Economia Politica Introdução A Critica
Artigo: Economia Politica Introdução A Critica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: KellBarros • 8/9/2013 • 3.256 Palavras (14 Páginas) • 1.020 Visualizações
Trabalho, sociedade e valor
Quando falamos de atividade econômica o trabalho é a base. Trata-se da relação de intercambio do homem com a natureza. Transformando a natureza para atender as necessidades sociais.
A forma pela qual nós atendemos nossas necessidades sociais dá o tom do nosso desenvolvimento. Com isso surge o anseio de universalizar o conhecimento para a satisfação dessas necessidades. Potencializando a produção de qualquer bem, gerando valor que compõe a riqueza social. Isto posto, o estudo do trabalho tem um prestígio solene entre os economistas políticos.
1.1. Trabalho: transformação da natureza e constituição do ser social
Para além da premissa que as atividades atendem a necessidade de sobrevivência como “uma herança determinada geneticamente” (Netto. Braz. 2012), o trabalho transpôs a naturalização. Ele é exercido através de instrumentos inseridos entre os executores e a matéria natural. Longe das atribuições genéticas, o trabalho passa a exigir habilidades e conhecimentos adquiridos e passados pela aprendizagem que se desenvolvem, inovam, com o aparecimento de novas necessidades. O contraste entre atividades naturais e o trabalho é que o ultimo cuida de uma relação mediada, isto é, utiliza instrumentalização entre o sujeito e a matéria natural. A natureza não cria instrumentos. No trabalho o homem projeta na mente aquilo a ser produzido, o que distingue da mecânica de produção meramente biológica, antecipando na imaginação todo o processo de trabalho.
Entretanto para efetuar o trabalho faz-se imprescindível que o sujeito conheça as propriedades da natureza, não apenas idealizar a atividade. Quando dotado desse conhecimento o ser humano se depara com a instância de compartilhar, transmitir esse conhecimento, a isto chamamos universalização dos saberes. Para tanto arroga-se o uso da comunicação para além da reprodução de saberes, usa-se para atrair, induzir e até submeter outros na execução das atividades. Levando isto em conta, como citam os professores Netto e Braz: “O trabalho é, sempre, atividade coletiva” (2012).
1.2. Trabalho, natureza e ser social
Desde já compreendo que sem natureza é impossível haver sociedade. É da natureza que tiramos/transformamos pelo trabalho aquilo essencial para a sobrevivência da sociedade, uma relação de dependência. Sem natureza, se extingue a sociedade e não o contrario. O que podemos estudar são as formas de simetria entre a sociedade a natureza. Os tipos de transformação, através do trabalho, que historicamente a sociedade atua nos elementos naturais para usufruir dele e os meios aplicados nessa transformação.
Quanto ao surgimento da espécie humana, que faz parte da ainda polemica origem da vida no universo e as condições que a proporcionaram tamanho salto biológico, trata-se da ruptura nos mecanismos e regularidades naturais. Desdobrou-se um novo tipo de ser, inerente a herança biológica e condições preestabelecidos padrões genéticos. O ser social surge das relações e aplicações inexistentes na natureza, que ascendeu um grau de desenvolvimento amplo no tempo e alcançou atributos especiais que nos difere da natureza sem nos retirá-la dela. A capacidade de produzirem-se a si mesmos por intermédio do trabalho. É no trabalho que a humanidade, leia-se sociedade, está alicerçado.
O desenvolvimento da humanização dos homens, que por sua vez é o desenvolvimento do ser social que embora não se desligue da natureza, faz com que a naturalidade do homem sofra diminuição, de seus instintos naturais para racionais, os homens além de transformar a natureza se transformam a si mesmos. A humanização é iniciada pela atividade do trabalho, não é imutável, algo linear ou unívoco, todavia tem a sua natureza historicamente transformada. Esse processo tem seu avanço continuo onde se apresentam as objetivações do ser social que tem no trabalho sua objetivação vital, donde intervenções cada vez mais complexas originam novas objetivações[ambições, pleitos, projetos], todas ela vinculadas ao trabalho.
Entendemos que o homem só pode assim ser identificado em sociedade. Para tanto o trabalho é a base que se universaliza promovendo a sociabilidade. Dessa interação surge, desenvolve-se e inova-se o ser social.
1.3. Práxis, ser social e subjetividade
Entretanto o ser social não se limita ou acaba no trabalho. Algumas objetivações sobressaem ao campo do trabalho. A racionalidade, sensibilidade e atividades, essas apoiadas no trabalho, criam auto objetivações, onde o trabalho é, apesar de modelo, uma dessas objetivações. Podemos perceber essa transcendência do trabalho na categoria teórica práxis. Esta tanto age voltada para as interações do homem com a natureza e nas suas relações com outros homens, a forma como ele age sobre si mesmo, construindo um mundo social que leva o homem a converter-se de todo em gênero humano. Salvo nos casos onde as objetivações geradas apresentam-se como algo nocivo, estranho e dominador. Não se reconhece a expressão da humanidade dos homens e sim como uma potencia controladora eminente. A quem chamamos de alienação. As objetividades humanas, alienadas, deixam de promover a humanização e passam a estimular regressões do ser social. As bases da alienação são: a divisão social do trabalho e a propriedade privada dos meios de produção fundamentais. Tal falta contribuiu e contribui para que até hoje o desenvolvimento do ser social e suas singularidades jamais se equiparem com o desenvolvimento da humanização de todos os homens de forma igualitária. O que só é possível de acontecer em uma sociedade sem divisão social do trabalho e a propriedade privada dos meios de produção fundamentais.
1.4. Trabalho, valor e “fim da sociedade do trabalho”
A questão do valor é própria da Economia Política Clássica. Nela o valor se vincula ao trabalho produzindo a riqueza social. Embora nem tudo dotado de valor seja fruto do trabalho. Em contra partida, ao estudar um “clássico” de Ricardo, Marx observou que o valor da mercadoria é determinado pelo tempo de trabalho socialmente necessário. Tempo empregado na produção em todas sua condições regulares, conjunto ao grau social hábil e proporção de trabalho através do preço se estabelece o valor das mercadorias.
Dai se comprova que a teoria valor-trabalho foi menosprezada a muito. Atendo-se à analises superficiais, inclusive alguns teóricos recentes afirmam que o trabalho já não é mais o cerne da organização da vida social. Discursando sobre o “fim do trabalho”, do “fim da sociedade do trabalho” nas ideologias pós-modernas.
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