Dever E Ser

O ser e o Dever ser

É a partir do mundo do “ser” que se forma o do “dever ser”. É com base na realidade dada, que determinada sociedade (de acordo com sua experiência histórico-cultural) constrói o mundo jurídico (mundo do dever ser)

Para Kant, o “ser” corresponde ao mundo real, o homem agindo de acordo com o eu ele é na realidade. O “dever ser” corresponde ao comportamento do homem de acordo com as normas exteriores a ele, a justiça. O “dever ser” corresponde ao mundo ideal, o homem agindo de acordo com a justiça.

Mas Kant não ignora as dificuldades de se chegar ao encontro do “ser” e do “dever ser”. Ele conhece as fraquezas da miséria humana: “Do madeiro tão tordo de que o homem é feito, nada de totalmente reto pode ser talhado”. Ele acredita que o encontro do mundo do “ser” e do “dever ser” (o homem incorporando normas de direito e conduta como suas) só seria possível no transcendental, pois está acima da capacidade do homem.

No seu tratado “A paz perpétua”, diz que devemos agir como se a paz entre nações, mesmo sendo um sonho, fosse um dia possível. Devemos encarar da mesma forma para alcançar a justiça absoluta, e trabalhar para que isso aconteça. “Assim, não está em questão se a paz perpétua é possível ou não. Simplesmente devemos agir como se ela pudesse ocorrer”. Não se trata de acreditar nessa paz ou na justiça, mas de viver como se fosse possível.

Em Kant, a justiça deve ser universal. O fundamento de toda legislação prática está em conhecer a verdade de cada um como universal, isto é, as pessoas devem pautar suas ações de acordo com princípios éticos universalmente aceitos.