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Exame Ginecológico Colpocitologia

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Por:   •  13/9/2013  •  2.965 Palavras (12 Páginas)  •  520 Visualizações

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EXAME GINECOLÓGICO

Introdução

Muitas são as afecções que acometem o sistema genital de fêmeas de ruminantes e em conseqüência muitos são os prejuízos econômicos oriundos destas alterações. O clínico deve estar apto a fazer o diagnóstico das diversas doenças que acometem as fêmeas ruminantes e impedem que estas gerem filhotes sadios em intervalos adequados.

Uma característica que particulariza o Sistema Genital Feminino (SGF) é o fato dele não se apresentar da mesma maneira em condições fisiológicas. Ao contrário do que ocorre nos outros sistemas, o SGF está sujeito a influências cíclicas de certos hormônios que modificam as características de seus componentes. O conhecimento prévio desta particularidade do SGF é fundamental para que o clínico possa interpretar adequadamente os achados de seu exame.

Em primeiro lugar, é necessário estabelecer se o SGF está em atividade ou em repouso. A principal característica dos períodos de repouso sexual é a hipotrofia dos ovários com ausência de vesículas em sua superfície.

Durante os períodos de atividade sexual, o ciclo estral vai provocar alterações no SGF que podem ser resumidas em duas situações diametralmente opostas: o estro (ou cio) e o diestro. As fases intermediárias, proestro (antes do estro) e metaestro (entre o estro e o diestro) caracterizam-se pela manifestação mesclada dos sinais típicos das outras duas fases. O quadro 1 resume o comportamento dos componentes do SGF no estro e no diestro :

Quadro 1 - Comportamento dos componentes do SGF no estro e no diestro

Item Estro Diestro

Comportamento em relação ao macho receptividade repulsa

Aspecto da vulva corrimento e edema sem alterações

Aspecto da vagina muito úmida e avermelhada pouco úmida e rósea

Aspecto da cérvix muito úmida, avermelhada e aberta pouco úmida, rósea e fechada

Palpação do útero tenso flácido

Palpação dos ovários presença de folículos (consistência flutuante) presença de corpo lúteo (consistência firme)

OBS.: As vacas apresentam farto corrimento vaginal claro, espesso e viscoso (semelhante à clara de ovo) no estro que pode tornar-se sanguinolento no metaestro. Já nos pequenos ruminantes, o corrimento vaginal durante o cio é escasso e esbranquiçado e nem sempre é detectável.

Na anamnese dados sobre o desempenho reprodutivo devem ser pacientemente levantados: "O animal está ciclando? O animal está prenhe?" Além disso, outros dados são muito importantes tais como a idade do animal, o número de crias, a data do último parto, modificação no comportamento e ocorrências mórbidas (retenção de secundinas, abortamento e partos distócicos). A condição reprodutiva do macho deve também ser questionada pois, muitas vezes, ele é o responsável pela infertilidade relatada.

Por fim, é necessário explorar o estado sanitário do rebanho, evidenciando-se o programa de combate à doenças infecciosas como a brucelose, campilobacteriose, tricomonose e leptospirose.

O exame geral do animal possui a mesma importância do exame dos órgãos genitais no estabelecimento de um diagnóstico de distúrbios de fertilidade, pois existe uma relação, mediada pelo hipotálamo, entre o SGF e as condições ambientais (luz, temperatura, clima) e orgânicas (stress, septicemias, carências nutricionais). Desta forma, animais mal nutridos ou altamente parasitados vão apresentar problemas reprodutivos, apesar de seu SGF estar íntegro.

Deve-se avaliar, também, a conformação do animal uma vez que existe uma tendência habitual de fêmeas com aspecto masculinizado apresentarem distúrbios reprodutivos. A presença de secreção láctea sem ter ocorrido parto é uma condição que também deve ser considerada.

Inspeção: na inspeção da vulva deve-se pesquisar o tamanho, a simetria dos lábios vulvares, a posição, o fechamento vulvar e a presença de cicatrizes, aderências e inflamações. Avalia-se, também, a ocorrência de retenção de secundinas.

Avalia-se, também, a presença e o aspecto do corrimento vaginal. Nos arredores da vulva e na cauda, verifica-se a existência de resíduos deste corrimento. Convém, entretanto, ter cautela ao se examinar vacas recém-paridas, pois elas apresentam um corrimento fisiológico chamado lóquio (loquimetria). Os lóquios nos dois primeiros dias são avermelhados ou tendendo a marrom com estrias de muco. Após quatro a cinco dias do parto, com a necrose das carúnculas, os lóquios se tornam mais espessos e com restos das carúnculas. Após 15 dias do parto, em condições normais, deve haver muito pouco ou nenhum lóquio na trato genital. Deve-se inspecionar também a fossa ísqueo-retal e os ligamentos sacro-isquiáticos.

Durante a inspeção da vagina, deve-se pesquisar a cor da mucosa, as características da secreção (aspecto e quantidade) e a presença de eventuais alterações tais como traumatismos, vesículas, nódulos, cistos, fezes, urina e fístula reto-vaginal.

A inspeção das porções profundas da vagina e da cérvix só pode ser realizada com o auxílio de certos instrumentos e fontes luminosas. Nas vacas e búfalas podem-se usar espéculos apropriados, existindo uma grande variedade de modelos (tubular, "Polansky"). Nos pequenos ruminantes é necessário que tais espéculos sejam menores, existindo modelos tubulares e os chamados "bicos de pato". Durante o exame da cérvix deve-se dar atenção à coloração, à secreção e à abertura de seu orifício.

A inspeção da região abdominal é também importante, sobretudo nos pequenos ruminantes quando as dilatações uterinas costumam distender a parede desta região.

Palpação do útero: de forma geral o útero e os ovários só são acessíveis pelo exame físico direto através da palpação. Nos pequenos ruminantes, esse exame é realizado através da palpação da região abdominal quando se pesquisa a ocorrência de aumento de volume uterino bem como a consistência de seu conteúdo. Tal exame, todavia, é bem mais grosseiro que a palpação retal que se realiza nas vacas. Ao palpar o útero, observa-se o tamanho, a simetria, a consistência, a contratilidade, a motilidade e eventuais conteúdos. O tamanho do útero pode ser medido através das mãos, que conseguem ou não abrangê-los; os cornos podem ser medidos comparados com a espessura dos dedos. A simetria

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