EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL

2.1.1 OS PAPÉIS DA INTERNET PARA AS MANIFESTAÇÕES POPULARES 1

A internet é um dispositivo tecnológico versátil. Entre seus diversos conceitos, ela proporciona velocidade no compartilhamento das informações. A apropriação social da internet se difere entre vários aspectos relevantes.

Trataremos aqui o auxilio da internet para com as manifestações populares em todo o mundo. Especificamente sobre as manifestações do Rio de Janeiro e do resto do país, todos já devem estar cientes e, portanto, não vale mais explicações a respeito.

Entre os diversos serviços da internet, as redes sociais se destacam como o ponto de encontro das manifestações, em especial o Facebook e Twitter, através deles foi possível aos manifestantes o encontro com outras pessoas e a descoberta de novas fontes de informação, transformando as redes sociais em uma verdadeira plataforma comunicativa. Assim sendo, se as redes sociais funcionam dessa forma, é importante verificar outras formas de comunicação na internet, com funções específicas que contribuem para as manifestações de diversas formas.

A pessoa lê diversas fontes, comenta eventualmente alguma coisa, passa a seguir alguns perfis, participa de alguma comunidade no Facebook, visita sites e blogs que ela não tinha conhecimento, dentre outros. Nesse caso, qualquer fonte digital pode ter a função de divulgar informação, seja ela uma fonte da mídia tradicional, seja de blogs e perfis de desconhecidos.

Outro papel importante das redes sociais é o monitoramento, com o intuito de informar o cidadão que queria participar ou àquela pessoa que poderia evitar ruas e avenidas próximas. As redes sociais funcionaram como plataforma de distribuição dessas informações, mas o verdadeiro conteúdo estava em blogs e mapas colaborativos.

Hoje em dia qualquer cidadão possui um celular com câmera, através de filmagens, os vídeos passaram a ser outra forma de manifesto, mesmo que timidamente. Como as conexões estão cada vez melhores, já é possível fazer um vídeo e subir com mais agilidade e, nesse sentido, não só o youtube deu as caras: o Vine, plataforma de vídeos do próprio Twitter e que só permite arquivos com no máximo seis segundos, também foi utilizado por manifestantes. Sites de empresas jornalísticas também seguiram essa onda, como o site Terra, transmitiu ao vivo parte das manifestações no Rio de Janeiro.

No Brasil, o grupo Annonymous também tem representante e, no período das manifestações, invadiu de perfis de Twitter a sites governamentais. Estes últimos foram derrubados por um período, enquanto o perfil da revista Veja no Twitter foi “tomado” pelos ativistas e mensagens de apoio às manifestações foram postadas para mais de dois milhões de seguidores.

Portanto, é possível verificar que diversos dispositivos digitais foram utilizados para dar força às manifestações, para protestar, para informar, para cobrir e tantas outras funções. Sites de redes sociais, embora grandes agregadores de pessoas, não fazem sozinhos tudo que é possível nem tudo o que as pessoas querem fazer. Outras formas de comunicação são necessárias para dar conta da demanda cidadã por ações informativas que seguem lógicas diferentes. Monitorar sites como Twitter e Facebook é uma ferramenta importante para entender