Detalhamento Da Estrutura Organizacional Da Administração Geral E Diretoria De Ensino
Pesquisas Acadêmicas: Detalhamento Da Estrutura Organizacional Da Administração Geral E Diretoria De Ensino. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: adsontk • 26/12/2014 • 7.411 Palavras (30 Páginas) • 700 Visualizações
A ESCRITA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
O texto abaixo são ideias parafraseadas dos autores: Emília Ferreiro, Isabel Solé, Antoni Zabala, Regina Scarpa e Vygotsky com o objetivo de esmiuçar conceitos e facilitar a compreensão sobre a importância da mediação do professor na organização de ambientes alfabetizadores que respeite a infância.
Comecemos a leitura com uma provocação: Devemos ensinar ler e escrever na educação infantil?
Existe uma constante polêmica sobre ensinar ou não a ler e escrever na educação infantil. Antes de responder é preciso clarear ideias e conceitos que possam ajudar a fazer escolhas mais acertadas na prática educativa dentro desta linguagem.
Quando falamos em escrita, pensamos unicamente na escrita alfabética e no alfabeto latino. Existem diversos sistemas de escrita, como também diversos usos sociais. Na história, o controle da escrita sempre esteve ligado ao exercício de poder.
Infelizmente essa ligação continuar a existir, apesar da democratização das práticas ligadas educação.
Para pensar no ingresso da cultura escrita, é preciso pensar na sociedade, mais do que na escola, e é necessário pensar na escrita como objeto cultural criado por inúmeros usuários.
A escrita não é apenas um sistema de traços ou sinais, ela deve ter relação com os sons da fala. A leitura é uma atividade permanente importante na educação infantil, mas, a ação de ler não deixa marcas visíveis no objeto e , quando deixa, são sinais de escrita, não de leitura. Assim que a criança percebe que a fala pode ser representada começa a desenhar letras em suas produções, principalmente nas ilustrações.
Escrever é fazer sinais e deve ser explorado desde cedo as condições de se dizer algo por escrito. Mas, a escrita não se limita a tornar visível o que é audível esta é apenas uma das suas características lingüística. Não é uma fotografia da fala, mas uma representação. A escrita permite um olhar distanciado da língua, um olhar que omite uma infinidade de detalhes que são necessários para se fazer entender por escrito.
Se a escritas desenvolvidas ao longo dos séculos fossem somente códigos, a tradução automática seria brincadeira de crianças. È justamente por não ser só códigos que os leitores devem ser interpretes, o que é muito diferente de ser um decodificador.
Ao ler para as crianças, o interpretante informa às crianças que aqueles sinais têm poderes mágicos, ao olhá-los simplesmente se produz linguagem.
O leitor é de fato um ator: empresta sua voz para fazer com que o texto se re-presente, isto é, para que volte a se fazer presente.
O caminho de aprender a escrever convencionalmente não é nada fácil, é cheio de obstáculos, mas se estimulamos a criança desde pequena a querer vencer este desafio oportunizando situação de leitura e escrita que provoque a vontade de saber ler e escrever o que facilitará bastante seu desenvolvimento no ensino fundamental.
O trabalho com o próprio nome da criança é elemento importante na compreensão da identidade, que também se realiza por escrito.
No início, a descoberta do próprio nome por escrito é fonte de orgulho e de prazer. Mas, aos poucos depois, transforma-se em fonte de problemas:
• Por que aquelas letras e naquela determinada ordem são usadas para o seu nome?
• Por que havendo tantas letras nesse mundo devo compartilhar minha inicial com a de outras pessoas conhecidas e desconhecidas.
• Por que os nomes têm tamanhos diferentes?
• As palavras podem ser decompostas em sílabas?
Quando a criança não conta com um bom interpretante (em casa ou na escola) começa o drama. Quando a leitura e a escrita é realizada de qualquer maneira nas instituições de ensino acontece o Silêncio do Encantado.
Alguns professores acham difícil ensinar recorrendo a magia desafiadora. Têm a sensação de perder tempo. E precisam de rituais de grafismos (ma-me-mi-mo-mu), ou cópia de letras e palavras em linhas e mais linhas do caderno.
Sabemos que não é nada fácil o trabalho com salas lotadas com 35 crianças e essa prática é usada por alguns educadores como estratégia para manter a ordem, já que passam um tempo enorme tentando fazer os traços (as letras). Infelizmente ainda não perceberam os que recorrem a essa prática que estão atrofiando e menosprezando a capacidade de aprender a ler e escrever das crianças.
Se nem mesmo a proposta de alfabetização no ensino fundamental se apoia na prática do copismo de letras e sílabas por que algumas instituições de educação infantil ainda insistem neste trabalho equivocado? Não existem outras atividades que envolvem a escrita nas outras linguagens infantis que possam ser exploradas na infância? O que dificulta lidar com esta com esta linguagem?
Temos professor que não lê e ensina a ler, professor que não escreve e ensina a escrever. Quando a prática do registro escrito foi incorporada na formação dos educadores a reação foi de insegurança devido à dificuldade em expressar suas ideias por meio da palavra.
Oportunizar as crianças experiências tediosas que reduz toda a capacidade de pensar em um par de olhos, um par de ouvidos e um aparelho fonador precisa ser revertido aos poucos educadores que ainda insistem em tal prática pedagógica.
Ler e escrever na educação infantil é possível. Vivemos num mundo grafocêntrico. As palavras estão espalhadas por parte. Todas as crianças têm direito de ser cidadã da cultura escrita.
Ao receberem informações sobre a escrita quando: brincam com a sonoridade das palavras, reconhecendo semelhanças e diferenças entre os termos, manuseiam todo tipo de material (nos livros, nos jornais, nas cartas, nos documentos oficiais, nas publicidades, nos calendários, nos mapas e em vários outros objetos cuja razão de se é a própria escrita), quando o professor lê para sua turma ou serve de escriba, as crianças já estão participando de um ambiente alfabetizador.
Se a educação infantil cumprir seu papel, envolvendo os pequenos em atividades que os façam pensar e compreender a escrita, no final dessa etapa eles poderão estar naturalmente alfabetizados (ou aptos a dar passos mais ousados em seus papéis
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