ESTIMULANTES DE AÇÃO CENTRAL
Trabalho Universitário: ESTIMULANTES DE AÇÃO CENTRAL. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: gisellesilva • 10/10/2013 • 2.625 Palavras (11 Páginas) • 699 Visualizações
ANFETAMINAS1,2
São substâncias produzidas em laboratório como, por exemplo: fenproporex, o metilfenidato, o manzidol, a metanfetamina e a dietilpropiona.
Mecanismo de ação
Aumentar a liberação e prolongar o tempo de atuação de neurotransmissores utilizados pelo cérebro, a dopamina e a noradrenalina.
Aumenta a atividade dos sistemas catecolaminérgicos através de uma ação indireta, aumentando a liberação do neurotransmissor para a fenda sináptica, bloqueando o processo de recaptação e aumentando a disponibilidade dos neurotransmissores em virtude da inibição da monoaminoxidase (MAO), enzima principal da metabolização das catecolaminas.
A liberação de dopamina e norepinefrina induzida pela anfetamina não depende de cálcio e não é influenciada pelos receptores pré-sinápticos;dessa maneira, a anfetamina aparentemente não provoca liberação de catecolaminas por exocitose.
Tomando a cocaína como padrão de inibidor de recaptação, pode-se concluir que a anfetamina caracteriza-se como um inibidor de captação de norepinefrina no córtex cerebral, enquanto que no sistema dopaminérgico atuaria primariamente como agente liberador. A inibição da MAO pode ser considerada de pouca relevância para a ação da anfetamina.
Efeitos de uso
Diminuição do sono e do apetite; sensação de maior energia e menor fadiga, mesmo quando realiza esforços excessivos, o que pode ser prejudicial; rapidez na fala; dilatação da pupila; taquicardia; elevação da pressão arterial. Com doses tóxicas, acentuam-se esses efeitos. O indivíduo tende a ficar mais irritável e agressivo e pode considerar-se vítima de perseguição inexistente (delírios persecutórios) e ter alucinações e convulsões.
O consumo dessas drogas induz tolerância. Não se sabe com certeza se ocorre uma verdadeira síndrome de abstinência. São frequentes os relatos de sintomas depressivos: falta de energia, desânimo, perda de motivação, que, por vezes, são bastante intensos quando há interrupção do uso dessas substâncias. Entre outros usos clínicos dessa substância, destaca-se a utilização como moderadores do apetite (remédios para regime).
COCAÍNA1,2
Mecanismo de ação
No SNC é muito semelhante ao das anfetaminas, mas a cocaína ainda atua na serotonina (um terceiro neurotransmissor), além da noradrenalina e da dopamina.
A cocaína apresenta, também, propriedades de anestésico local que independem de sua atuação no cérebro. Essa era, no passado, uma das indicações de uso médico da substância, mas hoje já não é mais utilizado.
Seus efeitos têm início rápido e duração breve. No entanto, são mais intensos e rápidos quando a via de utilização é a intravenosa ou quando o indivíduo utiliza o crack.
Efeitos do uso
Sensação intensa de euforia e poder; estado de excitação; hiperatividade; insônia; falta de apetite; perda da sensação de cansaço. Apesar de não serem descritas tolerância nem síndrome de abstinência inequívoca, observa-se, frequentemente, o aumento progressivo das doses consumidas. Particularmente, no caso do crack, os indivíduos desenvolvem dependência severa rapidamente, muitas vezes, em poucos meses ou mesmo algumas semanas de uso.
Com doses maiores, observam-se outros efeitos, como irritabilidade, agressividade e até delírios e alucinações, que caracterizam um verdadeiro estado psicótico, a psicose cocaínica. Também podem ser observados aumento da temperatura e convulsões, frequentemente de difícil tratamento, que podem levar à morte se esses sintomas forem prolongados. Ocorrem, ainda, dilatação pupilar, elevação da pressão arterial e taquicardia (os efeitos podem levar até a parada cardíaca, uma das possíveis causas de morte por superdosagem, a overdose).
Cetamina3,4
É uma droga dissociativa usada para fins de anestesia, com efeito hipnótico e características analgésicas. Conhecido medicamento para uso humano e veterinário e , é muitas vezes consumida por causar efeitos psicotrópicos.
Foi sintetizada pela primeira vez em 1962 por Calvin Stevens nos laboratórios da Parke Davis por ocasião de pesquisas para substituição dos anestésicos de PCP. Foi nomeada inicialmente de "CI581". Em 1965, a cetamina foi descoberta como um útil anestésico e foi pela primeira vez utilizada "recreacionalmente" por Edward Domino que cunhou a expressão "anestésico dissociativo". A cetamina foi usada para fins de anestesia porque ela suprime a respiração bem menos que a maioria dos anestésicos disponíveis, mas, nos anos 70, os pacientes começaram a reportar visões involuntárias enquanto sob seus efeitos
Mecanismo de ação
A cetamina induz o aumento máximo da atividade metabólica nas estruturas corticais e subcorticais do sistema límbico. No entanto, para doses subanestésicas, onde o efeito analgésico é mais predominante, a atividade metabólica nestas regiões está diminuída.
Ao nível celular, a cetamina é um antagonista não competitivo do receptor do N-metil-D-aspartato (NMDA) de baixa afinidade e dependente do uso, característica responsável pelos seus efeitos terapêuticos primários. No entanto, também altera o funcionamento dos receptores dopaminérgicos, serotoninérgicos, colinérgicos e opióides e dos canais de sódio.
A cetamina interfere na ação dos aminoácidos excitatórios incluindo o glutamato e o aspartato. O glutamato é libertado na fenda sináptica por exocitose dependente do cálcio, onde pode atuar em vários receptores, incluindo o NMDAR ionotrópico. Este receptor, além do glutamato, também requer glicina para abrir e é altamente permeável ao cálcio, sódio e potássio. O glutamato é essencial para a sinaptogênese e sobrevivência neuronal, mas é também importante na morte celular induzida pela excitotoxicidade.
A cetamina inibe o receptor do NMDA por dois mecanismos distintos:
- Bloqueia o canal aberto, reduzindo o tempo médio durante o qual o canal se encontra aberto;
- Liga-se ao receptor fechado e, por um mecanismo alostérico, diminui a frequência de abertura do canal
Utilizações
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