Conversa Sobre Avaliação

Conversa sobre Avaliação

Cássia Nunes

A ampliação do ensino fundamental para nove anos representa um avanço importantíssimo na busca de inclusão e êxito das camadas populares em nosso sistema escolar.

No entanto é preciso planejar e avaliar aquilo que estamos ensinando e o que as crianças e adolescentes estão aprendendo desde o início da escolarização.

É nesse sentido que buscamos, através de uma conversa informal, o julgamento acerca dos métodos avaliativos utilizados pelas escolas municipais.

A avaliação é uma das atividades pedagógicas inseridas no projeto político pedagógico da escola e esta objetiva fazer o reconhecimento da evolução do conhecimento bem como a superação das dificuldades implicadas pelo mesmo.

A nossa avaliação tem início no começo do ano letivo.

É feita diariamente, durante todo o processo de aprendizagem. É uma avaliação diagnóstica, continua e processual. Estamos sempre atentos à presença e ausência de conhecimentos e habilidades através da observação que geralmente é realizada no início do ano letivo para conhecer as características relevantes do aluno, podendo ser feita em outra época.

Nossa cultura valoriza o uso das notas, pois para o senso comum, avaliar é uma medida, mas para nós pedagogos da modernidade, medir não é avaliar ainda que medir, faça parte do processo de avaliação.

Nós somos professores da hegemoneidade, mas não sabemos ser professores das diferenças. Nós desconhecemos as capacidades das pessoas.

O processo de avaliação envolve juízos de valor e de realidade e, deve ser feita a cada momento em que o conhecimento se dá; pois o seu foco é fornecer informações acerca do processo ensino aprendizagem.

Avaliar é preciso, mas, para isto é necessário abrir mão do uso autoritário como a forma de classificar o aluno. É preciso avaliar ás necessidades ou deficiências do aluno; ou seja, avaliar o indivíduo em todas as suas dimensões e em muitas vezes, alterar a metodologia de trabalho em sala de aula, pois, devemos nos preocupar com o processo e não apenas com o produto. Deve-se utilizar diferentes instrumentos para construir múltiplos olhares sobre o desenvolvimento do aluno e evitar posturas discriminatórias.

É necessário conhecer as dificuldades dos alunos e planejar atividades que ajudem a superá-las.

Muitas vezes o professor investe na dimensão cognitiva e esquece-se da dimensão afetiva.

Assim propomos que o professor ao planejar as situações didáticas, reflita sobre os estudantes, considerando o desenvolvimento integral deles, considerando as suas características individuais e os saberes de que dispõem. É papel do professor, elaborar estratégias que supere as dificuldades de seus alunos favorecendo o desenvolvimento deles. Em suma a avaliação deve estar pautada no cuidado com as crianças e adolescentes em dificuldades e na valorização daqueles que já superaram as deficiências.