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Fabrica De Sabao

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Por:   •  18/11/2013  •  2.639 Palavras (11 Páginas)  •  873 Visualizações

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FABRICA DE SABÃO

Ficha Técnica

Setor da Economia: Secundário

Ramo de Atividade: Indústria

Tipo de Negócio: Fabricação de Sabão

Produtos Ofertados/Produzidos: Sabão

Apresentação de Negócios

HISTÓRICO. As primeiras referências feitas a sabão de que se tem notícia partiram dos sumérios e datam de cerca de 2.500 a.C.(antes da Cristo). De acordo com esses registros, os sabões eram feitos de cinzas vegetais, ricas em carbonato de potássio e óleos e eram usados para lavar lã. Durante várias gerações, seu uso aumentou a ponto de sua fabricação tornar-se uma indústria essencial ao conforto e a saúde dos homens e como tal, servir como índice de medida do avanço de uma civilização. Nesse caso, parte-se do princípio de que quanto mais evoluída uma sociedade, maior é o consumo de sabões.

MERCADO. A produção de sabão é bem aceita no mercado. A concorrência é bastante acirrada, apresentando uma gama variada de empresas fabricantes deste tipo de produto. O que irá diferenciar um concorrente do outro é o fator preço aliado à qualidade.

ESTRUTURA. Não se pode indicar com precisão as dimensões de um local e/ou a maquinaria para este tipo de atividade, visto que vai variar de acordo com o tipo do produto.

EQUIPAMENTOS. Os equipamentos básicos são:

- Rodos (Existem rodos de diferentes tipos. Os mais comuns são os que se apresentam em formato de S, servem para agitar a massa do sabão durante a estampagem ou cozedura nas caldeiras desprovidas de agitador mecânico);

- Termômetro;

- Baldes

- Caldeiras (São quase sempre dotadas a dos dois sistemas que se denominam: caldeiras de fogo direto e caldeiras com aquecimento a vapor);

- Máquina de Cortar;

- Prensas;

- Secador

- Móveis e utensilios do escritório (Computadores, fax, mesas, cadeiras, etc.).

INVESTIMENTO E PESSOAL. Irão variar de acordo com a estrutura do empreendimento.

COMEÇANDO. A fábrica de sabão é um empreendimento cujo processo de produção é relativamente simples, aliados aos níveis de investimento, que não muito elevados e à mão-de-obra, que não exige qualificação especial.

TIPOS DE SABÕES. Os sabões são sais sódicos ou potássicos. Suas propriedades variam consideravelmente, sendo os potássicos mais solúveis em água e álcool que os sódicos.

Apresentam, igualmente, diferenças quanto à solubilidade. Os sabões formados com ácidos graxos saturados são menos solúveis que os feitos com ácidos graxos não saturados.

SOLUBILIDADE. Independente dessas considerações de ordem geral, a solubilidade dos sabões depende em grande parte da natureza de um corpo graxo, diminuindo esta propriedade, segundo a seguinte ordem:

- Primeiro Grupo: São eles:Sabão de óleo de rícino, Sabão de óleo de gergelim, Sabão de óleo de coco, Sabão de estearina de algodão, Sabão de azeite de linhaça comestível, Sabão de azeite de dormideira e etc.

- Segundo Grupo: Esses sabões têm solubilidade quatro vezes mais fraca que os do primeiro grupo. São exemplos: Sabão de gordura de porco, Sabão de manteiga, Sabão de azeite de palma, Sabão de azeite de girassol e etc.

- Terceiro Grupo: Os sabões do terceiro grupo têm solubilidade dezesseis vezes menor que os do primeiro grupo. Exemplos: Sabão de sebo de boi, Sabão de azeite de cacau, Sabão de sebo de carneiro e etc.

- Quarto Grupo: Estes sabões só alcançam a metade da solubilidade dos sabões do terceiro grupo. Exemplo:Sabão de estearina.

MATÉRIAS-PRIMAS. As matérias graxas empregada na fabricação de sabões são: os óleos ou azeites, as gorduras animais e o ácido oléico.

• Óleos ou Azeites. Os óleos ou azeites podem ser de procedência vegetal ou animal, são eles:

• Óleo de linhaça. Procede das sementes de linho. Obtido por processo frio, apresenta cor amarela escura ou verde pálida, quando é obtido por processo quente, apresenta cor amarela escura. É empregado especialmente para a fabricação de sabões de pouca consistência.

• Óleo de rícino. Obtido das sementes dessa planta, que contém cerca de 60 a 90% de azeite. O óleo de rícino, junto com o óleo de coco, pode saponificar com facilidade através do processo a frio. É assim que obtêm-se excelentes sabões duros e transparentes, o único inconveniente é que não espumam com tanta abundância como aqueles feitos com óleo de coco. Devido a este fato esta matéria-prima nunca é empregada isolada, é misturada com breu ou óleo de coco.

• Óleo de amendoim. As sementes de amêndoas contém de 42 a 51 % de óleo extraído por meio de pressão.

• Óleo de coco. Provem dos frutos do coqueiro, é empregada muito para a fabricação de sabões duros, sabões líquidos e sobretudo, para a fabricação de sabões a frio.

• Óleo de soja. Na saponificação se empregam lixívias fracas.

- Sebos. São eles:

• Sebo vegetal. Usa-se na fabricação de sabões junto com o sebo animal.

• Sebo animal. A maior parte se emprega na fabricação de sabão.

- Ácido Oléico. Ácido oléico é um resíduo da fabricação de velas de cera. Este ácido é empregado (mesclada ou isoladamente) com óleo de palma ou de sebo. Tratado com soda, emprega-se na fabricação de sabões.

- Resina ou Breu. A resina é o produto da destilação da essência da terebintina. É dura e frágil, apresenta cor amarelada. Com o emprego da resina se corrigem defeitos de certas graxas que são empregadas na fabricação de sabões e, ao mesmo tempo, transmitem ao sabão qualidade detergentes, como por exemplo, a de formar grande quantidade de espuma.

- Potassa e Soda Cáustica. A potassa e a soda desempenham papel de primeira ordem na fabricação de sabões. O que no comércio se conhece com o nome de soda, é o carbonato de sódio. A soda e a potassa que se encontram no comércio são o carbonato de sódio e o carbonato de potássio. Podem ser:

• Potassa Natural. Procede da calcificação de certos vegetais, os restos obtidos se tratam com água do que se obtém lixívia, evapora-se esta e calcina-se, obtendo-se assim potassa em bruto.

• Potassa Artificial. Obtida através de processos semelhantes aos da soda artificial. Pode-se, também , obter mediante a lavagem de lã de carneiro, bem como da lavagem dos resíduos da beterraba.

• Soda Natural. É constituída pelos restos de certos vegetais marinhos depositados na praia pelas ondas. Estas plantas são postas a secar e em seguida são queimadas. A soda obtida desta forma é denominada soda bruta.

• Soda Artificial. É obtida quimicamente por dois processos. O primeiro consiste em transformar o sal marinho (cloreto de sódio) em sulfato de sódio, pela ação do ácido sulfúrico e o sulfato de carbono pela ação do carbonato de sódio. O segundo consiste em tratar o mesmo sal marinho com bicarbonato de amônio, obtendo-se bicarbonato de sódio precipitado que se calcina, para transformá-lo em bicarbonato de sódio.

• Glicerina. A glicerina é um álcool muito forte que, unido aos ácidos graxos, proporciona os ésteres graxos ou glicéreos. No estado puro é um líquido incolor azeitoso, inodoro e de sabor açucarado. Em contato com o ar absorve a umidade, dissolve energicamente grande número de matérias, como por exemplo a cal.

• Água. Elemento de grande importância na saponaria. Serve para dar vapor, para esquentar as caldeiras com serpentinas, para preparar as soluções de álcalis e cloreto de sódio, além de ser agente da lavagem. A água, durante o empasto, produz a emulsão das graxas e facilita assim a combinação destas com álcalis, indispensáveis, como componentes na indústria de sabões. Nem todas as águas são boas para a fabricação de sabões. As águas que contêm ácido sulfúrico, carbono e sal, em sua maioiria, não são adequadas à fabricação de sabões. No entanto, pequenas quantidades dessas matérias, não prejudicam tanto o produto final. Para os sabões brancos e puros, bem como para os de toucador, é conveniente que se evite águas ferruginosas, que colorem os sabões, em virtude dos sais que trazem consigo.

• Cal. A cal que serve para a caustificação da lixívia, deve ser de 90 a 100% pura. A cal empregada na fabricação de sabões é a chamada cal apagada ou hidratada, obtida a partir do tratamento da água cal viva ou óxido de cálcio. A cal usada em saponaria distingue-se das demais por sua maior leveza e ausência de ácido carbônico, o que se comprova por mais simples ensaio com ácido clorídrico, sem provocar efervescência.

• Sal. O cloreto de sódio (sal de cozinha comum) serve para separar o sabão da lixívia depois de verificado o empaste. O cloreto de sódio separa a cal dos ácidos graxos de suas soluções em água, água lixivial e glicerina.

Tratando uma solução de sabão com outra de sal comum, os dois líquidos não se misturam a não ser que se consistam em soluções muito diluídas. Estando bastante concentradas, mantém-se separadas em duas camadas superpostas.

• Álcalis. Os álcalis combinados com ácidos graxos dão como resultado um sal conhecido pela denominação de sabão.

• Lixívias com Soda Cáustica em Pedra. Coloca-se a soda cáustica num depósito de chapa de ferro perfurado que, em seguida é encaixado em outro de maior capacidade, onde se põe água fria na proporção de aproximadamente 200% do peso total da soda cáustica, para facilitar a dissolução, deve se ir agitando sempre. A água aquece devido à reação que se produz a partir da dissolução - mais ou menos rápida - da soda, cuja a densidade correlativa dos graus de concentração (observada no areômetro de Beaumé), até que uma prova tenha 30º Be. Prepara-se depois num outro recipiente a lixívia aos graus que se necessita, por simples adição de água. A lixívia não deve entrar em contato com a mão, pois produz queimaduras fortes.

O PROCESSO DE FABRICAÇÃO. O processo de produção é contínuo e a capacidade produtiva variável, passando pelas seguintes etapas:

• 1 Empastagem. Consiste em emulsionar as gorduras com a lixívia, pala ação do calor e do álcali sobra a matéria graxa. Esta é uma operação muito importante, pois dela depende uma saponificação;

• 2. Clarrificação. Emprega-se lixívias muito concentradas, visando saponificar completamente as matérias gordas que possam estar ainda não saponificadas inteiramente, realiza-se através da eblição;

• 3. Salga. Transforma ao mesmo tempo o sabão mole de potassa em sabão duro de soda, tem como objetivo de separar do sabão as lixívias fracas e a glicerina que ele possa conter;

• 4. Purificação. Da melhor rendimento ao sabão já produzido, eliminando a alcalinidade e impureza;

• 5. Sangria. É a extração ou separação das lixívias fracas que ainda estão no sabão;

• 6. Corte. O sabão é cortado que poderá ser de 1Kg, subdivididos em pedaços de 200 gramas;

• 7. Cunhagem. Está é a operação realizada na prensa, usando-se matriz ou forma escolhida;

• 8. Secagem. Depois de cortado e cunhado, o sabão é levado ao secador, onde é extraído a umidade excessiva;

• 9 Empacotamento. Após o secagem, serão depositados em caixas de papelão com capacidade de 24 unidades de 1Kg, ou seja, 120 barras de sabão de 200 gramas.

OBS: A fabricação de sabões a frio, não são absolutamente fabricados a frio, mas à temperatura de fusão das gorduras, geralmente uns 40ºC, produzindo-se, assim, mesmo, desprendimento de calor durante o processo. Apresentam uma textura compacta característica, conservam sua forma por largo tempo ( mais do que os fervidos) e são de fabricação simples.

CONTROLE DE QUALIDADE. As peças de sabão defeituosas e que não tenham uma boa aparência devem retornar ao tacho.

QUALIDADE E PREÇO

A qualidade e o preço acessível tornam o produto do pequeno investidor competitivo, criando assim uma tradição e formando um clientela fiel para a distribuição do produto através do comércio varejista ou atacadista ou ainda por vendas diretas ao consumidor.

FORNECEDORES

O fornecimento de sebo não encontra grades problemas, a não ser de variação de preço com a demanda do abate bovino. Quanto ao fornecimento de soda cáustica, ocorre presença de intermediário que faz aumentar o valor em 30 a 100%, pois os fabricantes vendem apenas em grandes quantidades.

ESTOQUE

Em função dessa característica do sebo, recomenda-se manter um estoque com giro rápido(com ciclo médio de 25 dias por produção).

FÓRMULAS

A seguir tem-se algumas fórmulas para a fabricação do sabão. Lembrando que as formulações fornecidas são a título indicativo, sem qualquer garantia implícita ou declarada, nem qualquer responsabilidade assumida por quem as forneceu. Por consequência, todas as sugestões todas as fórmulas ou valores indicados, devem ser considerados como indicação orientadora sujeita a sucessivas elaborações e a desenvolvimentos ditados pela experiência de quem os utiliza.

- Fórmula A : 3 litros de óleo (sebo), 2 litros de água morna, 500 ml de pinho sol e 1 kg soda cáustica.

- Fórmula B : 75 kg de sebo, 25 kg de óleo de coco, 75 kg de soda cáustica a 35º Be e 125 kg de silicato de sódio.

- Fórmula C : 250 kg de sebo, 375 kg de óleo de palma, 312 kg de soda cáustica a 38ºBe, 37 kg de carbonato de potássio a 20º Be e 25 kg de solução de sal comum a 20º Be.

- Fórmula D : 100 kg de óleo de coco, 100 kg de óleo de palma, 250 kg de soda cáustica a 32º Be, 50 kg de silicato de sódio a 36º Be e 1 kg de álcool a 96º Be.

- Fórmula E : 3,5 partes (peso) lixívia de soda cáustica a 19ºBe, 2,5 partes (peso) gordura de coco, 0,25 partes (peso) óleo de rícino, 2,75 partes (peso) salmoura a 17ºBe e 1 parte (peso) silicato de sódio a 28-30ºBe.

- Fórmula F : 5 partes (peso) de gordura de coco e 3 partes (peso) de lixívia de soda a 30ºBe.

LEMBRETES IMPORTANTES

- Um bom sabão deve ser isento de cheiros estranhos, não produzir qualquer nódoa sobre o papel, não engordurar os dedos, não se umedecer ao ar, nem cobrir-se de eflorescências; com a secagem não se perde mais de 45% do seu peso, no máximo, se for branco, e 30%, se for marmoreado;

- O sabão deve poder dissolver-se facilmente em água destilada e em álcool a ferver. A solução aquosa é opalina e produz muita espuma; se agitar dá a reação alcalina; precipita em flocos a água de cal e a água de barita; decompõe todas as soluções metálicas e é decomposta por todos os ácidos que se unem às bases;

- Verifica-se o maior ou menor rendimento da saponificação dissolvendo o sabão em água macia; se ficarem muitas matérias por dissolver, é de qualidade deficiente; se der uma solução homogênea é bom;

- Em geral é bom o sabão que não se deforma demasiado, que não produz um cheiro desagradável ao envelhecer, e que, principalmente, tenha uma pasta macia, suave ao tato, sem solução de continuidade.

- O maior problema está na compra da matéria-prima. Os grandes fornecedores não vendem em pequenas quantidades e quando o fazem as condições são desvantajosas.

- Os produtos naturais usados na fabricação de sabonetes costumam desaparecer do mercado durante alguns períodos.

- A empresa precisa ter um químico responsável e ser aprovada pelo Ministério da Saúde para funcionar.

Legislação Específica

Torna-se necessário tomar algumas providências, para a abertura do empreendimento, tais como:

- Registro na Junta Comercial;

- Registro na Secretária da Receita Federal;

- Registro na Secretária da Fazenda;

- Registro na Prefeitura do Município;

- Registro no INSS;(Somente quando não tem o CNPJ – Pessoa autônoma

– Receita Federal)

- Registro no Sindicato Patronal;

O novo empresário deve procurar a prefeitura da cidade onde pretende montar seu empreendimento para obter informações quanto às instalações físicas da empresa (com relação a localização),e também o Alvará de Funcionamento.

Além disso, deve consultar o PROCON para adequar seus produtos às especificações do Código de Defesa do Consumidor (LEI Nº 8.078 DE 11.09.1990).

Algumas leis que o futuro empreendedor deve ter conhecimento:

Nível Federal:

- LEI 6.360/76. Dispõe sobre a vigilância a que ficam sujeitos os produtos de limpeza e higiene.

- LEI 9.782/99. Cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, orgão fiscalizador.

ABIPLA – Assoc. Brasil. Ind. Prod. de limp. e Afins

Av. Brigadeiro Faria Lima, 1903 - Conj. 101 - São Paulo - (SP)

01452-001

Tel: (11) 3816 3405

CFQ – Conselho Federal de Química

Setor de Autarquias Sul - Qd. 05 - Bl.I - Lote 05/03 - Brasília - (DF)

70070-050

Tel. (61) 224 0202 / 0493

CRQ – Conselho Regional de Química 3º Região (RJ/ES)

R. Alcindo Guanabara, 24 - 13º andar - Centro - Rio de Janeiro - (RJ)

20031-138

Tel. (21) 2524 2236

Endereços na Internet:

Conselho Federal de Quimica

http://www.cfq.org.br

Assoc. Bras. Indust. prod. De Limp. e Afins

http://www.abipla.org.br

Agência de Vigilância Sanitária

http://www.anvisa.gov.br/

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BIBLIOGRAFIA

- Pesquisas Tips - Sebrae - Pequenas Empresas, Grandes Negócios - IPT - Tudo (Folha de S.Paulo) - Negócios (O Estado de S. Paulo) - Empreendedor - Exame SP - Exame - Tudo - Estado de Minas - Marketeer - Google - Wikipédia - Ministério do Trabalho e Desenvolvimento

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