ESTRATÉGIA NA DEFESA DA AMAZONIA BRASILEIRA
Por: caiodiniz • 6/8/2015 • Trabalho acadêmico • 3.973 Palavras (16 Páginas) • 110 Visualizações
CURSO: MAESTRÍA EN DEFENSA NACIONAL AÑO: 2015
MATERIA: ESTRATEGIA TURNO: MAÑANA
ALUMNO: CAIO VALERIANI DINIZ (BRASIL)
TRABAJO PRÁCTICO DE LA MATERIA ESTRATEGIA
ESTRATÉGIA NA DEFESA DA AMAZONIA BRASILEIRA
ESTRATEGIA EN LA DEFENSA DE LA AMAZONIA BRASILEÑA
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1. INTRODUÇÃO
“Árdua é a missão de desenvolver e defender a Amazônia. Muito mais difícil,
porém, foi a de nossos antepassados em conquistá-la e mantê-la.”
(Gen Rodrigo Octávio)
A presença militar na Amazônia ocorre simultaneamente com sua conquista,
sendo considerado o seu início no ano de 1616, quando foi erguido o Forte do Presépio,
precursor da cidade de Belém, no atual estado do Pará, para ser utilizado como base de
acesso à foz do Rio Amazonas.
Entretanto, somente após a independência de Portugal, durante o século XIX
com o Brasil na condição de Império, a primeira colônia militar seria estabelecida na
região do rio Araguari, seguindo-se a instalação de outras em São João do Araguaia,
São Pedro de Alcântara, Óbidos, Oiapoque e Tabatinga, visando a construção e
manutenção do território brasileiro, bem como demonstrar as restrições do governo
brasileiro à navegação estrangeira no rio Amazonas, uma vez que já haviam indícios de
ambições francesas e britânicas de acesso ao vale amazônico, assim como pressões
capitaneadas pelo superintendente dos serviços hidrográficos dos EUA – Tenente
Mathew Fontaine Maury – para o estabelecimento da livre navegação internacional dos
rios amazônicos, conforme descreve Reis (1982, p.59)1:
Maury, num de seus arrazoados ao Governo, sustentara que a América do Sul não
passava, a seu ver, no que diz respeito à sua vida econômica, de uma península da
América do Norte, e que por isso mesmo devia considerar-se e ser mesmo uma
dependência.
No entanto, o aprofundamento da defesa da Amazônia somente aconteceria no
século XX, com a substituição das colônias militares por pelotões de fronteira e pela
transferência de tropas de outras regiões do Brasil para a área amazônica.
Esta rearticulação de forças tem início a partir de meados da década de 1960,
durante a vigência dos governos militares, tendo em vista a visão estratégica dos
militares da necessidade de integrar a Amazônia com o restante do Brasil, conforme a
célebre frase do então Presidente Marechal Castelo Branco2: “Integrar para não
entregar”.
A partir da década de 80, novas questões de Segurança e Defesa emergiram na
agenda internacional, como a segurança dos direitos humanos e a segurança ambiental
entre outras, somadas ao discurso de internacionalização frequente em debates e
entrevistas, demonstrando que o futuro da Amazônia parecia estar novamente
1 Reis, A. C. F. A Amazônia e a cobiça internacional. 5ª ed.: Civilização Brasileira. Rio de Janeiro. 1982.
2 Humberto de Alencar Castelo Branco foi um militar e político brasileiro. Ex-presidente do Brasil do
período de 1964 – 1967.
2
ameaçado, de acordo com o pretenso “direito de ingerência” de grandes potências,
conforme citações de diversas personalidades3, como por exemplo:
- Al Gore (Ex-Vice Presidente dos EUA, 1989): "Ao contrário do que os
brasileiros pensam, a Amazônia não é deles, mas de todos nós";
- François Mitterrand (Presidente da França, 1989): "O Brasil precisa aceitar
uma soberania relativa sobre a Amazônia";
- Mikhail Gorbachev (Último líder da URSS, 1992): "O Brasil deve delegar
parte de seus direitos sobre a Amazônia aos organismos internacionais competentes";
- John Major (Primeiro-ministro do Reino Unido, 1992): "As nações
desenvolvidas devem estender o domínio da lei ao que é comum de todos no mundo. As
campanhas ecológicas internacionais que visam à limitação das soberanias nacionais
sobre a região amazônica estão deixando a fase propagandística para dar início a uma
fase operativa, que pode, definitivamente, ensejar intervenções militares diretas sobre a
região.";
- Henry Kissinger (Ex-Secretário de Estado dos Estados Unidos, 1994): "Os
países industrializados não poderão viver da maneira como existiram até hoje se não
tiverem à sua disposição os recursos naturais não renováveis do planeta... Para tanto,
terão que montar um sistema mais requintado de pressões e constrangimentos
garantidores da consecução de seus intentos.";
- General Patrick Hughes (Diretor da Agência de Inteligência de Defesa dos
EUA, 1998): "Caso o Brasil resolva fazer uso da Amazônia,
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