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Emilia Ferreiro

Artigo: Emilia Ferreiro. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  13/10/2014  •  2.456 Palavras (10 Páginas)  •  650 Visualizações

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FASES DO DESENVOLVIMENTO PSICOGENÉTICO DA CRIANÇA SEGUNDO PIAGET

FASE SENSÓRIO-MOTORA (0 a 2 anos)

Nesta fase a criança necessita do adulto por completo e desenvolve seus sentidos, seus músculos, seus movimentos, sua percepção e seu cérebro.

O bebê brinca com o corpo, executa movimentos, começa a entender e reconhecer os braços, as pernas, os dedos. Olha, pega, ouve, apalpa, mexe em tudo o que encontra ao seu redor. Ao brincar o bebê incorpora ao cérebro, através dos sentidos, impressões verdadeiras que vão aflorar no desenvolvimento cognitivo.

Assim nenhuma criança nasce um gênio e nenhuma nasce tola. Seu desenvolvimento depende da quantidade de estímulos que receberá durante esta fase.

FASE SIMBÓLICA (2 a 4 anos)

A partir desta fase a criança passa a se definir e se estruturar como ser diferente dos animais. Intencionalmente a criança movimenta seus músculos e descobre possibilidades de dar forma ao mundo que a cerca através da experimentação e da manipulação das coisas.

Os jogos e as brincadeiras ultrapassam a ação da simples recordação de impressões observadas e vividas. A criança interfere criativamente na construção de uma nova realidade. Um processo através do qual se combinam os dados da experiência cotidiana correspondente à curiosidade e necessidade.

FASE INTUITIVA (4 a 7 anos)

Fase em que a criança se reúne com outras crianças para brincar, mas age, ainda, sem observar regras. Ela não consegue ainda coordenar seus esforços com os dos companheiros, mas sente a necessidade de estar junto com eles.

FASE DA OPERAÇÃO CONCRETA (7 a 12 anos)

É a fase escolar em que a criança incorpora os conhecimentos sistematizados, toma consciência de seus atos e desperta para um mundo em cooperação com seus semelhantes. Atividades como a dança, música, o teatro, tornam-se indispensáveis ao desenvolvimento, as quais favorecem a assimilação de estruturas básicas de comportamento.

Nesta fase a criança começa a pensar inteligentemente e a ter certa lógica. Começa a entender o mundo mais objetivamente e a ter consciência de suas ações, discernindo o certo do errado. A escola representa, nesta fase, a essência de sua formação.

HIPÓTESES DE ESCRITA

Construção da Base Alfabética

A construção da base alfabética surge de maneira espontânea nas crianças com aproximadamente três anos de idade. Nessa fase o que pensam e elaboram sobre a escrita convencional e que uma figura não é para ler, mas pode ser interpretada, pois para ler são necessárias outras marcas, diferentes das figuras. Quando quer escrever, inventa suas próprias letras. Apenas os substantivos podem ser escritos, pois a escrita serve para “marcar os nomes das coisas”. Acreditam que palavras com menos de três letras ou letras repetidas não podem ser lidas. Acreditam também, durante o processo, que uma letra basta para registrar uma emissão sonora. E ainda em dado momento de conflito, enxertam letras para aumentar a palavra considerada pequena demais para dar conta do seu significado. Ao final, percebem que se faz necessário combinar as letras para que representem os sons da fala e essa “combinação” obedece a regras convencionadas socialmente.

Porém, essa evolução só é possível quando as atividades de leitura e escrita realizadas em sala de aula porém a fim de possibilitar e garantir a aprendizagem.

Emília Ferrero, tratando dos níveis de evolução da escrita, separou-os assim:

Nível Pré-Silábico I: Uma criança com escrita pré-silábica I está iniciando sua vida acadêmica. Ainda precisa percorrer um árduo e longo caminho. Ainda não estabelece uma relação necessária entre a linguagem falada e as diferentes formas de representação. Acredita que desenhos são formas de escritas e que assim se escreve. Precisa garantir traços figurativos ou pseudoletras daquilo que quer escrever Acredita que o nome das pessoas ou coisas tem relação com seu tamanho ou idade. Assim, para objetos ou pessoas pequenas são atribuídos ‘nomes pequenos’ e para objetos ou pessoas grandes ‘nomes grandes’ (realismo nominal). Nessa fase ainda não separa letras e números, lê apenas gravuras, a leitura é global, não possui clareza com relação às categorias lingüísticas (letra – palavra – frase).

Nível Pré-Silábico II: Nesse momento a criança já faz uso de sinais gráficos vendo que desenhos já não são necessários, pois não dão conta de registrar o que se deseja. É um nível intermediário, conflituoso. Percebe que desenhar não é escrever. Percebe também que os adultos não escrevem desenhando os objetos que estão a sua volta.

Em determinados momentos recusa-se a escrever dizendo que não sabe e ainda, afirma que com desenhos não se escreve.

Para Emília Ferrero (1999, p.198), esse conflito é rapidamente resolvido. Segundo ela “torna-se claro que a dificuldade de diferenciar as atividades de escrever e desenhar é apenas momentânea (...)”

Se quando solicitada a escrever, a criança grafa sinais e desenhos, já se pode considerar que o conflito foi vencido. Ela já sabe que o desenho não é escrita. Que a escrita é representada por letras. Mas se ainda desenha e escreve é possível que esteja estabelecendo relações entre um ou outro. Pensa que um depende do outro.

Ferrero (1999, p.200) explica que “...a imagem podia funcionar como um complemento do texto (...) como que promovendo um apoio à escrita, como que garantindo seu significado.”

Nessa fase passa a ter preocupações mais aprofundadas em relação à língua escrita. Preocupa-se com a qualidade de sua escrita, portanto, em uma mesma palavra, torna-se necessário uma variedade de caracteres gráficos.

Também se preocupa com a qualidade de caracteres. A maioria das crianças não admite escritas ou leitura com menos de três letras por palavra.

Esses critérios de quantidade e qualidade permanecerão por muito tempo e serão responsáveis por grande parte dos conflitos surgidos ao longo do processo de alfabetização.

Serão conflitos benéficos, responsáveis por gerar situações de incoerência e insatisfação, forçando a busca de novas formas de interpretação.

Para a criança, romper com conceitos já existentes e elaborar novos conceitos constitui um momento

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