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Do Sabado Para O Domingo

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Por:   •  26/3/2014  •  10.298 Palavras (42 Páginas)  •  364 Visualizações

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SINTESE DA OBRA

Do Sábado Para o Domingo:

COMO A MUDANÇA OCORREU?

Samuele Bacchiocchi, Ph. D.

Professor Jubilado de Teologia e História Eclesiástica, Universidade Andrews

Freqüentemente as pessoas me pedem um sumário conciso e simples das descobertas de minha investigação de como o sábado foi mudado para o domingo na igreja primitiva durante meu período de estudos doutorais de cinco anos na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, Itália. Eles se queixam com razão que minha dissertação é muito puxada em termos de tempo e concentração. Preferem uma explicação mais simples que possam compartilhar mais prontamente com pessoas interessadas. Para atender essa demanda tento nesta conferência apresentar os pontos altos de minha pesquisa, numa maneira simples e bem-estruturada. Para efeito de brevidade omiti algumas referências de notas de rodapé. Os leitores interessados encontrarão toda a documentação em From Sabbath to Sunday [Do sábado para o domingo].1 Sintam-se livres para imprimir, usar e distribuir o texto deste estudo em qualquer formato que julgarem necessário para seus esforços de divulgação das informações nele contidas.

ESCLARECIMENTO IMPORTANTE

Constantino não introduziu a observância dominical. Ele simplesmente tornou o Dia do Sol um feriado civil por promulgar a famosa Lei Dominical de 321 AD. A razão por que Constantino fez do domingo um feriado civil é simplesmente porque naquele tempo o Dia do Sol havia se tornado popular tanto entre os pagãos quanto entre os cristãos. Isso é indicado pela própria linguagem da legislação: “No venerável Dia do Sol . . .”2 É evidente que na época o dia do sol já era “venerável”, ou seja, popular e respeitado.

O processo que levou à adoção do dia do sol como um feriado civil para todo o Império Romano começou na primeira parte do segundo século, quando o dia do sol foi avançado do segundo dia da semana para a posição de primeiro e mais importante dia semanal. Esse processo é discutido no capítulo 8 de From Sabbath to Sunday, e a isso se fará breve alusão no final desta conferência. Há indicações bastante convincentes de que quando os romanos avançaram o dia do sol para o primeiro e mais importante dia da semana, os cristãos gentios, que tiveram uma formação pagã, foram influenciados a adotar o mesmo dia do sol, a fim de mostrar separação dos judeus e identificação com os romanos. Para dizê-lo de modo diferente, eles decidiram estar politicamente corretos com a adoção do dia do sol, antes que serem biblicamente corretos observando o sábado do sétimo dia.

A guarda do sábado é comparada nas Escrituras a fidelidade a Deus, e a profanação do sábado a apostasia. Mediante o profeta Ezequiel Deus lamenta: “a casa de Israel se rebelou contra mim no deserto . . . profanaram grandemente os meus sábados” (Eze. 20:13). A razão para essa equação não é difícil de ver. Uma pessoa que ignora o Senhor em Seu santo dia, por fim ignorará o Senhor todo dia.

Em vista da importância vital que o sábado desempenha na experiência religiosa do povo de Deus, haveria de ser muito surpreendente se o Maligno não tivesse se metido com o mandamento do sábado durante os três primeiros séculos. Por levar muitos cristãos a rejeitarem o sábado logo após o início do cristianismo, o diabo teve êxito em promover falsos tipos de culto. Nunca devemos esquecer que o Grande Conflito em grande medida centraliza-se sobre adoração: ou seja, a verdadeira adoração versus a falsa adoração. E o sábado é essencial para a adoração, porque nos convida a adorar a Deus por consagrar nosso tempo e vida a Ele numa forma especial todo sétimo dia.

DO SÁBADO PARA O DOMINGO: COMO A MUDANÇA OCORREU?

Dr. Samuele Bacchiocchi

Poucos assuntos têm sido tão calorosamente debatidos na história cristã quanto a mudança do dia de repouso e adoração do sábado para o domingo no cristianismo primitivo. Mais de 3.000 dissertações e tratados foram publicados sobre este assunto desde o tempo da Reforma. Uma razão destacada para esse incessante interesse na origem histórica do domingo tem sido a necessidade de definir a natureza da observância dominical em seu relacionamento com o sábado. O debate muitas vezes gira em torno dessa questão fundamental: Originou-se o domingo como uma continuação do sábado e, consequentemente, devia ser observado como um DIA de repouso e adoração a exemplo do sábado? Ou acaso o domingo começou como uma instituição cristã inteiramente nova, radicalmente diferente do sábado, e consequentemente devia ser observado mas como uma HORA do culto semanal?

Os cristãos têm estado igualmente divididos em sua resposta a estas perguntas. Por um lado, há aquelas igrejas que seguem a tradição calvinista que vê o domingo como o sábado cristão, e assim para ser observado como um DIA SANTO de descanso e culto ao Senhor. Por outro lado, existem aquelas igrejas que seguem as tradições católica e luterana que veem o domingo como diferente do sábado, e assim para ser observado primariamente como a hora semanal de culto.

A atual crise da observância do domingo tem despertado um renovado interesse pela questão da origem do domingo e sua relação para com o sábado. Dirigentes eclesiásticos católicos e protestantes estão profundamente preocupados com o alarmante declínio na frequência à igreja. Na Itália, de onde procedo, estima-se que somente 5% dos católicos assistem regularmente à missa aos domingos. Cerca de 95% dos católicos vão à igreja três vezes na vida: quando nascem, se casam e morrem [o autor usa e expressão cômica em inglês: “when they are hatched, matched and dispatched”--quando são chocados, acasalados e despachados]. A situação é essencialmente a mesma na maioria dos países ocidentais onde a assistência à igreja atinge menos de 10% da população cristã. A frequência chocantemente baixa à igreja é vista pelos líderes eclesiásticos como uma ameaça à sobrevivência não só de suas igrejas, mas do próprio cristianismo. Afinal de contas, a essência do cristianismo é um relacionamento com Deus e se os cristãos ignoram o Senhor no dia que eles consideram o Dia do Senhor, as chances são de que ignorarão o Senhor todos os dias da semana.

Agudamente cientes das implicações da crise da observância dominical para o futuro das igrejas cristãs numerosos dirigentes eclesiásticos

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