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Destruindo uma aura

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Por:   •  26/2/2015  •  Projeto de pesquisa  •  1.584 Palavras (7 Páginas)  •  314 Visualizações

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Introdução

Abordaremos um pouco, mas dentro das Ciências sociais: A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica que vem somar com nossos conhecimentos e vivencia em sociedade.

Segundo Bruna Kurth em artigo postado http://www.ccpr.org.br/a-nova-sociedade-midiatica A sociedade, como um todo, evolui. E junto surgem novos conceitos, criam-se tendências, modismos e, principalmente, novas ferramentas tecnológicas. Somos obrigados a nos readaptar ao meio e acompanhar essa transição de fundamentos que passam de geração a geração. Para que o sujeito possa se adaptar às novidades, é necessário não só possuir uma mente livre, capaz de absorver novos conteúdos, mas também é de extrema importância que tenha uma bagagem histórica. Desta maneira pode, então, reformular determinados pontos de vista com base em referências passadas, tornando a conclusão mais fundamentada. Tratando, em especial, da comunicação, podemos afirmar que atualmente vivenciamos a era sócio-midiática.

Segundo artigo pesquisado as obras de arte em sua essência sempre foram objeto de reprodução, essa imitação era praticada por discípulos, mestres e por terceiros, cada um com interesses distintos e específicos. Mas a reprodução técnica de obras de arte é um processo novo, que vem se desenvolvendo com intensidade crescente. A imprensa teve importância decisiva mas fez parte de um contexto mais amplo, que envolve a xilogravura, a estampa em chapa de cobre e a água-forte, assim como a litografia. A litografia permitiu às artes gráficas colocar no mercado suas produções em massa e sob a forma de criações sempre novas. Mas foi ultrapassada pela fotografia, onde a mão foi substituída pelo olho que apreende mais depressa do que a mão desenha. A reprodução técnica do som surgiu e atingiu um alto padrão de qualidade.

Autenticidade

O aqui e o agora da obra de arte é o elemento que está ausente na reprodução, esse aqui e agora é onde se desdobra a história e enraíza a tradição do objeto. A reprodução técnica tem mais autonomia que a manual e pode colocar a cópia do original em situações impossíveis para o próprio original, por estas duas razões, o autêntico não preserva toda a sua autoridade com relação à reprodução técnica. Mesmo o conteúdo ficando intacto, as reproduções desvalorizam o seu aqui e agora, sua autenticidade, o testemunho se perde pois depende da materialidade da obra.

Destruição da aura

A forma de percepção das coletividades humanas se transformam historicamente. A aura é uma figura singular, composta de elementos espaciais e temporais: a aparição única de uma coisa distante por mais perto que ela esteja. Existem duas circunstâncias que explicam o declínio atual da aura, que são: fazer as coisas ficarem mais próximas e a tendência das massas de superar o caráter único dos objetos através de sua reprodutibilidade. Na imagem, a unidade e a durabilidade se associam intimamente como na reprodução, a transitoriedade e a repetibilidade.

Ritual e política

A unicidade da obra é idêntica à sua inserção no contexto da tradição. As mais antigas obras de arte surgiram a serviço de um ritual, inicialmente mágico, depois, religioso. O valor único da obra de arte autêntica tem sempre um fundamento teológico. Com o advento da fotografia levou a arte a pressentir a proximidade de uma crise, ela reagiu ao perigo com a doutrina da arte pela arte. No momento em que o critério da autenticidade deixa de aplicar-se à produção artística, toda a função social da arte se transforma. Em vez de fundar-se no ritual, ela passa a fundar-se na política. No cinema, a reprodutibilidade técnica não é uma condição externa para sua difusão maciça. A difusão se torna obrigatória pelo alto custo de produção de um filme.

Valor de culto e valor de exposição

Os dois pólos no interior das obras de arte são o valor de culto e o valor da exposição. Assim como na pré-história a preponderância absoluta do valor de culto conferido à obra levou-a a ser concebida em primeiro lugar como instrumento mágico e só mais tarde como obra de arte, do mesmo modo a preponderância absoluta conferida hoje a seu valor de exposição atribui-lhe funções novas, entre as quais a artística, talvez se revele mais tarde como secundária.

Fotografia

Com a fotografia, o valor de culto começa a recuar, diante do valor de exposição. O refúgio derradeiro valor de culto foi o culto da saudade, dos rostos humanos dos entes ausentes e defuntos. A aura é simbolizada pela última vez na expressão fugaz de um rosto. Atget radicalizou esse processo fotografando as ruas de Paris desertas de homens em 1900.

Valor da eternidade

Os gregos só conheciam dois processos técnicos para reprodução de obras de arte, o molde e a cunhagem. A moeda e a Terracota eram as únicas fabricadas em massa. As outras eram únicas e irreprodutíveis. Os gregos foram obrigados então a produzir valores eternos. O ponto de vista artístico que marcou toda a evolução artística posterior era o oposto do nosso atual onde as obras são reprodutíveis em grande escala e amplitude.

Fotografia e cinema como arte

Ao se emancipar dos seus fundamentos no culto, a arte perdeu qualquer aparência de autonomia. Porém, a época não se deu conta da refuncionalização da arte. Mas as dificuldades com que a fotografia confrontou a estética tradicional eram pequenas em comparação com as suscitadas pelo cinema.

Cinema e teste

Ao contrário do ator de teatro, o intérprete de um filme não representa diante de um público qualquer a cena a ser reproduzida e sim diante de especialistas: produtor, diretor, operador que podem intervir a qualquer momento. O intérprete de um filme não representa diante de um público, mas de um aparelho.

O intérprete cinematográfico

Para o cinema, é menos importante o ator representar um outro personagem que ele representar a si mesmo diante do aparelho. Pirandello diz que: “O ator de cinema sente-se exilado, não somente do palco, mas de si mesmo.”

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