Fundamentos Das Politicas Sociais
Trabalho Universitário: Fundamentos Das Politicas Sociais. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: dodia • 28/8/2014 • 1.160 Palavras (5 Páginas) • 283 Visualizações
A DESIGUALDADE
O objeto central deste artigo é analisar a desigualdade e a invisibilidade a partir da interlocução entre Sociologia e Psicologia. Dois autores, o sociólogo Jessé Souza e o psicólogo Fernando Braga da Costa discutem em suas obras a invisibilidade de autores sociais e Souza, atores da sociologia brasileira como Sérgio Buarque de Hollanda, Raimundo Faoro e Roberto Da Matta tentaram construir em suas obras que recaem em uma “teoria nacional da ação” que exalta as qualidades desse povo, e não aborda as principais causas da desigualdade no país.
Para Souza, os esquemas explicativos de Hollanda Faoro e Da Matta tendem a perdem sua relação com qualquer realidade ampla, a partir do momento que eles tentam explicar o comportamento do brasileiro, pelo próo e colonização portuguesa, tirando fora as construções singulares das modernidades periféricas, como é o caso do Brasil.
O psicólogo Fernando Braga Costa aborda em seu livro “Homens invisíveis: relatos de uma humilhação social” a invisibilidade a partir de dados registrados em uma pesquisa feita por ele. Ao cursar uma disciplina de psicologia social durante a graduação, teve a ideia de um dia exercer a profissão considerada subalterna, não qualificada, escolhendo acompanhar os garis que trabalhavam na Universidade de São Paulo (USP), passou dois anos acompanhando esses trabalhadores que são alvo de humilhação social e provoca imenso sofrimento psíquico nesses sujeitos.
Para explicar a invisibilidade social no trabalho cotidiano dos garis para que assim se construa uma psicologia social critica, o autor recorre a textos da sociologia, antropologia e da filosofia. Desenvolve um trabalho etnográfico tornando-se membro de grupos socialmente excluídos. Os garis fazem parte dos profissionais que desenvolvem trabalho desqualificado, rebaixados, de força bruta ou gente bruta, desenvolvem ideias centrais defendidas por Souza e Costa que buscam uma postura critica diante deste tema “ A desigualdade social” e “A invisibilidade social brasileira”
, afim de mostrar qual a verdadeira origem desta sociedade brasileira.
Mas o que ele quer não é causar desconfortos apenas mostrar uma nova ordem, teorias solidas que possam explicar o Brasil e sua gente.
Souza (2000,p.164) descreve primeiramente a teoria de Sérgio Buarque de Hollanda, do entusiasmo que apresenta-se constituído a partir da plasticidade herdada dos portugueses.
“Foi a plasticidade que teria permitido aos portugueses a fixação em meio ambiente tão hostil e estranho, propriciado a assimilação social e racial dos elementos indígenas
na teoria de Buarque de Hollanda é direta:
O Brasil modernizou-se de fora para dentro, não é a atitude, nem comportamento dos brasileiros que conduzem ao a adoção de praticas europeias burgue
as em substituição ao estilo patriarcal português.
“Nossa desigualdade e sua naturalização na vida cotidiana é moderna, posto que vinculada á eficácia de valores e instituições modernas de base em sua bem-sucedida importação ‘de fora para dentro’. Assim, ao contrario de ser personalista, ela retira sua eficácia da ‘impessoalidade’ típica dos valores e instituições modernas. É isso que a faz tão opaca e de tão difícil percepção na vida cotidiana. (SOUZA, p.17,2003,grifo meu).
Em uma alusão a obra de Gilberto Freyre, Souza permanência da desigualdade através da divisão e da ocupação dos espaços habitados por negros/pobres e brancos/ricos, “Da casa-grande e senzala depois sobrados e mucambos e, talvez, hoje em dia, bairros burgueses e favelas”.
• A invisibilidade social e uma psicologia com compromisso social.
Esta psicologia exercida pelo autor é o que pode ser chamado de psicologia com compromisso social. No livro “Homens invisíveis: relatos de uma humilhação social”, ele mantém o compromisso desde á escolha do tema ate a fundamentação do seu projeto.
Os garis, sujeitos da pesquisa, são todos trabalhadores da Universidade, foi no acompanhamento da rotina deles que o autor percebeu as dificuldades de uma atividade desqualificada.
A estranheza é necessária para que depois haja contato, aproximação, identificação.
“No intervalo entre as aulas do Instituto de Psicologia, foi preciso que eu passasse por dentro do prédio daquela faculdade. Imaginei, então, que vestindo aquele uniforme ali incomum [...] fosse chamar atenção de toda a gente [...]Não fui reconhecido [...] Nenhuma saudação corriqueira, um olhar, sequer um aceno de cabeça. Fico surpreendente. Eu era um uniforme que perambulava: estava invisível [...]. (COSTA, 2004,p.58).
O autor tornou-se membro daquela comunidade e sofreu da mesma forma,
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