Exame Físico Sistema Linfático
Artigos Científicos: Exame Físico Sistema Linfático. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: adrianasimplicio • 27/3/2014 • 3.638 Palavras (15 Páginas) • 1.378 Visualizações
INTRODUÇÃO
O sistema linfático tem sua origem embrionária no mesoderma, desenvolvendo-se junto aos vasos sanguíneos. Durante a vida intra-uterina, algumas modificações no desenvolvimento embrionário podem surgir, constituindo assim, características morfológicas pessoais, que variam entre os indivíduos (GARRIDO, 2000 apud ANKE, 2000).
O Sistema Linfático é composto por um sistema vascular, por linfonodos e órgãos linfóides. É uma via acessória do sistema venoso, porém inicia-se fechado para o interstício (GUIRRO e GUIRRO, 2002) Através do sistema linfático, o líquido acumulado no interstício (que passa a se chamar linfa), retorna ao sistema sanguíneo, transportando as proteínas para os espaços teciduais. (GUYTON e HALL, 1997).
Segundo MILLER (1994 apud Anke, 2000), o sistema linfático tem como função imu
nológica à ativação da resposta inflamatória e o controle de infecções. Através de sua simbiose com os vasos sanguíneos, regula o balanço do fluído tissular. Esse delicado balanço é possível pelo transporte unidirecional de proteínas do tecido para o sistema sanguíneo. Em conjunção com o trabalho dos vasos, o sistema linfático mantém o equilíbrio entre a filtração e a reabsorção dos fluídos tissulares.
As moléculas de proteínas transportam oxigênio e nutrientes para as células dos tecidos, onde então removem seus resíduos metabólicos. Várias moléculas de proteínas que não conseguem ser transportadas pelo sistema venoso são retornadas ao sistema sangüíneo através do linfático. Conseqüentemente, o líquido linfático se torna rico em proteínas, mas também transporta células adiposas, e outras macromoléculas. A circulação normal de proteínas requer um funcionamento adequado dos vasos linfáticos, caso contrário, os espaços intersticiais podem ficar congestionados. (MILLER, 1994 apud ANKE, 2000).
No que se refere ao sistema linfático devemos saber que o mesmo é uma extensa rede de canais vasculares que drenam linfa do tecido para a circulação venosa. Já os Gânglios linfáticos são estruturas arredondados com 1 a 2 cm e que tem por função englobar restos celulares e bacterianos, sendo que os mais acessíveis ao exame clínico são os cervicais, axilares e dos braços e pernas (PORTO, 2009; CARON & PAREDES, 2007). É necessário enquanto acadêmico de enfermagem compreender bem o exame físico desse sistema e para tal compreensão deve-se aprofundar nos estudos anatômicos e fisiológicos que esse sistema apresenta:
a) Capilares Linfáticos
A rede linfática tem seu início nos capilares linfáticos, formando verdadeiros plexos que se entrelaçam com os capilares sanguíneos. Através dos vasos pré-coletores e coletores, a linfa prossegue até chegar ao canal linfático direito e ao ducto torácico, que desembocam na junção das veias subclávia e jugular interna. (CAMARGO, 2000 apud ANKE, 2000).
Os capilares linfáticos possuem um endotélio mais delgado em relação ao sanguíneo. Suas células endoteliais sobrepõem-se em escamas, formando microválvulas que se tornam pérvias, permitindo sua abertura ou fechamento, conforme o afrouxamento ou a tração dos filamentos de proteção. Quando tracionados (conforme a pressão ou a movimentação dos tecidos), os filamentos permitem a penetração de água, partículas, pequenas células e moléculas de proteínas no interior do capilar, iniciando então a formação da linfa. O refluxo linfático não ocorre devido ao fechamento das microválvulas linfáticas (GARRIDO, 2000 apud ANKE, 2000).
A rede capilar linfática é rica em anastomoses, sobretudo na pele, onde os capilares linfáticos estão dispostos de forma superficial e profunda, em relação à rede capilar sanguínea. O mesmo não ocorre nos vasos e ductos linfáticos Nos capilares linfáticos, os espaços intercelulares são bem mais amplos, possuindo "fendas" entre as células parietais, permitindo que as trocas líquidas entre o interstício e o capilar linfático se façam com extrema facilidade não só de dentro para fora, como de fora para dentro do vaso (DUQUE, 2000 apud ANKE, 2000).
b) Vasos pré-coletores
Os vasos pré-coletores possuem uma estrutura bastante semelhante ao capilar linfático, sendo o endotélio coberto internamente por tecido conjuntivo, onde, em alguns pontos se prolongam juntamente com as células epiteliais, formando as válvulas que direcionam o fluxo da linfa. Suas estruturas são fortalecidas por fibras colágenas, e através de elementos elásticos e musculares, possuem também as propriedades de alongamento e contratilidade (CAMARGO, 2000 apud ANKE, 2000).
c) Coletores Linfáticos:
Os vasos ou coletores linfáticos correm longo percurso sem se anastomosar. Entretanto, em condições patológicas, as comunicações anastomóticas existem como vias alternativas de fluxo linfático. O vaso linfático quer superficial ou profundo, possuem numerosas valvas bivalvulares, sendo os espaços compreendidos entre cada válvula chamada de linfangion (Garrido, 2000 apud ANKE, 2000). Esses vasos são de maior calibre possuindo estrutura semelhante a das grandes veias. Na constituição do vaso linfático estão as três camadas: íntima, média e adventícia. A túnica íntima é a mais interna, apresentando um revestimento endotelial e um retículo delicado, com fibras elásticas dispostas longitudinalmente. Seu lúmem possui projeções internas formando as várias válvulas. A túnica média envolve a íntima, sendo composta de três a seis camadas de células de musculatura lisa arranjadas em espiral, circularmente, com algumas fibras dispostas no sentido longitudinal do vaso. Ela é responsável pela contratilidade do vaso e conseqüente propulsão da linfa. A túnica adventícia é a mais externa e espessa, sendo formada por fibras colágenas longitudinais, entre as quais existem fibras elásticas e feixes de musculatura. Possui também tecido conjuntivo, terminações nervosas e a vasa vasorum. Os vasos linfáticos assim constituídos são chamados de coletores linfáticos pré ou pós-nodais, conforme a sua relação com os linfonodos, sendo os pré-nodais linfáticos aferentes e, os pós-nodais, eferentes (CAMARGO, 2000 apud ANKE, 2000).
d) Troncos Linfáticos
Os troncos linfáticos, ou coletores terminais são vasos de maior calibre que recebem o fluxo linfático, e compreendem os vasos linfáticos lombares, intestinais, mediastinais, subclávios, jugulares e descendentes intercostais. A união dos troncos intestinais, lombares e intercostais forma o ducto torácico.
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