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Doenças Infecciosas Hanseníase

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Por:   •  16/4/2014  •  1.191 Palavras (5 Páginas)  •  602 Visualizações

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Hanseníase

O que é:

A hanseníase conhecida desde os tempos bíblicos como lepra (Bíblia Sagrada, 1992), é uma doença infectocontagiosa de evolução crônica que se manifesta, principalmente, por lesões cutâneas com diminuição da sensibilidade térmica, dolorosa e tátil. Tais manifestações são resultados da predileção do Mycobacterium Leprae (M. leprae), agente causador da doença de Hansen, em acometer células cutâneas, nervosas e periféricas. Foi o médico norueguês Gerhard Armauer Hansen, notável pesquisador sobre o tema, que identificou em 1873, este bacilo causador da lepra, a qual teve seu nome trocado para hanseníase em homenagem a seu descobridor (Foss, 1999 e Gomes, 2000). Durante as reações (surtos reacionais), vários órgãos podem ser acometidos, tais como, olhos, rins, supra-renais, testículos, fígado e baço (Talhari e Neves, 1997).

Se o M. leprae acometesse somente a pele, a hanseníase não teria a importância que tem a saúde pública. Em decorrência do acometimento do sistema nervoso periférico (terminações nervosas livres e troncos nervosos) surgem a perda de sensibilidade, as atrofias, paresias e paralisias musculares que, se não diagnosticadas e tratadas adequadamente, podem evoluir para incapacidades físicas permanentes. (Brasil, 2001).

Fisiopatologia:

A forma do M. leprae é de um bastonete reto ou ligeiramente encurvado, de 1,5 a 8 micra de comprimento por 0,2 a 0,5 mícron de largura. Cora-se em vermelho pela fucsina e não se descora pela lavagem no álcool e ácido – é, portanto, um bacilo álcool-ácido resistente (BAAR). Nos esfregaços de pele e nos cortes histopatológicos os bacilos são vistos isolados, em agrupamentos variados ou em arranjos especiais denominados globias, peculiar do M. leprae, e resultam da sólida união de bacilos através de uma substância chamada gléia.

O M. leprae não é cultivável. Sua inoculação foi conseguida pela primeira vez por Shepard, em 1960, em coxim de pata de camundongo, obtendo lesão localizada de hanseníase; e em camundongos timectomizados observou doença generalizada. Em 1971, Kirchheimer & Storrs, conseguiram infectar tatus, verificando comprometimento de pele, nervos periféricos, medula óssea, fígado, baço, linfonodos, pulmões, meninges e olhos.

O estudo das interações entre patógenos e o sistema imune em pacientes portadores de doenças infecciosas têm fornecido modelos clínicos extraordinários para investigação dos mecanismos básicos da regulação da resposta imune humana. A hanseníase é um exemplo importante. É caracterizada por uma grande diversificação no curso clínico da infecção, variando de uma doença paucibacilar na qual poucos bacilos estão presentes, a uma doença multibacilar, na qual uma grande carga bacilar está presente nas lesões. O dano neural é atribuído à proliferação bacteriana ou a resposta imune do hospedeiro a relativamente poucos bacilos em nervos periféricos e áreas da derme adjacentes, que em última análise são responsáveis pela manutenção do estigma em relação à lepra.

Incidência da doença:

A taxa de prevalência no Brasil é bastante variável, oscilando entre 0,4 a 17 casos por 100 mil habitantes. As regiões Norte e Nordeste apresentam as mais altas taxas de prevalência, concentrando maior parte dos casos, e o estado de Santa Catarina e Rio Grande do Sul já eliminaram hanseníase como problema de saúde pública, segundo os critérios da Organização Mundial de Saúde. Conforme dados da Secretária Estadual da Saúde, no ano de 2002, o Rio Grande do Sul apresentou uma taxa de prevalência de 0,22.

- Categorias sugeridas para análise:

 Unidade geográfica: Brasil, grandes regiões, estados, Distrito Federal, regiões metropolitanas e municípios das capitais.

 Faixa etária: menor de 15 anos e 15 anos e mais.

 Forma clínica: paucibaciliar, multibacilar e ignorado.

Taxa de incidência de hanseníase (por 100 mil), por ano, segundo regiões Brasil, 1990 a 2005.

Região 1990 1993 1996 1999 2002 2005

Brasil 20 23 26 26 27 21

Norte 57 60 80 79 78 56

Nordeste 20 23 27 29 33 31

Sudeste 15 14 15 15 14 9

Sul 7 6 9 8 8 7

Centro-Oeste 50 73 70 64 67 44

No período de 1990 a 2005, a taxa de incidência da hanseníase do Brasil flutuou entre 20 e 28 casos por 100 mil habitantes, possivelmente em função dos esforços realizados para o diagnóstico. As regiões Norte e Centro-Oeste apresentam taxas sistematicamente mais elevadas, seguidas da região Nordeste.

Período de incubação:

Em média de 2 à 5 anos.

Período de Transmissão:

Não é uma doença hereditária. A forma de transmissão é pelas vias aéreas: uma pessoa infectada libera bacilo no ar e cria a possibilidade de contágio. Porém, a infecção dificilmente acontece depois de um simples encontro social. O contato deve ser íntimo e frequente. A maioria das pessoas é resistente ao bacilo e, portanto,

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