Estrutura E Organização

Situação I: O que os alunos aprendem numa série influenciará sua aprendizagem no ano seguinte.

Não dá para criar uma situação de ensino-aprendizagem se não houver o interesse do educador em saber as características que cada turma necessita para entender e assim aprender. Ao longo do ano, essas características vão ficando evidentes, e se torna mais fácil a prática do ensino, porém se o professor não voltar sua atenção para esse ponto, certamente terá problemas desde indisciplina até a falha no aprendizado do aluno.

É necessário ao educador saber estabelecer limites e valorizar a disciplina, e para isso é preciso uma autoridade sem agressividade, ou seja, impor respeito sem autoritarismo.

O que os alunos aprendem e da maneira que os alunos aprendem influenciará no seu aprendizado nos anos seguintes, pois seu desempenho depende do conhecimento que têm e a aceitação a maneira que isso lhes é passado. É importante verificar o que o aluno já sabe e como consegue aprender, levando em consideração suas condições e sua cultura, valorizando assim a educação e o aluno.

Situação em sala de aula:

Pedro acaba de entrar no 6º ano, veio da turma da professora Maria; ela que é muito doce e calma, se empenha ao máximo para ensinar cada aluno individualmente. Todos dizem que a sala da Maria é muito indisciplinada, porém ela trata cada aluno como especial, manda atividades para casa todos os dias e acompanha o desenvolvimento de cada aluno junto com seus pais a quem, frequentemente, pede o comparecimento na escola.

Pedro está acostumado com Maria, embora indisciplinado, Pedro gosta da atenção que Maria dá a ele, faz os exercícios com certa dificuldade e só entende a matéria porque tem a constante companhia da professora Maria ao seu lado durante os exercícios, mas agora Pedro entrou no 2º ciclo do fundamental e acaba de receber diversos professores: Julia de português, Alfredo de matemática, Ricardo de história, entre outros professores. Pedro se sente deslocado, tem muita dificuldade com português e não consegue acertar nas contas. A professora Julia é muito brava, não deixa que os alunos se levantem, e sempre que Pedro pede a atenção dela, ela pede um momento, e acaba não porque não dá tempo. Além disso, ela grita bastante e Pedro não consegue entender nada. Nas aulas de matemática é ainda pior. O professor Alfredo fala bem devagarzinho, mas os alunos não se sentam e não param de gritar um só minuto. Quando Pedro ouve o que o professor diz, consegue entender alguma coisa, mas não tudo porque não consegue receber a atenção que precisa do Alfredo.

Os pais de Pedro são bem pobrezinhos, trabalham colhendo cana de açúcar para um agricultor da região que moram, eles moram no fundo da casa do agricultor. Não têm estudo e por isso mesmo não conseguem dar auxílio ao filho nas matérias em que têm dificuldade. Não vão a escola porque a condução é difícil. Só vão quando o professor chama e como nesse ano em que João está nenhum professor chamou, os pais de Pedro não comparecem a escola dia nenhum.

Pedro então se torna mais indisciplinado, não quer saber de nada porque não entende nada. Vai a direção quase todos os dias mandado pelo Alfredo ou pela Julia que não suportam mais o menino. E Pedro vai seguindo pelo 6º ano sem entender nada e sem a atenção de ninguém.

Solução:

Os professores deveriam adotar certas posturas para um melhor comportamento dos alunos:

* É importante, na sala de aula, estabelecer uma relação que favoreça a construção conjunta do conhecimento;

* O professor é mediador no processo de aprendizagem e responsável pelas condições para que ela ocorra;

* O conhecimento prévio, trazido pelo aluno, deve ser valorizado e uti1izado na construção do conhecimento.

Quanto à indisciplina do aluno, o Decreto-Lei nº 270/98 de 1 de Setembro - Direitos e deveres gerais dos alunos e regras de disciplina diz que:

Seção I

Artigo 12º

1 – O comportamento do aluno que contrarie as normas de conduta e de convivência e se traduza no incumprimento de dever geral ou especial, revelando-se perturbador do regular funcionamento das atividades da escola ou das relações na comunidade educativa, deve ser objeto de intervenção, sendo passível de aplicação de medida educativa disciplinar.

2 – As medidas educativas disciplinares têm objetivos pedagógicos, visando a correção do comportamento perturbador e o reforço da formação cívica e democrática dos alunos, tendentes ao equilibrado desenvolvimento da sua personalidade e à capacidade de se relacionar com os outros, bem como a sua plena integração na comunidade educativa.

3 – As medidas educativas disciplinares não podem ofender a integridade física ou psíquica do aluno nem revestir natureza pecuniária, dependendo a respectiva aplicação do apuramento da responsabilidade individual do aluno.

4 – A aplicação de medida educativa disciplinar deve ser integrada no processo de identificação das necessidades educativas do aluno, no âmbito do desenvolvimento do plano de trabalho da turma e do projeto educativo da escola.

Diz ainda que:

SECÇÃO IV

Artigo 31º

1 – Ao professor titular ou ao diretor de turma compete o acompanhamento do aluno na sequência da aplicação de medida educativa disciplinar, devendo articular a sua atuação com os pais e encarregados de educação e com os professores da turma, em função das necessidades educativas identificadas e por forma a assegurar a co-responsabilização de todos os intervenientes nos efeitos educativos da medida.

Sendo assim, cabe ao educador verificar a melhor forma de correção das atitudes indisciplinares, contando com o apoio da direção e dos pais. Solicitando a presença deles e percebendo as dificuldades dos alunos, tratando cada aluno individualmente e não como um todo como no exemplo acima.

Cabe ainda ao educador, verificar as atitudes do aluno, se ele está acompanhando a matéria e se não, as causas possíveis do caso.

Ao educador cabe ainda pesquisar sobre o aprendizado dos alunos no ano anterior e solicitar o acompanhamento