Estudo de caso sobre drogas e sociedade

1. Como você identifica que a representação social sobre o uso de drogas possa interferir na prática do profissional da RAPS?

R.Em certa medida, todo profissional é atravessado pelas representações sociais sobre o uso de drogas, em sua prática. Contudo, se esta interferência será positiva ou não, diz respeito à forma com que o profissional concebe esta prática. Pode e muitas vezes é, um viés que torna as relações de cuidado limitadas e segregadoras, destituídas do seu próprio significado. Mas também é possível lidar positivamente, quando o profissional reconhece no outro a diversidade que o constitui enquanto humano, ofertando-lhe o que lhe cabe por direito e dignidade em sua singularidade.

2. .Joana é uma mulher jovem, negra, pobre e analfabeta. Analisando o caso de Joana, de que maneira as questões de gênero, raça e classe social compões variáveis importantes para o cuidado oferecido na RAPS?

R. São variáveis importantes à medida que cada ponto abordado nesta questão (gênero, raça e classe social), abrange uma gama de valores e representações sociais que marcam as relações das pessoas com o consumo de drogas, nos levando a reconhecer as especificidades de cada caso que chega às RAPS, destacando a urgência de se compreender e transformar as práticas em saúde.

3. Reflita e responda de que maneira podemos trabalhar nossa crenças, opiniões e atitudes para que os mesmos não reflitam discriminação e preconceito na nossa forma de trabalhar.

R. Acredito que todo preconceito advém de limitações de conhecimento de causa. O acesso à informação sobre os mais diversos temas que outrora eram tratados como tabus, dá-lhes visibilidade e permite que as pessoas reflitam, repensem, questionem, debatam, revertam, recriem a realidade, as representações sociais, o fazer política e o promover saúde. Mas é preciso ir em busca, desejar rever conceitos, crenças, comportamentos e dar espaço ao outro, ao novo, ao diverso.