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FUNDAÇÃO TEÓRICA DA LÍNGUA ESTRANGEIRA FRANCESA

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Por:   •  16/9/2014  •  Projeto de pesquisa  •  2.620 Palavras (11 Páginas)  •  319 Visualizações

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1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DA DISCIPLINA DE LÍNGUA ESTRANGEIRA FRANCÊS

A língua francesa é falada nos cinco continentes, estando presente nos sistemas educacionais de grande parte das regiões do mundo. No Amapá, existe uma particularidade, pois, a localização geográfica, propicia o contato direto com falantes nativos da Guiana Francesa, em virtude da inclusão de cidadãos brasileiros na Guiana Francesa, cuja demanda é significativa até os dias de hoje.

O ensino da língua francesa deve centrar-se em fornecer o conhecimento ativo e independente onde a língua seja vista como um espaço de interação humana, onde os sujeitos são sempre ativos, comparando, contextualizando, pesquisando, selecionando informações, argumentações, cooperando e construindo sentidos. A disciplina passa a funcionar como um lugar de reflexão da língua em uso, objetivando ser reconhecida pelo discente como útil à sua formação profissional e social, construindo cidadãos com autonomia intelectual e pensamento crítico pronto para exercer sua cidadania em todas as dimensões.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais a aprendizagem de uma Língua Estrangeira é uma possibilidade de aumentar a autopercepção do aluno como ser humano e como cidadão. Por esse motivo, ela deve centrar-se no engajamento discursivo do aprendiz, ou seja, em sua capacidade de se engajar e engajar outros no discurso de modo a poder agir no mundo social.

A reestruturação da presente Proposta Curricular é o resultado de um longo processo de discussões dos técnicos da SEED e professores da rede pública do Estado do Amapá que se reuniam em encontros por pólos para sistematização das propostas.

Esta reestruturação foi elaborada respeitando o número de 80 horas exigidas para o cumprimento de cada série e etapas componentes do Ensino Fundamental (Regular e EJA).

2 HISTÓRICO DO ENSINO DA DISCIPLINA LÍNGUA ESTRANGEIRA FRANCESA

Segundo Henriette Walter em “Le français dans tous les sens” Paris, Ed. R. Laffont, 1988, pp.13-27, o francês não é um prolongamento do gaulois, dado que essa língua do ramo celta, de tradição oral, não sobreviveu à conquista romana (50 a.C.) e à adoção do latim vulgar, trazida por soldados e mercadores, posteriormente influenciada pelas invasões bárbaras, e em particular pelos Francos.

O francês é uma língua indo-européia, mas também e, sobretudo, uma língua românica. A sua disseminação acompanha a do cristianismo, posteriormente à conversão de Clóvis I. A consciencialização da sua existência torna-se evidente a partir do renascimento cultural do reinado de Carlos Magno (séc. IX d.C.), altura em que os falantes reconhecem finalmente não mais falarem latim, mas “outra coisa”.

O francês se caracteriza pela sua difusão colonial, isto é, por ter sido imposto em numerosos territórios, sobretudo fora da Europa, onde mantém hoje o caráter de língua oficial (Canadá, África, Ásia, Antilhas…). Desta disseminação nasceu a noção de francofonia, conceito que pretende abarcar todos os territórios e falantes de língua francesa.

O ensino obrigatório da língua francesa na escola secundária brasileira teve início no século XIX, em 1837, com a criação do Colégio Pedro II Instituição Imperial destinada à formação secundária e cujos currículos, enciclopédicos, apresentavam-se com uma feição dominantemente literária. Em um de seus primeiros programas de ensino, o francês consta como uma das principais disciplinas, a ser ensinada já no primeiro dos sete anos do curso.

Era grande a preocupação com a formação dos jovens da época, pois a escola formava a elite brasileira. Apenas as famílias abastadas tinham acesso à educação secundária. Na infância, essa elite, composta pelos filhos de fazendeiros ricos, grandes comerciantes e homens de negócios, bem como filhos de altos burocratas e de profissionais bem-sucedidos, era educada por preceptores e tutores para depois continuar seus estudos nos colégios, em geral nas capitais dos estados e das províncias, onde tinham acesso a uma formação humanista, conservadora e católica, voltada para futuros líderes. Estes, além de aprender a conjugar verbos, também aprendiam nas aulas de francês, orientações de boa conduta, de honestidade e de civismo.

No Amapá, devido à proximidade com a Guiana Francesa e as relações estreitas entre Brasil e França, valorizou-se cada vez mais o ensino do francês, onde no dia 28 de maio de 1996 ocorreu um Acordo-Quadro Franco-Brasileiro assinado pelos Presidentes do Brasil, Fernando Henrique Cardoso e da França, Jacques Chirac. A partir daí, o Amapá e Guiana Francesa uniram-se através da cooperação transfronteiriça. Foi assinado um acordo entre os presidentes dos Conselhos Regional e Geral da Guiana Francesa “Antoine Karam e Stéphan Phinera-Horth, com o governador em exercício na época, a “Declaração de Intenção Regional” que previu o ensino da Língua Portuguesa na Guiana Francesa e da Língua Francesa no Estado do Amapá.

Além desta cooperação, existiram propostas voltadas para as áreas de economia, saúde, cultura e meio ambiente. No âmbito da educação, o pacto funciona em quatro grandes eixos: formação pedagógica, intercâmbios entre alunos, intercambio técnico e criação de infra-estrutura.

A Secretaria de Estado da Educação no Amapá criou em 1997, a gerência de projetos educacionais de cooperação internacional para coordenar ações provenientes dos intercâmbios.

Em 1999, através de uma iniciativa do governo do Estado do Amapá, foi criado o Centro Estadual de Língua e Cultura Francesa Danielle Mitterrand, referência no ensino da língua francesa, abrindo inicialmente 60 vagas para um curso de capacitação de professores interessados em trabalhar ensinando o idioma francês no referido centro. O curso gratuito atendia no ano de 2004 uma média de 1800 estudantes nos três turnos. A cada ano que passa, porém, cresce o número de pessoas interessadas em obter uma formação em língua francesa. O ensino da língua francesa se expandiu para grande parte das escolas públicas. Alunos concluintes do centro Danielle Mitterrand passaram a ser multiplicadores de conhecimentos. A Universidade Federal do Amapá esforçou-se para garantir aos concluintes do curso de letras a habilitação em língua francesa. Um concurso público foi realizado para o cargo de professor efetivo, o que não foi suficiente, devido a grande demanda existente no Estado. Um grupo de professores aposentados da França (GREF) contribuiu para a formação continuada dos professores que atuam na área além de deixarem tutores capacitados no centro Danielle Mitterrand, para orientar os futuros concursados, Assim, toda

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