Filme Adorável Professor

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CESG – CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR

DE GUANAMBI

BACHAREL EM PSICOLOGIA

MARGARETH TEIXEIRA SILVA

RESENHA CRÍTICA

GUANAMBI – 2012

O filme Adorável Professor (1995) aborda o cotidiano escolar e as inter-relações humanas, o que aparentemente destoa se pensarmos em um conteúdo específico de biologia, mas auxilia muito na relação professor-aluno quando se trata de mostrar os desafios que o professor encontra para lecionar em uma escola e que os alunos não se dão conta. Também aponta como o professor pode influenciar na construção de diversas vidas através de seus hábitos e atitudes dentro da sala de aula. Podendo ser visto de diversos ângulos e, além disso, pode ser relacionado facilmente com a vida real.

A escola retratada pelo filme, quando o professor inicia a sua jornada, não obedecia a um principio básico da boa educação, a de ter significado para a vida do educando, de estar relacionada a seu contexto cultural, as suas demandas, aos seus desejos, a sua época. Isso se dar a conhecer de maneira explícita, pois as relações professor-aluno reveladas no filme manifesta bem a desconexão entre contexto cultural e ensino formal, visto que os alunos não se envolviam com os professores e com o aprender, existia um desencantamento, uma desmotivação visível.

Neste sentido, percebe-se claramente que Mr. Holland adota uma postura inadequada durante os seus primeiros dias em sala, pois estava transmitindo o conhecimento ao invés de construí-lo junto com os alunos, transferindo os saberes ao invés de promover a aprendizagem através da reflexão sobre o tema da aula, que era a música. Tudo se transforma quando o mesmo, em um momento de desespero, seguido de meditação sobre sua prática, percebe que o modo que está tentando ensinar sua disciplina não atrai a atenção, motivação ou interesse de seus alunos.

No entanto, ao conhecer a realidade de sua turma, vivendo o cotidiano da sala de aula, compreende que não está atingindo seus objetivos e muda sua metodologia. Percebe que não podia mudar tudo, mas podia mudar alguma coisa. Começou então a lidar com reforços naturais, aqueles que faziam parte da vida dos seus alunos, a música de seu tempo, seus interesses em tocar determinados instrumentos e não outros.

Assim, dá abertura ao diálogo, investigando o gosto musical de seus alunos, partindo da realidade dos mesmos, possibilitando que seus alunos façam uma relação entre seus saberes com o conteúdo da aula, despertando, desta forma, o interesse. Há também a motivação e direcionamento para que os alunos fizessem descobertas por meio da inserção nas suas aulas de conteúdos, no caso de músicas como o rock and roll, que faz parte da realidade da vida dos seus discentes e que eles gostavam de ouvir, tornando o ambiente da sala de aula prazeroso tanto para o professor quanto para a turma, na qual as aulas de músicas passaram a ser mais valorizadas pelos estudantes, provocando encantamento nos mesmos.

De acordo com Piaget (1979), a aprendizagem se dá através do equilíbrio, da estabilidade provisória e do desequilíbrio. Na visão deste autor, aprender não consiste somente em incorporar informações já construídas, e sim, redescobri-las e reinventá-las através da própria atividade do sujeito. O professor Holland foi muito além de mero transmissor de conhecimentos, tornou o ambiente da sala de aula em um lugar acolhedor, sendo este professor o ponto de partida para a inovação das práticas pedagógicas na instituição na qual trabalhava. Torna-se um profissional comprometido e consciente da importância de seu papel dentro do contexto da educação.