Estudo Pela Leitura Trabalhada

ESTUDO pela leitura trabalhada. In: RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. São Paulo: Atlas, 1996. cap 2.

O trabalho de Ruiz é importante para os alunos iniciantes. Como objetivo geral ele procura preparar os alunos para as futuras leituras e pesquisas que será obrigado a desenvolver no decorrer do curso e até mesmo na formação continuada. E ele começa essa sua orientação procurando ressaltar a importância da leitura e sua organização, sua estruturação para que se consiga captar, assimilar e, posteriormente, evocar os conhecimentos, principalmente quando se faz necessária a elaboração de resumos, fichamentos e resenhas.

Em quatorze itens do capítulo, Ruiz afirma que para garantir êxito nos estudos o aluno precisa ler, “ler muito e, principalmente ler bem”, utilizando a bibliografia que os professores apresentam para cada disciplina, mas com cuidado para não se restringir apenas a ela. O aluno precisa ler fora dos horários de aula, pesquisar novas fontes, adquirir novos conhecimentos.

O autor segue o segundo item apontando uma espécie de metodologia para leitura, aconselhando o leitor que além do título do livro procure saber sobre o autor, ler as “orelhas” e outras informações que existam sobre o livro para poder escolher uma boa obra para a leitura. Defende também a formação de uma pequena biblioteca pelo aluno, com os principais livros indicados pelos professores e livros e os de sua preferência.

Ruiz prossegue seus ensinamentos para uma leitura trabalhada discorrendo sobre a velocidade com que se faz a leitura, que não deve ser muito lenta, pois se alguém lê muito devagar acaba esquecendo o que leu no começo e acaba lendo novamente, causando perda de tempo e implicando num “círculo vicioso”.

De acordo com o autor o ambiente onde é feita a leitura deve ser amplo, ventilado, bem iluminado e silencioso e que é preferível o leitor ficar sentado em vez de em pé ou deitado. Outra recomendação essencial de Ruiz é que, ao ler, o aluno disponha de um bom dicionário, lápis e um bloco para anotações.

Os propósitos da leitura variam. Alguém pode ler para passar o tempo; outro para fugir de alguém que possa incomodá-lo; mas a verdadeira finalidade da leitura, segundo Ruiz, “é a procura, a captação, a crítica, a retenção e a integração de conhecimentos”, o que se consegue ao identificar as idéias mestras, também chamadas de matrizes ou principais.

Nesse item o autor detalha cada passo como o leitor deve seguir para

encontrar essas idéias principais e discernir das secundárias, seus fundamentos e ainda orienta para que, posteriormente, o leitor reformule o texto usando suas próprias palavras, mas mantendo o sentido a idéia mestra.

Como se falou, Ruiz detalha procedimentos para o exercício da leitura e entre estes está o de sublinhar partes importantes do texto e ensina normas para este sublinhamento, como, por exemplo, adotar uma simbologia bem definida e constante.

Uma das dificuldades de quem não lê é um vocabulário pobre, Ruiz destaca isso como outro círculo vicioso: “lê mal porque não tem bom vocabulário e não tem bom vocabulário porque lê mal”. Problema que se resolve procurando fazer exercícios de leitura e anotando termos desconhecidos para posterior consulta ao dicionário, porém o autor aconselha ao leitor que prossiga com a leitura sem interrompê-la ao deparar com um vocábulo desconhecido para consultar o significado, pois o contexto deve indicar seu sentido.

Continuando sua abordagem para o exercício de uma boa leitura, Ruiz frisa que deve-se usar melhor a vista. Nossos olhos não percorrem as linhas em movimento contínuo e sim aos pulos. A freqüência com que é feita a leitura amplia o campo de parada e de reconhecimentos dos estímulos gráficos, tornando