Diretrizes RCP SBV E SAV
Artigo: Diretrizes RCP SBV E SAV. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: PauloDarc • 29/9/2013 • 3.090 Palavras (13 Páginas) • 852 Visualizações
Revista Brasileira de Terapia Intensiva
Rev. bras. ter. intensiva vol.18 no.2 São Paulo Apr./June 2006
ARTIGO DE REVISÃO
Atualização em reanimação cardiopulmonar: o que mudou com as novas diretrizes!*
Update on cardiopulmonary resuscitation: what changed with the new guidelines!
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RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: As novas diretrizes contêm modificações significativas para tentar melhorar a prática da reanimação e a sobrevida de pacientes com parada cardíaca. Este artigo teve por objetivo revisar as principais alterações na reanimação praticada pelo profissional de saúde.
CONTEÚDO: São várias as novas recomendações quanto à reanimação cardiopulmonar (RCP), a maioria com a finalidade de prover boa circulação durante a parada cardíaca. A alteração mais importante é a ênfase na qualidade das compressões torácicas. A relação universal de 30:2 é recomendada para simplificar o treinamento, alcançar ótima freqüência delas e reduzir as interrupções. Choque único é aplicado quando indicado, seguido imediatamente de RCP. Este choque deve ser de 120 a 200J, quando onda bifásica ou 360J quando onda monofásica. Os socorristas nunca devem interromper as compressões torácicas para verificar o ritmo antes de terminar os 5 ciclos, ou aproximadamente 2 minutos de RCP. Após este período, se um ritmo organizado estiver presente, o profissional de saúde deve observar o pulso. Existem várias e pequenas alterações quanto aos fármacos administrados durante a RCP de acordo com o ritmo. Dada a falta de evidência de qualquer destes fármacos melhorar a sobrevida em longo prazo durante a parada cardíaca, a seqüência de RCP enfatiza muito mais o suporte básico de vida.
CONCLUSÕES: É importante a atualização quanto às novas diretrizes de RCP para melhorar a qualidade da reanimação e alcançar melhores taxas de sobrevida dos pacientes críticos.
Unitermos: Parada Cardíaca; Reanimação cardiopulmonar; Suporte avançado de vida
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INTRODUÇÃO
O atendimento da parada cardiorrespiratória (PCR) é conhecimento prioritário de todo profissional de saúde, independente de sua especialidade1-4. No ambiente da Medicina Intensiva, a necessidade de atitudes rápidas e precisas determina a continua necessidade de atualização do intensivista nas novas diretrizes inerentes a sua especialidade. Esta revisão teve por objetivo expor de forma simplificada e objetiva as novas recomendações para os procedimentos de reanimação cardiopulmonar (RCP), de acordo com as normas do International Liaison Committee on Resuscitation (ILCOR)5,6.
SUPORTE BÁSICO DE VIDA
O suporte básico de vida (SBV) consiste na oxigenação e na perfusão dos órgãos vitais, através de manobras simples e mantidas continuamente (Algoritmo 1). De acordo com as novas diretrizes de RCP, substancial relevância foi destinada à adequada performance do SBV, principalmente compressões torácicas. Didaticamente pode-se dividir em:
1- Verificar a responsividade;
2- Chamar por ajuda: solicitada essencialmente com desfibrilador e material de suporte avançado;
3- Posicionar a vítima e se posicionar: em superfície rígida, em decúbito dorsal, com o socorrista posicionado à altura do ombro direito da vítima. No ambiente de Medicina Intensiva, este é o momento ideal para posicionar a "tábua de parada";
4- Abrir as vias aéreas: hiperextensão do pescoço, abrindo a boca da vítima. Os profissionais de saúde treinados devem em casos de trauma, pressionar os ângulos da mandíbula com os dedos indicadores elevando a mandíbula e abrindo a boca com os polegares. Uma vez abertas as vias aéreas, tenta-se detectar se há expansão torácica, ouvir algum som da respiração ou sentir algum ar exalado;
5- Ventilar: deve-se proceder duas ventilações de resgate. Cada uma destas duas ventilações deve durar 1 segundo de inspiração e com volume suficiente para permitir expansão torácica. Caso a primeira ventilação tenha sido ineficiente deve-se revisar a manobra de abertura de via aérea reposicionando a cabeça e realizar nova ventilação. Depois das ventilações deve-se seguir imediatamente com a checagem de pulso e com as compressões torácicas, se indicada.
6- Avaliação do pulso (somente para profissionais de saúde): em 5 a 10 segundos, através da palpação da artéria carótida. Aconselha-se que indivíduos não habituados a palpar pulso ignorem este passo;
7- Compressões torácicas: devem ser feitas numa velocidade ideal de 100 vezes por minuto. Enquanto o paciente não estiver intubado, a relação compressões: ventilações deve ser de 30:2. É necessário deixar que o tórax seja deprimido em 4 a 5 cm e que volte completamente à sua posição de repouso após cada compressão. Recomenda-se que haja um revezamento da pessoa que comprime a cada 5 ciclos (2 minutos), visando evitar que o cansaço diminua a eficácia das compressões;
8- Desfibrilação: deve ser executada imediatamente, caso seja detectada fibrilação ou taquicardia ventricular sem pulso (FV/TV). Exceção é permitida nos casos em que o paciente permaneceu em PCR por mais de 4 a 5 minutos sem suporte básico de vida, quando 5 ciclos de compressão e ventilação antecedendo a desfibrilação são opcionais.
A corrente usada deve ser preferencialmente bifásica, mas se aceita a monofásica na ausência da primeira. A quantidade de Joules é de 150 a 200J para ondas bifásicas truncadas exponenciais, 120J para onda bifásica retilínea e 360J para corrente monofásica. Após a administração do choque deve-se imediatamente retomar as compressões torácicas e ventilações, sem verificar o pulso.
SUPORTE AVANÇADO DE VIDA
O Suporte Avançado de Vida (SAV) consiste nos seguintes passos:
1- Intubação traqueal: deve preferencialmente ser realizada pelo indivíduo mais experiente e sem interrupção das compressões torácicas. Se necessário,
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