Engenharia E Análise De Valor

Estudo da metodologia Engenharia e Análise de Valor e suas aplicações

RESUMO

No presente trabalho foi desenvolvido um estudo sobre a metodologia de Engenharia e Análise do Valor, suas aplicações e definições dos conceitos básicos que fazem parte da estruturação da mesma, as quais devem ser consideradas durante sua aplicação. Realizou-se uma vasta revisão bibliográfica sobre os conceitos de Engenharia e Análise de Valor, bem como de suas aplicações em diversas áreas do conhecimento. Através deste estudo constatou-se que o uso mais freqüente desta metodologia está associado á redução de custos, agregar valor e melhorar a funcionalidade dos produtos.

Palavras - chave: engenharia do valor, análise do valor, conceitos.

INTRODUÇÃO

Engenharia e Análise do Valor apresenta-se como uma metodologia bem definida, com a finalidade de analisar os componentes de um produto através de suas funções e a partir disto encontrar quais funções tem capacidade de ter seu valor trabalhado e aumentado

A Engenharia e Análise do valor (EAV) constitui-se de uma série de técnicas em torno da ideia de focalizar estudos de produtos em termos de funções em lugar de peças ou componentes, e tem por objetivo realizar estas funções ao menor custo.

Abreu (1995) define EAV como um conjunto de técnicas que analisa cada parte do produto através das funções que desempenha (estado atual), que deveria desempenhar (estado ideal), do custo destas funções e da possibilidade de existência de outros recursos que desempenhem as mesmas funções a um menor custo, garantindo a qualidade, a segurança e a satisfação das necessidades do usuário.

O objetivo do presente trabalho é realizar um estudo bibliográfico da metodologia Engenharia e Análise de Valor, bem como de suas aplicações nos mais variados produtos.

METODOLOGIA

De acordo com as características do trabalho, pode-se definir este como de caráter exploratório, pois houve uma maior aproximação com o tema relacionado a este trabalho (Engenharia e análise do valor), havendo obtenção de conhecimento sobre os assuntos abordados e os fatos relacionados. Realizou-se revisão bibliográfica, através de pesquisa bibliográfica em seus diversos meios, tais como livros, revistas, meios eletrônicos e outras publicações, com o intuito de tomar conhecimento das aplicações e contribuições da Engenharia e Análise de Valor nos mais variados setores.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Engenharia e análise do valor

Engenharia e análise do valor é conceituada como uma técnica desenvolvida a partir da II Guerra Mundial e difundida por Miles, que também envolve trabalho em equipe, criatividade e trade-offs e difere da simples redução de custos por envolver uma sistemática organizada de análise e proposição de soluções, baseada na função que um produto ou componente deve ou poderia desempenhar, e dos custos para obtenção desta e do valor que o cliente está disposto a desembolsar para ter esta função desempenhada (DUARTE JUNIOR, 2009).

Conforme Carvalho e Massarani (2004) EAV procura olhar para um produto do ponto de vista das funções que este executa. Este é o primeiro passo para que possam ser desenvolvidos produtos que desempenhem as mesmas funções do produto inicialmente analisado a menor custo.

Com o estudo de cada parte de um produto, da forma proposta pela EAV, obtém-se (PINTON, 1989): redução de custos; melhoria da qualidade; simplificações operacionais; resolução de problemas; padronização de Itens; adequação ao mercado; desburocratização; desenvolvimento organizacional.

Análise do Valor tem sua origem na década de 1940, quando Lawrence D. Miles, um engenheiro de produto, recebeu a incumbência de estudar os custos das matérias-primas para os produtos da empresa General Electric (GE), com a finalidade de reduzi-los.

Essa linha de atuação foi condensada em um estudo denominado por Miles de Value Analysis (Análise do Valor) e publicado com autorização da GE em 1947. A partir daí esta metodologia se espalhou primeiramente pelos Estados Unidos, sendo adotada pela Marinha Americana e pelo Departamento de Defesa, em pouco tempo estas técnicas foram reconhecidas e aplicadas no mundo inteiro, sendo divulgadas, desenvolvidas e internacionalizadas pela SAVE – “Sociedade Americana de Engenharia do Valor”, fundada em 1959.

No Brasil, a partir de 1970, grandes empresas vêm se utilizando dessa metodologia, destacando-se algumas como: Volkswagen, Mercedes Benz, Petrobras, Kablin do Paraná, TRW, FIAT, Multibrás, BASF, IBM, General Motors (ABEAV, 1984 apud Schröder, 2004). Com a Finalidade de divulgar esta técnica, foi criada em 1984 a ABEAV (Associação Brasileira de Engenharia e Análise do Valor).

Schröder (2004) utilizou a metodologia da Análise do Valor como forma de chegar a um resultado sistemático em análise de processos e custos, tendo como objetivo do seu trabalho a obtenção de resultados financeiros que possam tornar o produto mais competitivo. Aplicou EAV na manufatura da porta de um veículo Volkswagen, constatando que a produção da estrutura da porta pelo processo de tailored blank (união de duas ou mais chapas, de espessuras diferentes, através de solda a laser, antes de sofrerem um processo de conformação mecânica) era inviável economicamente. Apesar de a manufatura utilizando uma única chapa conformada tem um custo maior de matéria-prima, o custo com o processo se reduz em maior grau, o aumento na massa das portas seria pequena, sem afetar o consumo de combustível, diminuindo o custo da peça em 27%. Este estudo demonstra uma ideia essencial na EAV – Simplificar pode ser muitas vezes a melhor solução.

Ibusuki e Kaminskia (2007), realizaram estudo em uma indústria automotiva através de uma abordagem da Engenharia de Valor aliada á gestão de custos no desenvolvimento de produtos, onde uma ferramenta serve como complemento á outra. O estudo foi focado no sistema de motor-starter de um veículo, com o objetivo de reduzir custos, melhorar a funcionalidade e qualidade do produto.

A EAV também foi utilizada como ferramenta de gerenciamento de sistema de uma indústria de construção. Aplicada à teoria da solução inventiva de problemas, integrando as ferramentas na fase de criatividade do processo tornando-a mais sistemática, organizada e com mais foco no problema, podendo assim aumentar a eficiência e eficácia da atividade (ZHANG; MAO; ABOURIZK, 2009).

A EAV integrada ao DFMEA (análise do modo e efeito de falha de projeto) foi usada por Santana