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Crise Do Petróleo

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Por:   •  26/11/2014  •  2.211 Palavras (9 Páginas)  •  356 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A crise do petróleo foi desencadeada num contexto de déficit de oferta, com o início do processo de nacionalizações e de uma série de conflitos envolvendo os produtores árabes da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), como a guerra dos Seis Dias (1967), a guerra do Yom Kipur (1973), a revolução islâmica no Irã (1979) e a guerra Irã-Iraque (a partir de 1980), além de uma excessiva especulação financeira. Os preços do barril de petróleo atingiram valores altíssimos, chegando a aumentar até 400% em cinco meses, o que provocou prolongada recessão nos Estados Unidos e na Europa e desestabilizou a economia mundial.

Em 1973 as nações participantes da OPEP formaram o mais contundente cartel da história econômica contemporânea e elevaram os preços de referência do petróleo bruto nos mercados internacionais de US$ 2,5 para US$ 11,0 por barril. Esta inesperada e substancial elevação de preços acarretou, além de ampla redistribuição da renda mundial a favor dos países exportadores de petróleo, sérios problemas de adaptação para os importadores.

FASES DA CRISE

Primeira fase: Em 1956 depois que o presidente do Egito na época Gamal Nasser nacionalizou o Canal de Suez até então propriedade de uma empresa Anglo-Francesa. O canal é uma importante passagem para exportação de produtos da região para países ocidentais, pelo que em virtude dessa crise, o abastecimento foi interrompido, com o bloqueio do Canal, levando a um aumento súbito do preço do petróleo.

Segunda fase: Aconteceu em 1973 em protesto pelo apoio prestado pelos Estados Unidos a Israel durante a Guerra do Yom Kippur, tendo os países árabes organizados na OPEP aumentando o preço do petróleo em mais de 400%.

Terceira fase: Ocorreu em 1979 durante a crise política no Irã e a consequente deposição de Xá Reza Pahlevi o que desorganizou todo o setor de produção no Irã, onde os preços aumentaram em mais de 1000%. Na sequência da Revolução iraniana, travou-se a Guerra Irã-Iraque, na qual foram mortos mais de um milhão de soldados de ambos os países, tendo o preço disparado em face da súbita diminuição da produção de dois dos principais produtores mundiais.

Quarta fase: Foi a Guerra do Golfo em 1991, depois que o Iraque governado por Saddam Hussein ter invadido o país vizinho Kuwait, um dos maiores produtores de petróleo do mundo. Com a invasão das forças militares dos EUA e dos países aliados, os iraquianos foram expulsos do Kuwait. Contudo incendiaram alguns poços de petróleo do emirado provocando uma crise econômica e ecológica.

REPERCUSSÃO DA CRISE NOS PAÍSES EXPORTADORES E NO BRASIL

A curto prazo a maioria dos governos desses países defrontou-se com problemas de financiar inesperados e vultosos déficits de seus balanços de transações correntes e de diluir os custos da crise por todos os segmentos da sociedade evitando assim que o peso do seu impacto se concentrasse inteiramente nos setores ligados ao petróleo. Já os problemas de longo prazo relacionam-se essencialmente com a necessidade de ampliar a oferta de fontes alternativas de energia, desenvolver tecnologias e estilos de vida adequados a essas novas condições de oferta.

Enquanto isto os problemas econômicos de médio consistiam, como ainda em grande parte consistem, em adaptar a economia das nações importadoras a três consequências fundamentais da elevação dos custos de importação de petróleo: (a) queda das trajetórias de crescimento de suas rendas nacionais e, portanto, de suas oportunidades de consumo; (b) aumento dos custos relativos de produção de bens e serviços que utilizam petróleo intensamente; (c) queda da taxa de rentabilidade global dos estoques de capital investidos internamente nesses países, em comparação com as taxas de juros internacionais.

NO BRASIL

A situação extremamente favorável à economia brasileira foi interrompida em 1974 corre a crise do petróleo. A duplicação dos preços do produto deteriorou as relações de troca do País e exerceu forte pressão sobre as importações.

Em 1973, sobreveio a crise do petróleo, com repercussões profundas sobre a economia mundial, desde aquela data o Brasil vem apresentando taxas crescentes de inflação. Cada novo choque de preços conduzia a inflação a um patamar mais alto, para posterior acomodação num novo nível.

A escolha da política de adaptação no Brasil gerou muita controvérsia. Alguns círculos de opinião preconizaram processo rápido de acomodações, através de tratamento de choque similar ao adotado pelos principais países industrializados, que compreendesse redução drástica dos gastos do setor público e das importações, especialmente de petróleo, sob pena do endividamento externo crescer em bola de neve e conduzir o país à insolvência.

O governo brasileiro, ao contrário, optou por uma estratégia denominada de “desaceleração progressiva”, sob alegação de que uma política de tratamento de choque geraria desemprego em massa e poderia provocar grande desorganização do setor produtivo, de consequências econômicas e sociais imprevisíveis, e a crise do petróleo havia aberto um leque considerável de oportunidades para substituir importações, especialmente nos setores de bens de capital e de insumos básicos.

O cerne dessa estratégia consistia em: (a) manter as importações físicas de petróleo em níveis relativamente elevados, com objetivo de não prejudicar o nível da atividade econômica interna, até que fosse possível se levar a cabo sua substituição por outras fontes energéticas; (b) intensificar o esforço de investimento interno, em especial na área de substituição dessas importações e na área de produção de álcool carburante visando, de um lado, contrabalançar o aumento do valor das importações de petróleo e, de outro lado, diminuir as necessidades de sua importação, a médio prazo; (c) estimular as exportações afim de fazer face, a curto prazo, tanto ao aumento do valor das importações de petróleo como ao aumento do valor de importações associadas ao próprio programa de substituição de importações concebido pelo governo.

Conforme se sabe essa estratégia resultou em manter elevado ritmo de crescimento da atividade econômica interna e do emprego, em particular no setor industrial, mesmo durante períodos nos quais os países desenvolvidos foram acometidos por profunda recessão. Em contrapartida, essa estratégia foi acompanhada: por arrefecimento da taxa de crescimento da produção agrícola, sobretudo no setor dos produtos agrícolas essenciais; (b) por substancial aumento da dívida

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