Didática III
Por: ANNESANDRO • 30/9/2015 • Pesquisas Acadêmicas • 2.902 Palavras (12 Páginas) • 240 Visualizações
O tema a teoria da curvatura da vara foi apresentado no simpósio ‘abordagem politica do funcionamento interno da escola de 1° grau (hoje ensino fundamental) na conferencia brasileira de educação, são Paulo 31-03-1980.
Abordagem politica do funcionamento da escola de 1° grau.
* Questão de organização – foco diretor e relações com técnicos – orientadores – supervisores professores e alunos com enfoque na atividade meio organizações.
* Atividade fim – como se desenvolve o ensino – finalidade – o que busca atingir, quais os procedimentos para atingir as finalidades e se há existência ou coerência entre os procedimentos e as finalidades. O autor da maior importância para a problemática politica que se desenvolve o interior das escolas.
A s três teses politicas são posições polemicas.
* Filosófica histórica – de caráter revolucionário da pedagogia da essência e do caráter reacionário da pedagogia da existência.
* Pedagógico-metodológica – do caráter científico do método tradicional e do caráter pseudocientífico dos novos métodos.
* Politica educacional – quando mais se falou em democracia menos democracia foi à escola e quando menos se falou em democracia mais a escola esteve ligada a construção de uma ordem democrática.
Conclusão: Das duas primeiras teses se obtém a terceira tese.
A teoria da curvatura da vara foi enunciada por Lênin que foi criticado por assumir posições extremistas e radicais segundo Saviani, conforme Althusser (1977, pp 136-138) explicar a teoria da curvatura da vara.
1° Tese: Há um empasse no âmbito da politica educacional e no âmbito do interior da escola, podemos entender como o conflito entre o novo e o velho da pedagogia nova e da tradicional. Pedagogia tradicional se funda numa concepção filosófica essencialista, já a pedagogia nova a existência sobre a essência.
O autor nos deixa uma pergunta: O que isso significa do ponto de vista histórico-filosófico?
O homem livre (Filosofia da essência).
* O homem livre na antiguidade grega – o escravo não era considerado ser humano, sendo assim não era problema nessa sociedade, pois a essência humana só era realizada nos homens livres.
* O homem livre na idade média – há uma articulação da essência humana com a criação divina e seus destinos eram previamente definidos, então a diferenciação entre os senhores e servos estava marcada pela concepção existente de essência humana e esta justificava a diferença.
* Já na idade moderna com o fim do feudalismo e a ascensão do capitalismo, surge uma nova classe, a burguesia, que aparece como revolucionária e argumenta que a, até então estes exerciam uma dominação natural, não essencial, mas social e acidental, ou seja, histórica. A burguesia colocava-se na direção do desenvolvimento da historia interessando-se também pelo novo e pela transformação, coincidindo com a filosofia de essência, mais tarde pedagogia da essência e defenderá a igualdade dos homens fundando assim a liberdade, dando inicio e força a reforma da sociedade.
Saviani cita Rousseau que diz que tudo é bom enquanto sai do autor das coisas[...] As desigualdades são geradas pela sociedade, pressupondo que os privilégios usufruídos pela nobreza e pelo clero não era natural e nem divinos, mas sim sociais, que configuravam injustiças, sendo assim deveriam ser banidos, não existir, a burguesia nesse sentido vai lutar por uma reforma social onde o direito natural é substituído pelo da sociedade contratual, onde passamos a ver todo o homem como homem livre, onde eles podem usufruir desta liberdade e na relação com outros homens mediante contrato, fazendo ou não concessões.
Ocorreu assim a alteração do trabalho de escravista para servo (mão de obra agrícola), para o homem livre que pode vender a sua mão de obra, que deixa de ser vinculada a terra. Baseada nesta igualdade que se estrutura a pedagogia da essência. Com a dominação burguesa e implantada a ideia de educação para todos, tendo a escola como papel politico para consolidação da ordem democrática.
A mudança dos interesses
Com o tempo a participação politica das massas entra em contradição com os interesses da burguesia que de classe revolucionaria passa a classe consolidada no poder, seus interesses deixam de ser da transformação da sociedade para a da perpetuação da sociedade, deixando de estar na linha do desenvolvimento histórico e passando a reagir contra o movimento da historia, sendo assim a pedagogia de essência (que é fundada no igualitarismo) por ser proposta da burguesia é substituído pela pedagogia de existência (que segundo o autor nada mais é do que uma pedagogia da legitimação da desigualdade). Ela se contrapõe ao movimento de libertação da humanidade, vem legitimar as desigualdades,a dominação, a sujeição e os privilégios.
O autor cita então a síntese da sua 1° tese a filosofia – histórica – “do caráter revolucionário da pedagogia de essência e do caráter reacionário da pedagogia de existência reacionário, pois se contrapõe ao movimento vivido até então que era liderado pela burguesia, a pedagogia de essência”.
A falsa crença da escola nova
Discute-se a 2° tese “do caráter cientifico do método tradicional, e do caráter pseudocientífico dos métodos novos” para o autor tanto a sua 1° tese quanto na 2° tese ele vai contra a tendência dominante, e para ele há uma forte tendência de a burguesia pintar a pedagogia de essência como algo tipicamente medieval, argumentando para a defesa da pedagogia da existência. Para o autor método diz respeito ao modo como se trabalha na escola, na sala de aula, trazendo assim para a discussão o movimento escola nova que se referia a ensino tradicional como um método pré-científico dogmático anticientífico e medieval.
Para o autor a crença de uma escola nova é uma ciência falsa e que o ensino tradicional não é nem pré-científico e nem medieval, para o autor a escola tradicional predomina ainda hoje e constituiu após a revolução industrial, implantou os sistemas nacionais de ensino a partir de meados do século XIX, como poder burguês consolidado surge à escola universal gratuita e obrigatória para ajudar na consolidação da ordem democrática, ou seja, o método tradicional surge após a revolução industrial, segundo o autor contrapondo-se a escola novista de que a revolução industrial foi responsável pela transformação da sociedade,
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