Diversidade Sexual

Observando a história da humanidade percebe-se que a diversidade sempre esteve presente. Desde os diferentes tipos de hominídeos no Paleolítico, até divergentes ideologias de filósofos como Platão e Aristóteles. A era moderna passou por crescentes avanços tecnológicos e descobertas científicas importantes para a humanidade. Mas a diversidade natural e desenvolvimento científico não eliminaram a não aceitação daquilo que foge à regra e nesse sentido, as relações sociais passaram por avanços, mas também por retrocessos.

Ao abordar as questões raciais envolvendo o negro nos anos cinquenta, a Sociologia e seus importantes representantes, entre eles, Guerreiro Ramos, Florestam Fernandes e Costa Pinto criticavam o racismo e postulava a integração do negro na sociedade. Florestan afirma que os negros foram “coisificados” pela escravidão e transformados em anomalia social após o fim desta. Passados mais de cinquenta anos, o cenário atual contempla políticas de integração, como as cotas, que mesmo contestadas vêm permitindo o acesso cada vez maior de negros nas faculdades no desejo de aumentar a participação de negros no ambiente acadêmico; a criminalização do racismo que reforça a gravidade da discriminação racial são ações que buscam deixar em evidência que o preconceito de raça ou cor é inadmissível.

Como retrocesso social tem hoje a questão da homofobia, que se traduz em prejulgamentos e mesmo ações violentas contra aqueles são diferentes do “padrão estabelecido” fazendo com que os homossexuais sejam hoje os negros dos anos cinquenta sofrendo com a intolerância e a falta de respeito. Assim como o negro, os que têm orientação sexual fora do considerado normal tem dificuldade de se inserir em vários setores da sociedade, como por exemplo, no futebol, esporte considerado exclusivamente masculino. Quando consegue seu trabalho é julgado pela forma como escolhe define sua sexualidade.

A declaração preconceituosa de Levy Fidelix sobre os homossexuais representa o pensamento de parte da população, que amparada pelo dogma religioso, pelo senso comum, vê o homossexualismo como desvio da norma, doença, como diferente e, portanto deve ser combatido. Como resposta o movimento LGBT massifica campanha de combate à homofobia, multiplica eventos como a Parada Gay, onde juntos, se expressam livremente, beijaços e procura no cenário político garantias de direitos civis.

O combate à homofobia passa necessariamente pela educação, pois essa gera conhecimento que leva à compreensão e ao abandono de padrões pré-estabelecidos causadores de preconceitos. Quanto ao sociólogo, cabe o papel de contribuir na produção de conhecimento acadêmico e materiais que legitimem o direito à diversidade além de participar efetivamente emprestando sua voz àqueles que, sendo minoria, têm seus direitos suprimidos.

Referências Bibliográficas

1. História e Sociologia v.1 Limoncic, Flávio ;Grin, Mônica Rio de Janeiro- Fundação Cecierj, 2013

2. O livro da política trad. Longo, Rafael 1ª ed - São Paulo – Globo, 2013

3. UERJ