Disponibilidade hídrica
Casos: Disponibilidade hídrica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Limirio • 18/12/2014 • 1.019 Palavras (5 Páginas) • 282 Visualizações
2.1 Disponibilidade Hídrica.
De modo geral, as necessidades hídricas anuais dos citros atingem valores entre 600 e 1300 mm, devido às variações existentes na distribuição espacial e temporal da radiação solar, da temperatura do ar, do vento, da umidade do ar, das combinações copa-porta-enxerto, das características hídricas do solo, dos aspectos da cultura, como sanidade, porte, idade e outros fatores ligados ao manejo da cultura (ORTOLANI et al., 1991). No Hemisfério Sul, as necessidades hídricas máximas são atingidas entre a floração e a queda de novembro. Por isso, neste período, frequentemente há necessidade de irrigação. Quando a evapotranspiração do citros atinge 5 mm dia'1, a fração de água disponível no solo (p) será de 0,5 que, para um solo com 120 mm de capacidade de água disponível (CAD), representa 60 mm de água útil (ALLEN et al., 1998).
Em plantas adultas, a formação de folhas novas excede a queda de folhas velhas, de tal forma que os cítricos permanecem sempre verdes. A partir da floração, ocorre o primeiro fluxo de crescimento vegetativo, juntamente com o estabelecimento e crescimento do fruto, sendo, portanto, uma fase de alta demanda de energia e de necessidade hídrica. Assim, as fases de floração e de início da frutificação são especialmente sensíveis à baixa disponibilidade hídrica, sendo impostas perdas econômicas significativas devido à abscisão das estruturas reprodutivas. Em geral, a principal florada dos citros ocorre entre setembro e outubro. Pesquisas desenvolvidas por Tubelis & Salibe (1988,1989, 1991) constataram que as chuvas de abril e setembro, do ano anterior à colheita e, de março, do ano da colheita, têm efeitos depressivos na produção.
O sistema radicular das plantas cítricas é dependente da cultivar de porta-enxerto, sendo o limoeiro Cravo o mais utilizado na citricultura brasileira. A profundidade efetiva (onde mais de 80% das raízes são encontradas) do sistema radicular de limeira ácida ‘Tahiti’, enxertada em limoeiro ‘Cravo’ com 8 anos de idade, é de 0,40 m na linha de plantio (MACHADO & COELHO, 2000). Nesta mesma combinação de copa e porta-enxerto, a distâncte efetiva (distância em relação ao tronco da planta em que mais de 80% das raízes são encontradas) está entre 50 e 75% do raio de projeção da copa. T
A prática da irrigação também ocasiona alteração no padrão das raízes, causando aumento na proporção de raízes finas em laranjeira ‘Pera’ cultivada em solos arenosos (COELHO et al., 2002). Considerando os dados apresentados para as diversas espécies de citros, há pequena variação da profundidade efetiva das raízes em plantas com idade variando entre 3 e 11 anos. Cabe considerar que o sistema radicular de plantas, com idades inferiores a 3 anos, é mais propenso aos efeitos negativos da baixa disponibilidade de água devido à menor capacidade de exploração dos solos.
A evapotranspiração da cultura (ETc) é um componente fundamental para o manejo da irrigação, porém, a ETc é de difícil medição, especialmente em plantas de porte arbóreo como os citros, sendo então necessária a sua estimativa através do coeficiente de cultura (Kc), o qual relaciona a ETc dos citros com a evapotranspiração de referência (ETo). Os valores do Kc variam conforme as características do cultivo e as práticas culturais nos pomares, apresentando variação sazonal (PIRES et al., 2005). O desenvolvimento das plantas pode ser considerado na estimativa de Kc.
Em tipos climáticos brasileiros, os valores médios de Kc variam de 0,55, em limeira ácida ‘Tahiti’ cultivada em Visconde do Rio Branco, MG (SOUZA et al., 2004), a 0,8, para a mesma espécie cultivada em Limeira, SP (VIEIRA & RIBEIRO, 1993). No entanto, recomenda-se utilizar o valor de Kc para o local e condições de cultivo, sempre que disponível.
Tabela 2. Coeficiente de cultura (Kc) para os citros, considerando o ciclo de desenvolvimento (inicial, médio e final) das plantas e a cobertura do terreno no pomar. Adaptado de Allen et al. (1998).
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