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Crises Cambiais

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Por:   •  24/11/2013  •  490 Palavras (2 Páginas)  •  299 Visualizações

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Crises cambiais

Em muitas das economias da América Latina a década de 90 é marcada por um nítido movimento de adesão a regimes cambiais mais pegged (rígido, ancorado), como um dos instrumentos importantes de combate a inflação. Ao mesmo tempo em que tal estratégia se mostrava bem sucedida, desequilíbrios macroeconômicos de diversas naturezas se apresentavam. De fato, a implementação de um regime de câmbio mais pegged veio acompanhada de forte valorização da taxa de câmbio real, comprometendo o equilíbrio das contas externas e exigindo, muitas das vezes, que as economias abrissem mão da autonomia de suas políticas monetárias. Daí os desequilíbrios nas contas públicas e a impossibilidade de políticas macroeconômicas voltadas para o crescimento econômico e para a geração de emprego.

Pretende-se, com este trabalho, apresentar um panorama destes regimes de taxas de câmbio nas principais economias da América Latina, destacando as suas consequências no balanço de pagamentos. Pode-se verificar uma maior interdependência macroeconômica entre as economias desta região, no que se refere ao comércio internacional e os impactos nas contas externas. Isto se dá num contexto de abertura comercial e de intensos influxos de capitais. Destaca-se também uma maior vulnerabilidade externa às crises financeiras e cambiais advindas de outras regiões; bem como um mecanismo endógeno de propagação de crises no interior da região.

Num primeiro momento, mostra-se como a escolha da estratégia cambial está fortemente associada à necessidade interna de combate aos processos inflacionários crônicos de então. Trata-se de um esforço no sentido de recuperar padrões monetários domésticos.

Num segundo momento, abordam-se as implicações nas contas externas sob um regime de câmbio mais pegged, ou seja, como se dá o novo ajustamento. Neste caso, a implementação de uma estratégia monetária e cambial com o objetivo da estabilizar os preços internos acaba por provocar desequilíbrios nas contas externas, forçando as mesmas economias a alterarem suas estratégias cambiais recém adotadas. Os crescentes influxos de capitais possibilitaram uma sobrevida de equilíbrio nestas contas, às custas, no entanto, da exigência de altas taxas de juros. O que significa dizer que a política monetária teve de subordinar-se às injunções deste tipo de ajustamento externo.

Cria-se assim um nítido ciclo cambial de regimes de câmbio mais flexíveis para regimes mais pegged e, novamente, de retorno aos regimes mais flexíveis – e, em alguns casos, combinados em acordos com instituições monetárias internacionais e com novas abordagens de políticas monetárias, como o inflation targeting.

Num terceiro momento, faz–se necessário a exposição da relação fluxos de capitais, taxa de câmbio e ajustamento externo para que se possa finalmente caracterizar o processo de escolha de regimes cambiais nesta década e suas conseqüências para o balanço de pagamentos.

As considerações finais destacam que, de fato, a escolha de regimes de câmbio mais pegged está fortemente associada ao processo de inflação alta, ao mesmo tempo, independentemente do grau de flexibilidade da correção cambial, as economias da região passaram a apresentar maior vulnerabilidade externa e, conseqüentemente, uma maior exposição a eventuais crises

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