Desenvolvimento Econõmico
Trabalho Universitário: Desenvolvimento Econõmico. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: pathy09 • 16/8/2014 • 3.208 Palavras (13 Páginas) • 295 Visualizações
O forte crescimento da economia da China nos últimos 27 anos é fato amplamente conhecido. Já não constitui surpresa, portanto, a previsão para este ano de uma taxa de crescimento real de seu Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de 10%. Da mesma forma, é conhecido por todos o extraordinário aumento da competitividade das exportações de produtos manufaturados chineses, deslocando rapidamente produtores tradicionais, inclusive de países desenvolvidos.
Menos conhecidas e compreendidas, no entanto, são as causas desse processo. Dentre as causas apontadas, destacam-se os investimentos diretos externos (IDEs), em sua maioria voltados para exportação, transferindo tecnologia e fornecendo capital para o país, além do baixo custo da mão-de-obra associado ao relativamente alto nível de qualificação.
Enfatizam-se também as medidas de política industrial, como os incentivos fiscais concedidos a setores determinados, a obrigação de as empresas multinacionais (EMNs) se associarem a um parceiro doméstico e a proibição de investir em certos setores, bem como a manutenção de uma taxa de câmbio fixa e desvalorizada estimulando as exportações. Todos esses fatores certamente contribuíram para o espetacular crescimento econômico chinês, mas estão longe de explicar adequadamente esse processo. Afinal, algumas dessas
características estiveram presentes em diversos outros países e regiões sem que o efeito fosse nem ao menos parecido.
Há uma dimensão em que o fenômeno chinês pode ser considerado como uma terceira onda do modelo asiático, após a do Japão, ainda na década de 1950, e a dos quatro newly industrialized countries (NICs) – Cingapura, Coréia do Sul, Hong Kong e Taiwan –, já na década de 1970. Essa dimensão é a ênfase no comércio internacional, talvez por todas se caracterizarem por dotação relativamente menos favorecida de recursos naturais. De fato, o Japão e a Coréia do Sul adotaram algumas medidas que, em algum grau, se parecem com as chinesas, mas diferem em aspectos substanciais.
Uma diferença fundamental é o tamanho relativo desses três países asiáticos. Não há termos de comparação entre a dimensão geográfica de Coréia e Japão, de um lado, e China, do outro. Isso assume importância quando se nota que o desenvolvimento industrial da China ocorreu principalmente nas zonas costeiras, enquanto o interior permaneceu, em grande parte, dominantemente agrário, com taxas de crescimento bem menores e abrigando ainda a maior parte da população. Se o crescimento anual médio da China foi de 9,5% nesses 27 anos, nas zonas costeiras – que, por si só, são maiores do que Japão e Coréia somados –, a taxa atingiu cerca de 15% a.a., muito acima do ritmo de crescimento de qualquer outro país durante um período tão longo.
Como explicar, então, o aumento do nível de atividade e da competitividade chinesa? O tamanho da resposta, evidentemente, deve ser compatível com o tamanho da economia chinesa. Características estiveram presentes em diversos outros países e regiões sem que o efeito fosse nem ao menos parecido.
Há uma dimensão em que o fenômeno chinês pode ser considerado como uma terceira onda do modelo asiático, após a do Japão, ainda na década de 1950, e a dos quatro newly industrialized countries (NICs) – Cingapura, Coréia do Sul, Hong Kong e Taiwan –, já na década de 1970. Essa dimensão é a ênfase no comércio internacional, talvez por todas se caracterizarem por dotação relativamente menos favorecida de recursos naturais. De fato, o Japão e a Coréia do Sul adotaram algumas medidas que, em algum grau, se parecem com as chinesas, mas diferem em aspectos substanciais.
Uma diferença fundamental é o tamanho relativo desses três países asiáticos. Não há termos de comparação entre a dimensão geográfica de Coréia e Japão, de um lado, e China, do outro. Isso assume importância quando se nota que o desenvolvimento industrial da China ocorreu principalmente nas zonas costeiras, enquanto o interior permaneceu, em grande parte, dominantemente agrário, com taxas de crescimento bem menores e abrigando ainda a maior parte da população. Se o crescimento anual médio da China foi de 9,5% nesses 27 anos, nas zonas costeiras – que, por si só, são maiores do que Japão e Coréia somados –, a taxa atingiu cerca de 15% a.a., muito acima do ritmo de crescimento de qualquer outro país durante um período tão longo.
Como explicar, então, o aumento do nível de atividade e da competitividade chinesa? O tamanho da resposta, evidentemente, deve ser compatível com o tamanho da economia chinesa, terrenos e dos salários, e ameaçando sua competitividade nesses produtos. A segunda “coincidência” diz respeito ao tipo de inserção externa propiciada à China em virtude da proximidade e, recentemente, das complemen-taridades produtivas entre ela e os demais países asiáticos. A China ingressou no mercado internacional como uma espécie de “intermediário” entre Ásia e Estados Unidos, importando partes, peças e componentes dos primeiros, montando e vendendo os produtos finais para o segundo.
ZONAS ECONÔMICAS ESPECIAIS
A criação da primeira Zona Econômica Especial (ZEE) da China em Shenzhen, quase um subúrbio de Hong Kong, permitiu o deslocamento daquela produção industrial para a República Popular da China, ao mesmo tempo em que Hong Kong migrava sua produção para produtos superiores na escala tecnológica. Os bons resultados obtidos em Shenzhen levaram o governo chinês a criar, em poucos anos, outras ZEEs semelhantes, ao longo do litoral.
BAIXO CUSTO DA MÃO-DE-OBRA
A China passa, então, a aproveitar sua grande vantagem comparativa, o baixo custo da mão-de-obra, em atividades intensivas nesse fator. Mas a explicação para essa vantagem comparativa não está apenas no seu baixo custo. Diversos outros países possuem salários tão ou mais baixos. As diferenças podem ser, primeiro, a coincidência já mencionada da disponibilidade de capital e capacidade gerencial – e, incidentalmente, proximidade cultural – que aproximou o trabalho do capital. Um sem o outro não funciona.
Segundo, uma oferta de mão-de-obra quase infinitamente elástica (e que assim continuará pelos próximos anos) com algum grau, ainda que baixo, de qualificação. Portanto, o aumento da demanda não provocou, nos segmentos de baixa qualificação, elevações substanciais nos salários (ainda que tenha se desenvolvido uma grande, em termos absolutos, classe média com elevado poder aquisitivo).
Terceiro, os trabalhadores chineses possuem uma concepção de hierarquia e disciplina que, aliada à proibição da criação de organizações
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