O EXAME FISICO DO SISTEMA RESPIRATORIO
Por: Ana Flávia Gomes • 3/5/2016 • Trabalho acadêmico • 2.215 Palavras (9 Páginas) • 680 Visualizações
EXAME FISICO DO SISTEMA RESPIRATORIO
O exame físico respiratório compreende avaliação do tórax, pulmões, coração e do mediastino, e de toda estrutura que compõem a caixa torácica ( pele, tecido celular subcutâneo, linfonodos, panículo adiposo, musculatura, sistema vascular superficial, ossos e cartilagens).
Antes de iniciar o exame físico é importante fazer a anamnese onde o examinador colhera informações apresentadas pelo cliente, obtendo-se sobre a presença de sintomas relacionados com alterações ou funcionais do aparelho respiratório.
Para iniciar o exame é necessário que o paciente esteja como o tórax despido (camisa) e em posição que o examinador consiga avaliar todas as regiões, o paciente fica sentado, caso não consiga sentar-se sozinho recebera auxilio para se manter na posição, se assim não conseguir ficar na posição o exame será feito na posição deitada. O exame físico do tórax inclui quatro técnicas clássicas, a saber: inspeção (estática e dinâmica), palpação, percussão e ausculta e é um exame comparativo e simétrico, ou seja, é realizado dos dois lados do corpo (hemitorax), para fazer comparações entre o lado que está normal e afetado para auxiliar no diagnostico das alterações.
Os pontos de referencia anatômicos são: as costelas; os espaços intercostais; o ângulo de Loius, constituido por uma saliência transversal que se nota na junção do manúbrio do esterno com o corpo do esterno, correspondente à articulação da 2º costela; a 4º vértebra torácica, que se encontra na mesma altura do ângulo esterno-manubrial ou ângulo de Louis; a 7º vértebra cervical, também denominada proeminente; as clavículas; a articulação xifoesternal; a incisura supraesternal e o ângulo de Charpy ou infraesternal, representado pela abertura das ultimas cartilagens costais no ponto em que se inserem no esterno. A sequencia de numeração das costelas e os espaços intercostais são feita de baixo para cima. A primeira costela não é palpável por estar localizada atrás das clavículas. Já a segunda costela tem como ponto de referencia o ângulo de Louis, após a identificação, o examinador ira deslizar os dedos médios e o indicador abertos, no sentido de dentro para fora, assim deixando entre eles a extremidades anteriores do segundo arco costal. Então a partir de seguir esses passos, torna-se fácil identificar as demais costelas e os respectivos espaços intercostais.
Conhecer a projeção superficial dos órgãos intratorácicos e abdominais e as linhas torácicas é de grande importância para realizar o exame físico do tórax. Linhas torácicas verticais- excetuando- se a linha médio- esternal e a linha médio-espinhal ou espondiléia, todas as outras são duplas , havendo uma em cada hemitorax: Linha médio-esternal: traçada no plano mediano, no meio do esterno, dividindo os dois hemitorax; Linha esternal: direita e esquerda, que tangencia as bordas do osso esterno; linha paraesternal: é eqüidistante entre a linha esternal e a hemiclavicular; Linha hemiclavicular: também denominada linha mamilar, é a vertical traçada a partir do ponto médio da clavícula; Linha axilar anterior: seu ponto mais alto localiza-se na prega anterior da axila, separando a região anterior do tórax das regiões laterais; Linha axilar média: vertical eqüidistante entre as linhas axilares anteriores e posteriores; Linha axilar posterior: seu ponto mais alto localiza-se na prega posterior da axila; Linha escapular: é a linha que acompanha a borda medial da escápula; Linha paravertebral: é a tangente à borda lateral das vértebras; Linha espondiléia ( linha vertebral ou médio espinhal): passa pelos processos espinhosos das vértebras dorsais. Linhas torácicas horizontais – linhas claviculares superiores: correspondem às bordas superiores das clavículas; Linhas claviculares inferiores: corresponde ás bordas inferiores das clavículas; Linhas das terceiras articulações condroesternais: linhas horizontais que passam pelas sextas articulações condroesternais, direita e esquerda; Linha escapular superior: tangencia a borda superior da escápula.
Já as regiões do tórax são designadas como: Anterior: região supraclavicular; região clavicular; região infraclavicular; região mamaria; região inframamária; região supra-esternal; região esternal superior; região esternal inferior. Lateral: região axilar; região infra-axilar; Posterior: região supra-escapular; região supra-espinhal; região infra-espinhal; região interescapulovertebral; região infra-escapular.
INSPEÇÃO: Avalia-se o estado da pele e as estruturas superficiais da parede torácica. Divide-se a inspeção do tórax em: Estática e Dinâmica.
Estática – Compreende a forma do tórax e a presença ou não de abaulamentos ou depressões.
Forma do tórax- Mesmo em pessoas normais, a forma do tórax apresenta variações em relação á idade, ao sexo e a biótipo. No adulto normal o diâmetro lateral é maior que o antero posterior, os seguintes tipos de tórax podem ser encontrados: Tórax chato o diâmetro ântero-posterior é reduzido, além do achatamento as escápulas sobressaem claramente no relevo torácico. É mais comum nos longilíneos e não tem significado patológico; Tórax em tonel ou barril chama à atenção a magnitude do diâmetro ântero-posterior que praticamente iguala-se ao transversal. A causa mais comum é o enfisema pulmonar; Tórax Infundi buliforme ou de sapateiro caracteriza-se pela presença de uma de uma depressão mais ou menos no terço inferior do esterno. Pode ser congênito ou adquirido. Os sapateiros adquiriam essa forma de tórax, devido à posição de trabalho; Tórax cariniforme nota-se ao nível do esterno uma saliência em forma de peito de pombo (pectus carinatum). Pode ser congênito ou adquirido, o raquitismo infantil é a principal causa desse tipo de tórax, o qual não compromete a ventilação; Tórax em sino ou piriforme a porção inferior torna-se alargada como a boca de um sino, lembrando um cone de base inferior. Aparece nas grandes hepatoesplenomegalias e na ascite volumosa; Tórax cifótico é o encurvamento posterior da coluna torácica, seja por defeito de postura, por lesão de vértebras torácicas (tuberculose, osteomielite, neoplasias, ou anomalias congênitas); Tórax escoliótico o tórax torna-se assimétrico em conseqüência do desvio lateral do segmento torácico da coluna vertebral. A causa mais comum é anomalia congênita; Tórax cifoescoliótico decorre da combinação de uma alteração cifótica, com desvio lateral da coluna vertebral escoliose. Pode ser congênito ou secundário; Tórax instável traumático quando são fraturadas várias costelas, observam-se movimentos torácicos paradoxais, ou seja na inspiração a área correspondente desloca-se para dentro, na expiração; Abaulamentos e depressões podem localizar-se em qualquer parte do tórax e indicam algumas lesões que aumentam ou reduz uma das estruturas da parede ou de órgãos intratorácicos.
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