Diferenças básicas de textos produzidos em Jornalismo Impresso e Jornalismo On Line (JOL)
Por: beregeno • 27/4/2015 • Resenha • 1.809 Palavras (8 Páginas) • 393 Visualizações
Diferenças básicas de textos produzidos em
Jornalismo Impresso e Jornalismo On Line (JOL)
INTRODUÇÃO
Os jornais impressos sempre tiveram domínio da massa nos tempos antigos, mas as tecnologias surgiram e colocaram em risco a vida dos periódicos. Os jornais começaram a se reinventar após o surgimento do telégrafo e anos depois do rádio. As informações, a partir desse momento, eram transmitidas mais rápidas e com fatos mais atuais. (CARRARO, Mariah). Esses meios eram vistos como ameaças ao jornal impresso, pois eram alternativas baratas e rápidas de informação. Quem estivesse escutando o rádio teria informação em tempo real e não esperariam a manhã do dia seguinte para saber de algo.
Em meados de 1950 surge a Televisão, grande veículo de comunicação em massa. Com tanta concorrência, o Jornal impresso cai em números de exemplares em circulação. Então tomaram medidas de renovação e atualização para voltar a chamar atenção dos leitores, como por exemplo, jornais em cores. A Internet vem com força, evoluindo a passos rápidos. Hoje em apenas um local – virtual – pode-se assistir televisão, ouvir rádio, ler notícias e estar conectado ao mundo todo.
Alguns leitores tradicionais continuam a ler jornal impresso por causa da difícil adaptação às tecnologias. É esse público fiel que sustenta o jornal e organiza sua forma de leitura. Ao contrário do Jornal online, onde são publicadas diversas notícias minutos após minutos, levando o leitor a uma difícil compreensão dos fatos. As novas tecnologias mudam a natureza do público. O novo problema está no excesso de mensagens, que ultrapassa a capacidade do público de apreendê-las. (MEYER, Philip)
Uma pesquisa qualitativa realizada por um instituto de São Paulo, Sant’ Anna mostrou que os entrevistadores se dividiram quanto ao futuro do jornal impresso. Grande parte apostava na semelhança e agregação ao modo da internet, outros acreditavam que os veículos continuariam existindo separadamente.
De maneira geral, no entanto, assinalaram que o jornal terá cada vez menos leitores, se não houver mudanças na forma como a notícia é redigida, no formato, tamanho, papel, tipologia; se não forem inseridos mais atrativos, como imagens, ilustrações, gráficos que facilitem a assimilação da notícia e sua contextualização, e se ele não ganhar um caráter mais descontraído, sem perder a credibilidade e identidade. (SANT’ ANNA, 2008: 80)
Hiperlink e hiperconectividade no “mundo novo” da mídia: o Hipertexto
É possível perceber que o jornal online influenciou o impresso quando nos deparamos com hipertextos, com boxes de informações adicionais. O impresso está sempre em constante adaptação. Segundo o sociólogo francês Jean-Marie Charon sempre que surge um novo meio de comunicação, ocorre uma reacomodação das mídias existentes. [...] Com o tempo, os novos acabam desenvolvendo suas próprias características, e, por outro lado, os meios tradicionais também se modificam. ( 2001, Apud ARNT, 2002 )
É aqui tomamos contato com nosso primeiro conceito, necessário ao entendimento das novas mídias: o hipertexto.
Trazendo o resumo das definições aplicadas ao termo por diversos autores como Landow, Lévy, Chartier, Negroponte, Leão, Xavier, Koch, etc, temos que hipertexto é o termo designa um processo de escrita e leitura não linear e não hierarquizada e que permite o acesso ilimitado a outros textos de forma instantânea. Abre a possibilidade também de que se realize uma rede de acessos sem a obrigatoriedade de sequencias ou regras, características da hiperconectividade. O hipertexto é a base da Internet e por consequência, a principal característica do JOL – Jornalismo On Line.
É nele, no hipertexto, que encontramos a liberdade de ao acessar um site, por exemplo, optamos pelo caminho que queremos seguir e, ao clicar em determinadas frases ou palavras – os hiperlinks -, novos textos nos saltam aos olhos.
Esta estrutura textual permite que o leitor, ao escolher a sequencia de leituras, seja coautor do texto Segundo Pierre Lévy (1993), tecnicamente, um hipertexto é um conjunto de nós ligados por conexões. Os nós podem ser palavras, páginas, imagens, gráficos ou partes de gráficos, sequencias sonoras, documentos complexos que podem eles mesmos ser hipertextos. Do ponto de vista funcional, Lévy (1993) afirma que um hipertexto é um tipo de programa para a organização de conhecimentos ou dados, a aquisição de informações e a comunicação. (FACHINETTO, Eliane Arbusti. In O Hipertexto e as Práticas de Leitura. UNISC. Out 2005)
A internet está possibilitando a maior interatividade e autonomia com o usuário, fazendo assim o jornal impresso ter mudado a forma de formatação e design (inserindo mais imagens), abraçado as novas tecnologias.
A partir de tais definições, pode-se traçar o esquema simplificado de diferenciações entre o texto praticado no jornalismo impresso e aquele elaborado no on line:
Jornal Impresso:
Espaço Limitado/ Formatação uniforme/ Imagens específicas/ restringe produção de informação/ Informações complementares/ Exige mais tempo de leitura./ notícias selecionadas de acordo com a importância social/ Imagem e texto/ Maior credibilidade.
Jornal On Line:
Hiperligação de Notícias / Formatação variável (Notícias em Frames, blocos, links) / Mais imagens (slides)/ Somos produtores de informação/ Informações rápidas e às vezes superficial/ Pouco tempo de leitura (carro, ônibus, etc.)/ Texto parecido com da TV (claro, objetivo, curto)/ Notícias específicas à mão do leitor/ imagem, texto, áudio e vídeo.
Apesar do reducionismo das definições acima colocadas na diferenciação, ao se analisar o texto impresso e o on line na produção de informação, não se pode falar exclusivamente em interatividade, mas em uma série de processos interativos. Ou seja, a adoção do termo multi-interativo para designar o conjunto de processos que envolvem a situação do leitor de um jornal na Web. Ao se conectar à Internet para acessar um produto jornalístico, o usuário estabelece relações com a máquina; com a própria publicação, através do hipertexto; e com outras pessoas - seja autor ou outros leitores - através da máquina (Lemos, 1997; Mielniczuk, 1998).
Ao ampliarmos o estudo dos processos na diferenciação, podemos estabelecer ainda como características do texto on line:
Customização do conteúdo/Personalização – Também denominada de personalização ou individualização, consiste na opção oferecida ao usuário para 5 configurar os produtos jornalísticos de acordo com os seus interesses individuais. Há sites noticiosos, entre eles o da CNN, que permitem a pré-seleção dos assuntos, bem como a sua hierarquização e formato de apresentação visual. Assim, quando o site é acessado, este já é carregado na máquina do usuário atendendo aos padrões previamente estabelecidos.
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