Desenvolvimento E Construcoes Sutentaveis
Ensaios: Desenvolvimento E Construcoes Sutentaveis. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: samantanippon • 4/11/2014 • 3.988 Palavras (16 Páginas) • 260 Visualizações
DESENVOLVIMENTO E CONSTRUCÕES SUSTENTÁVEIS
RESUMO
O artigo trata sobre questões relacionadas com o desenvolvimento sustentável no que se refere à construção de edificações, espaços urbanos e o aumento da geração de Resíduos da Construção e Demolição – RCD que são lançados no meio ambiente. Inicia com a discussão sobre os problemas ambientais causados pelo modelo de desenvolvimento atual e traça um breve histórico sobre a evolução do conceito de sustentabilidade e suas implicações na área da construção civil,arquitetura e urbanismo. Relata os problemas ambientais causados pela construção das edificações e cidades e traz, em seguida, alguns exemplos de construções sustentáveis reconhecidos internacionalmente. A partir deste referencial propõe parâmetros no sentido de se alcançar a sustentabilidade no setor construtivo. Por último são apontados dados levantados em diversas cidades brasileiras onde o RCD representa mais de 50% da massa de resíduos sólidos urbanos. A indústria da construção apresenta particularidades, e, dentre suas principais características estão o elevado desperdício e o grande impacto ambiental provocado pelo volume de resíduos gerados e pela grande quantidade de matéria-prima consumida, sendo motivo de diversas discussões quanto à necessidade de se buscar o desenvolvimento sustentável.
Palavras-chave: construções sustentáveis, parâmetros de sustentabilidade, comunicação
Interdisciplinar, Resíduos da Construção Civil e Demolição. Gestão. Impactos Ambientais. Desenvolvimento Sustentável.
1. INTRODUÇÃO
1 DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE
A manutenção de uma taxa de crescimento econômico como a da segunda metade do
século XX, provavelmente terá consequências irreversíveis e desastrosas para o
ambiente natural e para o ser humano. Mesmo que a espécie humana não desapareça, certamente o seu padrão de vida será modificado e talvez o número de seres humanos que habitam o planeta diminua dramaticamente. No século XX acelerou-se a velocidade de transformação do ambiente, possibilitada pela tecnologia moderna. Este ritmo de transformações reduzirá a décadas o tempo disponível para tratar dos problemas de degradação ambiental (HOBSBAWN, 1995, p.547).
A falta de uma política adequada para a destinação do grande volume dos resíduos sólidos gerados através das atividades do setor da construção civil, que no Brasil é estimado em 68,5 milhões de tonelada por ano, Freitas (2009), tem desafiado os gestores públicos no sentido de encontrarem soluções para estes problemas, sempre na busca de minimizar os danos ao meio ambiente. No Brasil, o art. 225 da Constituição Federal de 1988, prevê que “todos têm direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida [...]”. (BRASIL, 1988).
Diante desta previsão legal do nosso ordenamento jurídico, a preocupação com o gerenciamento de resíduos da construção civil vem se consolidando como uma prática importante dentro da concepção de desenvolvimento sustentável, uma vez que a grande quantidade de resíduos gerados nas atividades da construção civil (construções, reformas, ampliações e demolições) e sua consequente destinação final, quando não realizadas em conformidade com as diretrizes estabelecidas pela Resolução n.º 307, de 05 de Julho de 2002, do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA (BRASIL, 2002) podem resultar em impactos ambientais graves podendo se manifestar entre outros aspectos através dos alagamentos, deslizamentos de encostas, degradação de áreas de preservação permanente, assoreamento de córregos e rios, obstrução de vias e logradouros públicos, proliferação de vetores de doenças, queimadas entre outros, que tantos malefícios causam à população e ao meio ambiente.
Abordar-se a contextualização do tema, que consiste, sucintamente, no problema enfrentado pelo ramo da construção civil como um todo, e no que diz respeito à dificuldade para a viabilização de construções inteligentes em face da escassez de espaço, reduzindo sempre que possível, o impacto sobre o meio ambiente e opatrimônio cultural.
1.1 CONTEXTUALIZAÇÕES DO TEMA E PROBLEMÁTICA
A crescente demanda por uma maior quantidade de bens e uma melhor
qualidade de serviços, exige que se explore o meio ambiente, necessitando de uma compreensão mais responsável dos limites de tal exploração.Atualmente, pode-se observar a existência de uma preocupação constante no mercado, com o desenvolvimento de legislações, normas e regulamentos, cada vez mais complexos e completos, sobre a conservação ambiental, visto que há por parte dos diversos segmentos da sociedade - políticos, econômicos e sociais -, uma preocupação cada vez maior com este tema.A indústria da construção civil destaca-se pela importância que possui no contexto econômico nacional. É um setor complexo, que envolve diversas atividades periféricas, formando uma grande cadeia, a cadeia produtiva do setor da construção, organizada em cinco segmentos:
1) materiais de construção; 2) bens de capital para a construção (equipamentos, ferramentas, etc.); 3) edificações; 4) construção pesada; e
5) serviços diversos (imobiliárias, condomínios, serviços técnicos, etc.)
(Construbusiness, 2001).
Segundo John e Silva (2001), assim como o impacto econômico, o impacto ambiental do construbusiness é bastante expressivo e, infelizmente, não pode ser reduzido na mesma proporção dos avanços tecnológicos experimentados pelo setor. Os números variam de país a país, mas situando o problema, a indústria da construção e seus produtos, consomem aproximadamente 40% (quarenta por cento) da energia e dos recursos naturais, bem como geram 40% (quarenta por cento) dos resíduos produzidos por todo o conjunto de atividades humanas, podendo atingir até 75% (setenta e cinco por cento)..
A maioria dos profissionais da construção civil ignora a quantidade de resíduos sólidos gerados a partir da demolição e construção de obras civis e, quando conscientes da poluição ambiental, não estão orientados de como fazer uma destinação seletiva dos resíduos, através de uma deposição correta e
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