Estudo sobre as bactérias infecciosas do gênero chlamydia
Seminário: Estudo sobre as bactérias infecciosas do gênero chlamydia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: renafarma • 10/7/2013 • Seminário • 1.537 Palavras (7 Páginas) • 659 Visualizações
Estudo sobre as bactérias infecciosas do gênero chlamydia
Autor:Renata Martins
Chlamydia
As clamídias pertencem a um pequeno grupo de bactérias cocóides imóveis que apresentam parede celular, DNA, RNA e ribossomos. Deste modo, estes parasitas são considerados intracelulares obrigatórios de células eucariontes. Pois estes microorganismos são incapazes de sintetizar sua própria energia, sendo totalmente dependente da célula hospedeira para supri-la com ATP e outros metabólitos.
As clamídias ocorrem em duas formas morfologicamente distintas: o pequeno corpúsculo elementar (CE) infeccioso e o corpúsculo reticulado não infeccioso. Esta forma é muito semelhante a um esporo, sendo mais resistente.
Estes microrganismos multiplicam-se através de um ciclo de crescimento peculiar que ocorre no interior das células hospedeiras suscetíveis. O ciclo se inicia quando os CE infecciosos fixam-se às microvilosidades das células suscetíveis, sendo a fixação seguida de penetração ativa no interior da célula hospedeira. Uma vez internalizadas as clamídias permanecem no interior de fagossomas citoplasmáticos, onde prossegue o ciclo de multiplicação. A fusão dos lisossomas celulares com o fagossoma contendo CE e a destruição intracelular subseqüente dos microrganismos são especificamente inibidas. A fusão fagolisossômica é impedida se a membrana externa das clamídias estiver intacta.Se a membrana externa for lesada, ou se as clamídias forem inativadas pelo calor ou recobertas com anticorpos, as bactérias são rapidamente destruídas após fusão fagolisossômica.Além disso, se outras bactérias forem fagocitadas juntamente com as clamídias, elas são eliminadas, de modo que a proteção não constitui um fenômeno generalizado.
Dentro de 6 a 8 horas após a penetração na célula, os CE reorganizam-se em CR metabolicamente ativos e são capazes de sintetizar seus próprios DNA, RNA e proteínas, porém carecem das vias metabólicas necessárias para a produção de seus próprios compostos de fosfato de alta energia. Os CR replicam-se por divisão binária, que continua nas próximas 18 a 24 horas. O fagossoma com CR acumulados podem ser facilmente detectados com corantes histológicos. Aproximadamente 18 a 24 horas após a infecção, os CR começam a se reorganizar em CE menores, e, entre 48 e 72 horas, a célula começa a sofrer ruptura, liberando os CE infectantes.Sendo assim, desencadeando a evolução do processo infeccioso.
Chlamydia trachomatis
C.trachomatis, é caracterizada pela presença de células vacuolizadas (cap.cell)com núcleo rebatido e citoplasma estrelado apresentando coloração cinza. Neste vacúolos que estão presentes as bactérias.Como podemos observar abaixo:
A C.trachomatis possui um espectro limitado de hospedeiros. As infecções são restritas aos humanos, enquanto uma cepa causa pneumonite em camundongos. Esta espécie de clamídia foi subdividida em três biovariantes: tracoma, LGV e uma terceira biovariante sendo responsável pela contaminação em camundongos. As biovariante humanas ainda foram subdivididas em 15 sorotipos com base em diferenças antigênicas na proteína da membrana externa principal MOMP( major outer membrane protein).Os sorotipos L1,L e L3 sendo responsáveis pela síndrome do linfogranuloma venéreo e os A,B,Ba e C desencadeiam a manifestação clinica, o tracoma.E os outros subtipos como os D a K são relacionados com as manifestações sexualmente transmitidas, sendo mais freqüente D,E e F.
- Manifestações clínicas:
A C.trachomatis é responsável por uma grande variedade de doenças clinicas:
- Tracoma - é uma doença crônica causada pelas sorovariantes A, B, Ba e C. Inicialmente, os pacientes apresentam conjuntivite folicular com inflamação difusa, que afeta toda a conjuntiva. As conjuntivas sofrem fibrose com a evolução da doença, fazendo com que as pálpebras do paciente se dobrem para dentro. Por sua vez, os cílios voltados para dentro causam escoriação da córnea, resultando, por fim, em ulceração da córnea, fibrose, formação de pannus( invasão da córnea por vasos) e perda da visão.
- Conjuntivite de Inclusão do adulto – Ocorre em pacientes adultos sexualmente ativos, foi documentada a ocorrência de conjuntivite folicular aguda causada pelas cepas de C.trachomatis associadas a infecções genitais. A infecção se caracteriza por corrimento mucopurulento, ceratite, infiltrados da córnea e, ocasionalmente, certo grau de vascularização da córnea.
-Conjuntivite Neonatal– os lactentes expostos a C.trachomatis por ocasião do nascimento também podem desenvolver a infecções oculares.Após um período de incubação de 5 a 12 dias, ocorrem edema palpebral e hiperemia, com secreção purulenta intensa.
- Pneumonia do Lactente –Linfogranuloma Venéreo Ocular;
- Infecções Urogenitais – C. trachomatis também é um causador de infecções sexualmente transmitidas, sendo a freqüência destas infecções maiores nos homens comparando se com a freqüência da gonorréia. Nas mulheres esta infecção em sua maioria são assintomáticas em torno de 80%, apenas 20% são sintomáticas manifestando sob a forma corrimento mucopurulento e ectopia hipertrófica acarretando em cervicite, endometrite, uretrite, salpingite,bartolinite e peri-hepatite.Normalmente as infecções por clamídia são observadas associadas a neisseria que é responsável pela infecção gonocócica .
- Linfogranuloma venéreo (LGV) – A lesão frequentemente passa despercebida, uma vez que indolor, inaparente, cicatrizando rapidamente. Esta doença normalmente ocorre em pacientes do sexo masculino, compreendendo linfadenopatia inguinal que consiste em uma inflamação nos linfonodos da região inguinal, estes se transformam em bubões flutuantes formandos fistulas que drenam.
-Síndrome de Reiter
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