TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Entenda a crise na Europa

Tese: Entenda a crise na Europa. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  18/5/2013  •  Tese  •  5.160 Palavras (21 Páginas)  •  669 Visualizações

Página 1 de 21

Entenda a crise na Europa

A crise na Europa foi causada pela dificuldade de alguns países europeus em pagar as suas dívidas. Cinco dos países da região – Grécia, Portugal, Irlanda, Itália e Espanha – não vêm conseguindo gerar crescimento econômico suficiente para honrar os compromissos firmados junto aos seus credores ao longo das últimas décadas. O risco de inadimplência é real e tem consequências de longo alcance, que se estenderão além das fronteiras da zona do euro.

“A crise da dívida europeia é a crise financeira mais séria desde os anos 1930, se não a mais séria da história”, afirmou o Presidente do Banco da Inglaterra, Mervyn King, em outubro de 2011.

Como começou a crise na Europa?

A economia mundial tem experimentado um crescimento lento desde a crise financeira dos Estados Unidos entre 2008 e 2009. A crise americana expôs as políticas fiscais insustentáveis dos países na Europa e no mundo.

A Grécia, um dos países que não conseguiu realizar reformas fiscais, foi um dos primeiros a sentir o aperto de um crescimento mais fraco. Quando o crescimento diminui, assim como as receitas fiscais, torna os elevados déficits orçamentários insustentáveis. Na verdade, as dívidas da Grécia eram tão grandes que ultrapassaram o tamanho de toda a economia do país. No final de 2009, a única solução que restou para o então recém-empossado primeiro-ministro George Papandreou foi assumir que a Grécia não tinha mais condições de pagar as suas contas.

Os investidores reagiram de imediato, exigindo maiores rentabilidades sobre os títulos da Grécia, o que elevou o custo dos encargos da dívida do país e exigiu uma série de salvamentos pela União Europeia (UE) e Banco Central Europeu (BCE). A partir do episódio grego, o mercado passou a exigir maiores rentabilidades sobre os títulos dos outros países endividados da região, tentando antecipar problemas semelhantes ao que ocorreu na Grécia.

Porque a rentabilidade dos títulos sobe em resposta a este tipo de crise, e quais são as suas implicações?

A razão para o aumento da rentabilidade dos títulos é simples: uma vez que os investidores passam a considerar o investimento em títulos de um país arriscado, começarão a exigir um retorno maior para compensar esse risco. Isso gera um ciclo vicioso: a demanda por maiores rendimentos equivale a custos mais elevados de financiamento para o país em crise, o que leva a uma tensão fiscal ainda maior, levando os investidores a exigir um maior rendimento, e assim por diante. A perda geral de confiança dos investidores geralmente contagia o mercado, fazendo com que os investidores passem também a exigir rentabilidades maiores para a aquisição de títulos de outros países com finanças igualmente abaladas.

O que os governos europeus têm feito em relação à crise?

A União Europeia (UE) vem adotando algumas medidas para tentar controlar a crise, porém, move-se muito lentamente, já que necessita do consentimento de todos os dezessete países que compõem a UE para agir.

As principais medidas adotadas até o momento tem sido a liberação de uma série de pacotes de resgate para tentar equilibrar a economia dos países em maior dificuldade. Na primavera de 2010, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) desembolsaram € 110 bilhões para a Grécia. Em meados de 2011, a Grécia exigiu um segundo resgate – ainda maior – de cerca de € 157 bilhões. Mesmo assim, a Grécia continuou em sérias dificuldades e, em 9 de março de 2012, o país e seus credores firmaram um acordo para reestruturação da dívida grega, além de planejarem a injeção futura de mais parcelas de fundos de resgate. Irlanda e Portugal também receberam socorro, respectivamente, em novembro de 2010 e maio de 2011.

Em 9 de maio de 2010, para facilitar o fornecimento de empréstimos de emergência aos países em dificuldade financeira, os países-membros da zona do euro criaram o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF, na sigla em inglês).

Entretanto, apesar das ações promovidas pelas autoridades europeias ajudarem a estabilizar os mercados financeiros no curto prazo, elas têm sido amplamente criticadas por apenas “esconderem a sujeira debaixo do tapete”, adiando a adoção de medidas que solucionem definitivamente a crise para o futuro.

O que o Banco Central Europeu têm feito em relação à crise?

O Banco Central Europeu (BCE) também tem tentado ajudar. Em agosto de 2011, o BCE anunciou um plano para comprar títulos do governo, quando necessário, a fim de manter as taxas de juros em um nível aceitável, uma vez que países como Itália e Espanha já não tinham mais como pagar as taxas de rentabilidade.

Em dezembro de 2011, o BCE disponibilizou uma linha de crédito com taxas ultrabaixas no valor de € 489 bilhões à disposição dos bancos em dificuldade na zona do euro. Este programa, denominado Operação de Refinanciamento de Longo Prazo (LTRO, na sigla em inglês), teve como objetivo manter a capacidade dos bancos europeus de conceder empréstimos. Diversas instituições financeiras da zona do euro possuíam dívidas com vencimento em 2012, o que comprometeria as suas reservas para concessão de empréstimos. Uma diminuição na linha de crédito bancário para empresas e indivíduos afetaria o crescimento econômico dos países – já em dificuldade – e agravaria a crise. Assim, o BCE também vem lutando para manter o balanço financeiro dos bancos em equilíbrio, tentando assim, evitar que a crise da dívida europeia se potencialize. Em fevereiro de 2012, o BCE disponibilizou mais recursos para o LTRO.

Entretanto, há o consenso de que: enquanto os países menores, como a Grécia são economias pequenas o suficiente para serem resgatadas pelo Banco Central Europeu, países como Itália e Espanha são grandes demais para serem salvos.

Porque o calote da dívida é um problema tão sério? Um país não poderia simplesmente esquecer suas dívidas e começar de novo?

Infelizmente, a solução não é assim tão simples, por uma razão fundamental: os bancos europeus continuam a ser um dos maiores detentores dos títulos (dívidas) dos países da zona do euro, apesar de terem reduzido suas posições ao longo do segundo semestre de 2011. Bancos são obrigados a manter uma certa quantidade de ativos em seus balanços relativos ao montante da dívida que possuem. Se um país resolve simplesmente deixar de pagar sua dívida, o valor de seus títulos vai desabar no mercado. Para os bancos, isso poderá significar uma redução acentuada

...

Baixar como (para membros premium)  txt (32.6 Kb)  
Continuar por mais 20 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com