da empresa e um dos fraudadores), que falhou em monitorar a direção da empresa.

A Enron era tida como uma empresa inovadora, admirada (eleita entre 1996 e 2001 como uma das empresas mais admiradas segundo a revista Fortune) e dinâmica, e Kenneth Lay era uma celebridade dos mundos dos negócios (algo que não se vê muito no mundo pós-crise, mas era comum nos tempos da bolha ponto com), além de possuir conexões políticas de alto nível (o que inclui o ex-presidente americano George W, Bush, por quem era chamado de Kenny-boy).

Como consequência do escândalo, foi criada a lei Sarbanes-Oxley, que procurou aumentar a transparência e a qualidade das demonstrações contábeis das empresas de capital aberto com ações negociadas nos Estados Unidos (incluindo ADRs de empresas brasileiras). Outra consequência foi a destruição da poupança dos empregados da empresa, que aplicavam boa parte das economias em ações da empresa e perderam praticamente tudo com a falência da Enron. Kenneth Lay seria potencialmente condenado a 45 anos de prisão, porém, morreu antes do término do julgamento sem nunca ter admitido os crimes cometidos e culpando outros (vendedores a descoberto, a imprensa, executivos mal-intencionados etc.)

Xerox

A Xerox Corporation é uma empresa estadunidense que atua no setor de tecnologia da informação e documentação. É mundialmente conhecida como a inventora da fotocopiadora, embora também desenvolva e fabrique outros produtos, como impressoras e papel. Atuando também no ramo de serviços de aluguel de equipamentos, terceirização de documentos e receitas financeiras. Ingressando posteriormente no mercado de ações, vendendo títulos vinculados a sua empresa.

A empresa admitiu ter inflado as receitas durante cinco anos, declarando erroneamente vendas de equipamentos e contratos de serviços. Declarou ainda ter registrado US$ 6,4 bilhões como receitas de venda, sendo que US$ 5,1 bilhões desse montante foram na realidade recebidos por aluguel de equipamentos, serviços, terceirização de documentos e receitas financeiras.

A manipulação da contabilidade teve como objetivo apresentar a Securities and Exchange Commission (SEC), a CVM americana, resultados onde a companhia cumpria as previsões de lucros. Uma vez tendo a aprovação do órgão americano, a companhia poderia ter acesso a empréstimos, financiamentos e renovação de contratos com outras grandes empresas e governos pelo mundo.

No mercado americano, grandes corporações como a Xerox, têm de apresentar para a SEC, seus balanços auditados duas vezes ao ano, para que possam ter renovadas suas licenças de negócios, inclusive para participar na venda de ações em bolsas de valores.

Os balanços da Xerox num primeiro momento foram auditados pela KPMG, que opera como uma rede internacional de firmas-membro que oferecem serviços de Auditora, Tax e Advisory. E posteriormente re-examinados então pelos auditores da PriceWaterhouseCoopers, que assumiram a conta, após a companhia romper contrato com a KPMG.

Nessa nova auditoria feita pela PriceWaterhouseCoopers verificou-se

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