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Eficácia e tolerância do gene aroether (Schinus terebinthifolius Raddi) para o tratamento da vaginose bacteriana

Projeto de pesquisa: Eficácia e tolerância do gene aroether (Schinus terebinthifolius Raddi) para o tratamento da vaginose bacteriana. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  21/10/2014  •  Projeto de pesquisa  •  906 Palavras (4 Páginas)  •  325 Visualizações

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Tratamento da Vaginose Bacteriana com Gel Vaginal de Aroeira

(Schinus terebinthifolius Raddi): Ensaio Clínico Randomizado

Treatment of Bacterial Vaginosis with Schinus terebinthifolius Raddi

Vaginal Gel: a Randomized Controlled Trial

Melania Maria Ramos de Amorim, Luiz Carlos Santos

Instituto Materno-Infantil de Pernambuco (IMIP)

Recife/PE

Correspondência:

Melania Maria Ramos de Amorim

Rua Neuza Borborema de Sousa, 300 – Bairro Santo Antônio

58103-313 – Campina Grande – PB

e-mail: melamorim@uol.com.br

RESUMO

Objetivos: testar a eficácia e a tolerância do gel de aroeira (Schinus terebinthifolius Raddi)

para tratamento da vaginose bacteriana.

Métodos: quarenta e oito mulheres com vaginose bacteriana sintomática (de acordo com os

critérios de Amsel) foram incluídas em ensaio clínico randomizado, duplo-cego, controlado,

comparando-se o uso do gel vaginal de aroeira (25 casos) com placebo (23 casos). Os principais

desfechos avaliados foram: taxa de cura, presença de lactobacilos na colpocitologia depois

do tratamento e efeitos colaterais. Realizou-se análise estatística usando os testes χ2e exato

de Fisher, ao nível de significância de 5%.

Resultados: adotando-se os parâmetros clínicos de Amsel para vaginose bacteriana, a taxa

de cura foi de 84% no grupo da aroeira e 47,8% no grupo placebo (p = 0,008). Observou-se

freqüência significativamente maior de lactobacilos na colpocitologia entre as pacientes tratadas

com aroeira (43,5%) em relação ao placebo (4,3%) (p = 0,002). Efeitos adversos relacionados

ao tratamento não foram freqüentes em ambos os grupos.

Conclusões: o presente estudo indica que o gel vaginal de aroeira é efetivo e seguro para o

tratamento da vaginose bacteriana. Além disso, sugerem-se potenciais efeitos benéficos na

flora vaginal.

PALAVRAS-CHAVE: Vaginose bacteriana. Infecções vaginais. Aroeira. Schinus. Ensaio clínico.

menstruação e depois do contato com o fluido seminal.

Desta forma, compromete o equilíbrio

biopsicossocial, perturbando inclusive o relacionamento

sexual. Refere-se também aumento do

risco de doença inflamatória pélvica aguda

(DIPA)2,3. Ainda uma complicação importante relacionada

à saúde reprodutiva é que, durante a

gravidez, a presença de vaginose associa-se a risco

aumentado de amniorrexe e parto prematuro,

abortamento séptico e endometrite pós-cesárea4-11.

A vaginose bacteriana constitui infecção

polimicrobiana, primariamente anaeróbica. Sua

presença representa alteração do ecossistema

vaginal, ocorrendo significativa redução dos

lactobacilos e elevação do pH (maior que 4,5), com

crescimento exagerado de bactérias que podem ser

96 RBGO - v. 25, nº 2, 2003

encontradas em baixa concentração em mulheres

normais, como Gardnerella vaginalis,

Mycoplasma hominis e espécies de Mobiluncus e

Bacteroides3,12.

Como a Gardnerella vaginalis pode fazer parte

da flora vagina normal, apenas sua presença

isolada não indica vaginose bacteriana. Assim,

nem a colpocitologia (Papanicolaou) nem a cultura

somente qualitativa representam métodos

diagnósticos confiáveis, uma vez que vários

microrganismos associados à vaginose bacteriana

também podem ser encontrados em pacientes

assintomáticas3,13. Recomenda-se portanto a

utilização dos critérios de Amsel para o diagnóstico

de vaginose bacteriana14. Estes critérios incluem

as características do corrimento vaginal, o pH

maior que 4,5, a positividade do teste do whiff e a

presença de células-guia na bacterioscopia (exame

a fresco ou esfregaço corado pelo Gram). Pelo menos

três destes quatro critérios devem estar presentes,

sendo que a aplicação desses parâmetros resulta

em sensibilidade e especificidade superiores a

90% no diagnóstico da vaginose bacteriana13,14.

Em 1999, foi lançado no Brasil o produto

farmacêutico contendo o gel de aroeira (Schinus

terebinthifolius Raddi), uma planta medicinal de

uso amplamente difundido no Nordeste para

tratamento de diversas infecções. O decocto da

casca do caule tem sido tradicionalmente

utilizado para tratar cervicites e corrimento

genital15. Múltiplos mecanismos

...

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