Estudo de Caso: Esquizofrenia

INTRODUÇÃO

O presente estudo de caso trata-se de uma paciente com transtornos mentais apresentando diagnóstico de Esquizofrenia, uma patologia de longo prazo. Este trabalho foi desenvolvido pela acadêmica de Enfermagem: Ingrid da Silva Lopes do 10º período do curso de Bacharel em Enfermagem do Instituto de Ensino Superior Materdei em Manaus – Am. Dada a importância epidemiológica da Esquizofrenia, optei por estudar o tema devido as experiências vivenciadas no estágio em Saúde Mental, no Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro onde observei um alto índice de pessoas apresentando esse tipo de transtorno, sendo assistidas pela enfermagem e orientadas com o intuito de colaborar com a melhora dos mesmos. 

A doença mental é um mau funcionamento das atividades psíquicas, sendo esta, portanto própria do indivíduo, porém que pode ser influenciada de alguma maneira pelo meio em que este se insere, bem como pelas circunstâncias emocional ou social as quais este se encontra submetido. Sua origem é endógena (causa interna) dentro do organismo e refere-se a alguma lesão de natureza anatômica ou distúrbio fisiológico cerebral.

Segundo (SILVA et. Al, 2008), o cuidado com a saúde mental é objeto da formação do enfermeiro, onde as estratégias para o ensino de graduação são as grandes aliadas. O investimento na formação tem repercussão direta na atuação profissional, garantindo maior qualidade na assistência integral. Assim, a aprendizagem para o desenvolvimento de competências considera os componentes do saber (conhecimentos declarativos), do fazer (habilidades) e do saber ser (atitudes e valores). Nesse sentido, busca-se na enfermagem psiquiátrica uma aprendizagem sob a perspectiva do desenvolvimento humano, orientada para ação e para a consciência social, sustentada pelos pilares da educação, integrando todos esses componentes. Sabendo que o objetivo dos profissionais da saúde visa reinserir os pacientes a sociedade de forma em que eles possam viver de forma controlada, ou seja, conseguir controlar suas emoções sem que haja algum tipo de ataque psicótico durante seu tratamento.

A Esquizofrenia caracteriza-se por um distúrbio mental grave, que apresenta como característica a perda do contato com a realidade (Psicose), ou seja, a pessoa encontra uma dificuldade em diferenciar a realidade de um mundo subjetivo vivenciado internamente com suas próprias crenças, percepções e pensamentos (delírios). Os sintomas ocorrem ao mesmo tempo, mudando o comportamento do sujeito o que confunde muito os cuidadores e familiares, mantendo-se assim num universo de alucinações.

Partindo-se desse pressuposto, este trabalho tem como objetivo um estudo de caso de um indivíduo diagnosticado com esquizofrenia, com ideação suicida, baixa coesão ao tratamento, com históricos de agressividade e sem nenhuma contenção familiar.

Tendo como objetivos específicos, identificar o tipo de transtorno mental que o paciente possa vir a ter, elucidar sobre o sistema nervoso e em que parte do cérebro é mais atingindo por essa patologia, os tipos de esquizofrenia, sintomatologia, diagnóstico, o tipo de tratamento que é oferecido a ele, os fatores de risco que pode vir a adquirir esse problema e assistência de enfermagem ao paciente com transtorno mental.

Estudar o paciente através da anamnese, exames físicos, os fármacos utilizados e a Sistematização de enfermagem realizada para os achados do meu paciente.

Este é um estudo que foi realizado entre os dias 26 de setembro à 09 de outubro de 2018, sendo caracterizado como um tipo de estudo com abordagem exploratória, para obtenção dos dados, onde foi feito entrevistas diretamente com o paciente e pesquisas no prontuário do mesmo, afim de obter resultados para concluir o estudo de caso. Realizado também uma revisão de literatura bibliográfica para entender sobre a Esquizofrenia, utilizando um estudo de caráter descritivo e qualitativo baseado na Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). Foram usadas todas as etapas do processo de enfermagem baseadas nos diagnósticos da NANDA (North American Nursing Diagnosis Association).

1 IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE

Nome: Moisés Maciel Teixeira        

Registro: 50678

Idade: 26 anos

Data de Nascimento: 15/06/92

Sexo: Masculino

Cor: Parda

Estado civil: Solteiro

Naturalidade: Amazonense

Data de Admissão atual: 27.09.2018

Escolaridade: não possui

Responsável pelo Paciente: Silvana dos Santos (mãe).

1. HISTÓRICO

M.M.T, 26 anos, solteiro, cor parda, reside em Manaus - Am, na Rua Santa Isabel nº 1535, Bairro: Cachoeirinha, sua residência é de alvenaria, possui saneamento básico e água potável, não possui escolaridade, não tem vida social ativa e apresenta dificuldades de relacionamento familiar. Em casa o paciente faz uso de medicamentos mais ou menos 09 anos. Desconhece exatamente o seu peso e altura, apresenta um bom estado de hidratação e nutrição.

História pregressa: Os registros alegam que o paciente nunca teve Sarampo, Caxumba e Catapora, nega HAS e DM. Já fez uso de substâncias psicoativas (fumo e outras drogas). Na sua história familiar existe antecedentes psiquiátricos (sua tia). Mostrou -se calmo e calado na entrevista de enfermagem, porém meio receoso. Tem médio padrão de higiene, toma banho diariamente.  Deu entrada no mesmo Centro Psiquiátrico (CPER), trazido pelo SAMU em 09.07.09. às 14:42hs. Onde apresentou os primeiros sinais de distúrbios mentais. Já esteve internado em outras ocasiões devido a problemas psiquiátricos no CPER, no total foram 09 internações, cujo os motivos são sempre os mesmos, ansiedade, revolta, raiva, idéia de destruição, delírios, com evolução do quadro a mais ou menos um ano e meio antes da data inicial de sua internação. No ano de 2013, já era portador da esquizofrenia, onde foi se evoluindo com o passar dos anos. Apresenta histórico de rebeldia e agressão física com arma branca à terceiros, onde foi transferido do regime semi aberto para o CPER, nesse mesmo ano do início de sua primeira internação. Paciente evolui com quadro de transtornos psicóticos. Estava nas ruas há mais de uma semana no dia 19.05.17, onde foi trazido mais uma vez ao CPER, desorientado, delirante, agressivo, sem juízo crítico. No dia 12.09.17, teve o abandono do tratamento, onde piorou suas condições mentais, que evoluíram para um estado catatônico, recusa de medicações v.o, parou de falar de se movimentar e a recusar o afeto da mãe. Nos registros médicos, familiares alegam que o paciente, já apresentava diagnóstico de esquizofrenia desde os 18 anos de idade.