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DIÁLOGOS SOBRE PESQUISA EM EDUCAÇÃO

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Por:   •  18/3/2015  •  1.019 Palavras (5 Páginas)  •  307 Visualizações

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Diálogos sobre pesquisa em educação

Adelayde Rodrigues Alcântara de Oliveira - UFAL

Sobre a História da Educação e Retórica: Ethos e Pathos como meios de prova

O pesquisador em educação encontra caminhos para alcançar seus objetivos, mas antes é necessário que aprenda a ser pesquisador. Para isso alia-se às teorias científica e teórica como fundamentos de suas ações e dedica-se a aprender um habitus científico que conduz formas de procedimentos para a realização do seu trabalho investigativo.

A exemplo dessa busca em acertar o percurso da pesquisa, Cunha (2010), na incumbência de apresentar uma súmula da pesquisa realizada pelo Grupo de Pesquisa Retórica e Argumentação da Pedagogia, destaca Carlos Ginzburg e analisa suas obras. A primeira Sinais, que interpreta a investigação de eventos implícitos de forma indiciária, fato que não corresponde à rigidez científica, e portanto não convence, mas na segunda obra, Relações de Força, almeja provar que é possível fundamentar uma pesquisa através da relação entre história, retórica e prova, isto porque as verdades estão nas entrelinhas que precisam ser interpretadas na história, argumentadas com fatos consistentes, para então convencer pathos sobre as mesmas e expor as respectivas soluções.

Tomando como ponto de partida um texto, que representa logos, peça de um discurso, que tem a comunicação como sua maior função, responsável pela interlocução entre ethos e pathos, recebe significados que superam as expectativas dos diálogos esperados. Nesse processo também é ressignificado quando existe a necessidade de unir ideias de autores para dialogar uma temática. Automaticamente a retórica é trabalhada para transmitir ao público as convicções necessárias e positivas. O maior inimigo desse processo são as teorias que estabelecem o que deve e o que pode ser visto, fato que resulta em uma disseminação epistemológica. Para combater esse conflito, o pesquisador deve analisar os discursos teóricos e escolher os melhores logos que vão permitir que ethos consiga atender phatos. Tal processo simplifica a vida do pesquisador e atende aos leitores, pois durante a escolha dos teóricos para uma pesquisa, atenta-se para os contextos, os fatos da época, as influências, a quem interessará o corpus, com o cuidado de aprofundar todas as análises e não permitir a desleitura, a fim de evitar interpretações distorcidas do que se pesquisa.

Dialogar entre vários textos, recontextualizar, porque de um texto sempre nasce outro. O trato desse diálogo segue procedimentos para uma investigação que consiste na análise retórica, rica em argumentações consistentes, mas não de caráter exato, passíveis de julgamentos, que possam ser contestadas, derrubadas, e assim, continuar a arte do discurso.

“A análise retórica visa contribuir para estabelecer o diálogo entre as diversas teorias educacionais na expectativa de propiciar a formação de uma imagem mais aprimorada do objeto investigado, a educação, em busca de ultrapassar a dispersão epistemológica vigente.” Eis a grande intenção citada por Cunha (2010, p. 42) que deve ser lida, interpretada e sentida pelos responsáveis por desenvolver pesquisas.

Sobre a construção do objeto de pesquisa

A pesquisa possui um tempo estabelecido pelas instituições para acontecer, mas nem sempre a formação do pesquisador acompanha, pois existem análises, escolhas, revisões num cronos que se torna obstáculo, é preciso torná-lo criativo para corresponder aos prazos.

Com base na experiência de regras contestadas, corrigidas, aperfeiçoadas se faz pesquisa. Valdemarim (2010, p.49) descreve reflexões do trabalho realizado e esclarece que “na prática de pesquisa estão presentes também as apropriações pelo pesquisador de bibliografia de ampla circulação mobilizada para a compreensão de um determinado tema, que por sua vez impõe significados e direcionamentos.”

A interpretação da construção do objeto é uma excelente atividade para se concretizar a pesquisa voltada para o trabalho empírico, e nesse mesmo processo, podem surgir mudanças, desvios, atalhos, tudo depende

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