Filme O Óleo De Lorenzo
Casos: Filme O Óleo De Lorenzo. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: arquiteturagel • 1/4/2014 • 536 Palavras (3 Páginas) • 538 Visualizações
Estudo observacional das relações de poder no filme O Óleo de Lorenzo
A proposta deste artigo é analisar as relações de poder presentes no filme O óleo de Lorenzo, que se baseia numa história real, mais ainda em construção. O trabalho toma como base argumentativa o estudo de Bourdieu (1993) sobre o campo científico, enfatizando a luta pelo monopólio da competência científica. A escolha do tema deveu-se ao recente reconhecimento, pela comunidade científica, da eficácia do medicamento conhecido como “óleo de Lorenzo”, desenvolvido a partir de pesquisas feitas por Augusto e Michaela Odone, pais de Lorenzo e protagonistas da história. Aqui, foi realizado um estudo observacional, tipo de observação de “segunda mão”, indireta e não participante. Na revisão bibliográfica tentou-se contextualizar, de maneira sucinta, o método científico e a origem das abordagens quantitativa e qualitativa, identificando, com base no filme, as relações de poder que permeiam o campo científico. É possível concluir que o discurso de autoridade científica é questionável e que a ruptura do monopólio da competência científica pode contribuir para ampliar o conhecimento, sem que necessariamente sejam alteradas as relações de poder
Em sua presença na Terra, o homem sempre procurou tornar compreensíveis as coisas ao seu redor. Na Bíblia, um livro escrito há aproximadamente 6 mil anos, já se pode constatar a importância dada à ciência e ao saber.
Benedict (1982, p.235) considera a "história da raça humana uma sequência maravilhosa de progresso”, progresso este intimamente relacionado ao conhecimento científico. É impossível precisar o período em que a ciência se tornou um conjunto complexo e sistemático de conhecimentos, mas, pode-se concluir que, a partir daí, o homem tornou-se um animal singular.
A ciência é uma invenção grega e veio substituir a mitologia como o acervo de conhecimento que o homem procurava para explicar a sua existência e o seu papel no mundo.
O advento da civilização grega que produziu tal explosão de atividade intelectual é um dos acontecimentos mais espetaculares da história. Jamais ocorreu algo semelhante, nem antes nem depois. No curto espaço de dois séculos os gregos produziram na arte, na literatura, na ciência e na filosofia uma assombrosa torrente de obras-primas que estabeleceram os padrões gerais da civilização ocidental. (RUSSELL, 2001, p.13 – grifo nosso)
Berço da civilização ocidental, a Grécia antiga nos legou “uma base objetiva para o conhecimento humano” (SOLIS, 1990, p.161): da lógica aristotélica que predominou no ambiente científico por quase 2 mil anos a um dos primeiros tratados etnográficos conhecidos, a descrição feita por Heródoto sobre “os costumes, as vestimentas, as armas, os barcos, os tabus alimentares e as cerimônias religiosas dos persas e povos circunvizinhos” (GOLDENBERG, 2004, p.16).
Tão antigos quanto os métodos quantitativos, os métodos qualitativos foram gradativamente relegados a segundo plano no dito saber científico, embora concorde-se com Nunan (1994) que, em termos práticos, fazer uma separação rígida entre o quantitativo e o qualitativo seja simplista e ingênuo, já que ambos podem contribuir no desenvolvimento de um processo de investigação.
O objetivo deste estudo foi, através
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