E Quem é o culpado pela pós-verdade?
Por: Marivaz • 27/9/2018 • Dissertação • 278 Palavras (2 Páginas) • 172 Visualizações
Pós-verdade, eleita como palavra do ano de 2016 pela Oxford Dictionaries, é a superação de fatos concretos por crenças individuais, as quais passaram a ter mais importância durante debates e no meio social. Nessa dinâmica, ideias distorcidas, criadas e propagadas através das redes sociais, tomaram proporções tão notáveis ao ponto de passarem a ser aceitas como verdades absolutas pelos indivíduos. Causando, assim, um caos intelectual na sociedade contemporânea.
Apesar de que a maioria das pós-verdades não terem fundamento plausível, muitas conseguiram moldar a forma de pensar das pessoas, principalmente na política, onde foi mais aplicada. Isso foi visto, em grande escala, na eleição presidencial americana de 2016 e no Brexit, já que ambos tiveram um desfecho que se sustentava em fatos inventados. Sobre o último, foi dito que a união europeia custava à Grã-Bretania mais de 400 milhões de dólares semanais; e àquele, dentre as variadas calúnias que amparavam a campanha do candidato Trump, com enorme repercussão, foi o boato de que era apoiado pelo papa Francisco, favorecendo-o com grande parcela do eleitorado.
Como dito por Joseph Goebbels, ministro de propagando da Alemanha Nazista, “uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”, nesse molde, inúmeras pós-verdades se tornaram irrefutáveis para milhares de pessoas. Logo, em um cenário no qual a indústria do sensacionalismo encontra-se no “top trends” atuais, houve uma grande perda da credibilidade jornalística, já que os mesmos veículos que alertam contra os perigos das “meias-verdades”, também são os maiores disseminadores delas, criando um estado permanente de incerteza no espectador.
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