FORMAÇÃO DE UMA BIBLIOTECA DE OBRAS RARAS

FORMAÇÃO DE UMA BIBLIOTECA DE OBRAS RARAS, ESPECIAIS E ANTIGAS NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR (IES) DA ANHANGUERA EDUCACIONAL:

UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Adilson Braga Fontes

RESUMO

O presente artigo tem por finalidade relatar o trabalho iniciado de organização de uma Biblioteca de Obras Raras, Especiais e Antigas, na Anhanguera Educacional, com livros provenientes das bibliotecas das IES da Anhanguera. O projeto tem como objetivo identificar dentre o acervo existente nas bibliotecas, títulos que possam compor um acervo de obras raras e especiais, proporcionando a esta coleção o tratamento que este tipo de material requer, como o processamento técnico adequado, restauração, o armazenamento em local apropriado e a exposição para a comunidade.

Palavras-chave: Livros raros. Preservação de livros. Biblioteca universitária.

1. INTRODUÇÃO

O Sistema Integrado de Bibliotecas (SIBLI) da Anhanguera Educacional teve início com a fundação da Instituição, na cidade de Leme, SP, no ano de 1994. Ao longo dos anos novos campi e instituições foram sendo agregadas à Anhanguera, por meio do crescimento orgânico ou pela aquisição de outras instituições.

Em 1994, a primeira biblioteca, em Leme, contava com um volume de quase três mil exemplares; em 2014, o SIBLI conta com quase três milhões de itens em seus acervos, distribuídos pelas Instituições da Anhanguera em várias regiões do país.

O acervo das bibliotecas foi crescendo num curto tempo de existência, devido, principalmente, às grandes aquisições de livros para atender as demandas dos novos cursos abertos e atualizações das bibliografias; pela agregação das instituições que foram sendo adquiridas e por meio de doações recebidas. Muitas das instituições adquiridas são organizações com décadas de história e suas bibliotecas serviram de repositório de todo tipo de material bibliográfico, com uma quantidade considerável de livros antigos, alguns raros ou com características especiais.

Em virtude da grande diversidade de materiais disponíveis nas bibliotecas, verificou-se a necessidade de organizar uma biblioteca de livros antigos e potencialmente raros ou especiais, buscando identificar, catalogar e oferecer a esta coleção o tratamento adequado quanto à conservação e guarda, e eventual exposição ao público.

OBJETIVOS

Identificar, dentre o acervo existente nas bibliotecas das Instituições da Anhanguera Educacional, obras antigas, raras ou especiais. A partir desta identificação, selecionar os livros que farão parte da Biblioteca de Obras Raras, Especiais e Antigas, oferecendo a este acervo tratamento adequado, para sua conservação e exposição. Os livros também farão parte de um catálogo que ficará disponível na Biblioteca Virtual da Anhanguera.

JUSTIFICATIVA

A formação da Biblioteca de Obras Raras e Especiais da Anhanguera é um trabalho realizado na instituição visando conhecer o que se tem de precioso entre o acervo existente que mereça ser preservado e compartilhado com a comunidade.

A realização deste trabalho é um grande aprendizado principalmente para os bibliotecários envolvidos, cujos conhecimentos e experiência com este tipo de acervo ainda está em crescimento, necessitando mais estudo e imersão em literaturas que tratem do tema, tais como: “Preservação de documentos”, publicada pela The British Library National Preservation Office (2009); “Novas ferramentas para preservação”, de James M. Reilly (2001) e “A conturbada história da biblioteca”, de Matthew Battles (2003).

Para a instituição os benefícios são grandes, visto que as obras identificadas e selecionadas para comporem o Acervo de Obras Raras e Especiais, poderão ser expostas e disponibilizadas para a consulta de pesquisadores de dentro e fora da Anhanguera Educacional.

Com a formação da referida biblioteca o maior beneficiado será a sociedade, que contará com o apoio de uma grande instituição de ensino privado na preservação de obras de grande valor e interesse para a comunidade.

COLEÇÕES ESPECIAIS

O termo "coleções especiais" é utilizado para designar materiais cujas características extrapolam aos considerados comuns. A American Library Association (2014) refere-se “a toda a gama de registros gráficos e não gráficos, incluindo livros raros, manuscritos, fotografias, mapas, obras de arte, artefatos e outros objetos”, como itens pertencentes ao universo das coleções especiais.

OBRAS RARAS

É uma tarefa difícil determinar o grau de raridade de uma obra, pois uma quantidade elevada de elementos pode contribuir para que o livro seja considerado raro ou especial.

Segundo Sant’Ana (2001, p. 2):

[...] o conceito de obra rara está mais ligado ao livro, mas pode incluir também os periódicos, mapas, folhas volantes, cartões-postais e outros materiais impressos. Fotografias, manuscritos, gravuras e desenhos são obras únicas e originais, e, portanto não recebem esta denominação de obra rara.

Rodrigues (2006, p. 115) observa que determinar se uma obra é rara “é uma questão difícil de responder, pois envolve fatores e circunstâncias subjetivos”.

A autora ainda aponta que:

[...] o critério de raridade adotado pelas bibliotecas geralmente está vinculado à ideia de antiguidade e valor histórico-cultural. A idade cronológica leva em conta a aparição da imprensa nos diversos lugares do mundo e/ou na região onde foram impressas as obras e, desta forma, justifica o princípio de que todos os livros publicados artesanalmente merecem ser considerados raros (RODRIGUES, 2006, p. 115).

FORMAÇÃO DO ACERVO

O papel primordial das bibliotecas universitárias é proporcionar à comunidade acadêmica o suporte informacional para a sua